Efeito Paris

22. Aaron

Fiquei mais feliz do que gostaria quando Marie falou que viria para o Natal. Eu não sabia muito bem o que estava acontecendo, mas estaria mentindo se dissesse que não estava me divertindo demais com ela. Marie parecia ser o tipo de garota que tentava parecer forte, mas sinto que tem algo dentro dela que a impede de ser totalmente o que quer ser. Não quero a pressionar, mas tenho vontade de conhecê-la melhor e não só a Marie que está passando as férias em Paris.

Malcon ficou animado quando contei que Marie passaria o Natal com a gente. Eu não entendia o cara, ele estava colocando muita expectativa na garota, mesmo sabendo que nada aconteceria, até porque, por motivos óbvios, ela mora nos Estados Unidos.

— Aaron — minha mãe me chama quando largo a chave do carro em cima da bancada da cozinha. — Aquela sua amiga, Marie? Ela é dos Estados Unidos? — pergunta. Estranho sua curiosidade sobre Marie, minha mãe não costumava se intrometer nesse tipo de coisa, apesar de amar Katherine com todas as suas forças.

— Sim — respondo. — A conheci no avião. – Minha mãe coloca os dedos nos lábios e encara o chão, como se estivesse pensando.

— Ela é bonita. Devia convidá-la para jantar aqui qualquer dia — ela fala e semicerro os olhos, meio desconfiado. Será que Malcon havia falado alguma coisa para ela? Ele não faria algo assim, eu não estava tão desesperado.

— Ela vem para o Natal — falo e ando em direção a escada, tentando encerrar o assunto. Minha mãe nada diz, e quando lanço um último olhar, ela ainda observava o chão, como se estivesse refletindo. Estranho, penso, mas no final deixo para lá. Vai entender, talvez toda a química em seu cabelo estava começando afetar seus neurônios.

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            Os preparativos para o Natal estavam muito exagerados. Não entendi a necessidade de colocar tanto enfeite em casa, e por esse motivo, eu preferia passar o Natal na casa de outras pessoas, minha mãe tinha essa necessidade enorme de impressionar os outros. Marco com Marie de ir buscá-la. Nossa casa era um pouco mais afastada, e pegar um táxi sairia caro demais. Quando chego na frente de seu hotel, ela estava me esperando com a roupa cara que comprou, sorrio diante a visão, ela era realmente bonita.

            Marie parecia animada de estar fazendo algo diferente no Natal, passar essa data sozinha no quarto realmente parece um pouco depressivo. Ela sorri assim que entra no carro.

            — Essa roupa realmente combinou com você — falo. Ela joga o cabelo para trás fechando os olhos, como se estivesse orgulhosa.

            — Tenho que dar os créditos para a pessoa que a encontrou — ela responde. — Não acho que um vestido amarelo ficaria tão bom quanto isso. — Solto uma risada, Marie era engraçada, e seus comentários muitas vezes me fazia rir. Percebo que ela estava começando a se soltar mais perto de mim, o que na minha opinião, era uma coisa positiva, porque tinha uma grande parte de mim que queria saber mais sobre ela.

            Ligo o rádio que estava conectado ao bluetooth do meu celular, e apesar de estar no aleatório, cai bem em uma música do Twenty One Pilots, fico um pouco envergonhado porque não queria que ela achasse que eu comecei a escutar por causa dela. Marie esconde um sorriso e começa a bater o dedo na janela, no ritmo da música, ela parecia ser alguém interessante.

            — Vai ter muita gente? — Marie pergunta, e ela parece um pouco preocupada. Nego com a cabeça.

            — Só algumas. — Ela assente e não diz mais nada, o resto da viagem se passa em silêncio, mas isso não parecia nos incomodar.