24. Aaron

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Não sei o que a minha mãe está planejando, mas não estou com um bom pressentimento. Chamar Marie para ficar hospedada em casa? Isso era muito até para a dona Natalee. Tinha alguma coisa rolando e eu queria muito descobrir. Não acho que ela esteja interessada em arranjar um novo relacionamento para mim. Marie não faz o tipo de minha mãe. Minha mãe gosta de garotas magras demais, do tipo que só comem salada e frutas, e quando comem uma batata-frita se quer, se sente culpada pelo resto da semana. Minha mãe gosta de garotas que ela possa se vangloriar e exibir para as suas amigas. Marie é linda, tem uma beleza estonteante, mas fisicamente, ela não é nada parecida com Katherine. Marie tem o cabelo um pouco rebelde e mais curto, e ela certamente não é magra demais, mas ela é perfeita daquele jeito. Katherine tinha o cabelo perfeitamente liso e loiro, sempre.

Eu estava interessando em entender o porquê minha mãe havia convidado Marie para ficar em casa. Isso não me incomodava, na verdade, achei a ideia ótima. O hotel de Marie ficava longe, e se iríamos nos ver com mais frequência, ela estar perto era mais fácil. Eu também gostava de sua companhia, então só vi pontos positivos. No entanto, conhecendo a minha mãe, não acho que seja por esses motivos que ela havia chamado a garota para praticamente morar com a gente nos próximos dias.

Decido levar Marie para o café, talvez pudesse conhecê-la melhor, e depois quem sabe ir para mais um ponto turístico idiota com pessoas demais. Eu nem acreditava que estava fazendo isso por uma garota que eu nem conhecia totalmente. Mas sentia que tinha alguma coisa lá, acho que era a atração.

Eu já estava esperando Marie na sala quando ela começou a descer as escadas. A observo por um tempo. Deus, na verdade, eu tinha 100% de certeza de que estava atraído por ela. Ela era bonita sem se esforçar. Nada de maquiagem exagerada, nada de roupas caras e nada de produtos caros para os cabelos, ela era naturalmente perfeita. Katherine nunca saia sem maquiagem, e nunca deixava outras pessoas a verem naturalmente. Balanço a cabeça para espantar qualquer pensamento ou expressão que pudesse me denunciar.

— Está pronta? — pergunto e ela afirma.

O carro estava quente, vejo quando Marie se inclina para o lado em uma tentativa de tirar a blusa, me dando uma bela visão de seu decote. Eu desvio o olhar envergonhado por tal pensamento, parecia que eu estava invadindo seu espaço.

— O que foi? — ela pergunta. Eu me faço de desentendido.

— O que? — Marie solta uma risada.

— Você está vermelho.

— Deve ser o reflexo do sol — respondo e até eu tenho conhecimento de que isso soou estúpido. Marie morde o lábio inferior reprimindo uma risada, e cruza os braços tentando esconder seu corpo, me sinto mal por isso, mas não consigo evitar os pensamentos. Por que de repente eu queria tanto beijá-la? Ela não diz mais nada e se concentra em observar a paisagem que passa.

O café era sempre um lugar agradável e bem-vindo, Marie parecia gostar de lá, assim que entramos seus olhos brilham. Às vezes nos esquecemos de apreciar as coisas simples que nos foi dada. O que é algo corriqueiro para muitos, podem não ser para outros, é algo tão simples, mas que passa tão despercebida no dia a dia. Pedimos algo para beber, e Marie quis um brownie, nos sentamos em uma mesa no canto, que tinha o assento acolchoado.

Marie coloca açúcar, mexe e assopra o café com uma classe admirável. Ela coloca o copo na mesa sem tomar nem um gole.

— Então... — ela começa — qual é a história dessa tal de Katherine que todos falam? — ela pergunta. Marie faz uma expressão envergonhada ao perceber que talvez tenha sido uma pergunta indelicada, mas nós já estávamos próximos o bastante para conversar sobre essas coisas.

Efeito ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora