28. Marie

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Chegamos no lugar e o vento estava cortante. Era um prédio pequeno com alguns poucos andares. Havia uma recepção logo no começo, Aaron falou algo em francês com a mulher que estava atrás do balcão. Eu esperava pacientemente e Aaron finalmente me chama em um sinal com a cabeça e eu o sigo, indo em direção as escadas. O prédio parecia estar vazio, algumas portas de vidro provavelmente guardavam escritórios comerciais. Após subirmos cinco andares, Aaron segue pelo corredor, onde paramos na frente de uma porta bem diferente das demais, essa era colorida com grafites a enfeitando. Ele abre a porta e damos de frente para outro balcão, e para minha surpresa, Laurence estava sentado na cadeira, com os pés apoiado na mesa.

— Vocês chegaram! — ele exclama se levantando e abrindo os braços. Ele cumprimenta Aaron com um abraço rápido e uma batidinha nas costas. — Está animada? — pergunta referindo-se a mim e eu sorrio.

— Muito.

— Ótimo! — Laurence diz.

Olho ao redor da pequena sala. Havia apenas duas mesas, mas atrás de tudo tinha vários equipamentos, provavelmente de segurança ou coisa do tipo. A sala, assim como a porta, era colorida, o ambiente era na verdade bem legal. De fundo uma música francesa estava passando, e sinto que a música combinava perfeitamente com o "escritório", era rápida e energética.

— Não sabia que trabalhava aqui — falo ainda observando os desenhos na parede. Laurence dá de ombros e volta a se sentar na mesa.

— É do meu pai. Por algum motivo ele achou que seria uma boa ideia criar um estabelecimento que pudesse dar aos turistas uma visão da famosa cidade de Paris de cima — ele responde.

— E deu certo? — pergunto levantando as sobrancelhas.

— Por incrível que pareça, deu – Laurence responde. Criar um negócio de helicópteros me parecia arriscado, já que deveria ser um grande investimento, mas eu pouco entendia sobre o assunto e por isso decido não dizer mais nada. — Vamos subir, já está tudo pronto — acrescenta.

Subimos mais um lance de escadas, chegando no telhado. O helicóptero estava esperando por nós e não consigo deixar de ficar maravilhada. Dizem que as coisas mais simples às vezes são as que te deixam mais felizes, talvez a pessoa que falou isso estava certa. Helicóptero era algo comum que víamos todos os dias, e ainda assim, parecia algo estranhamente diferente. Aaron segura minha mão, o que me assusta, mas percebo que ele só havia segurado para me guiar.

Andamos até o transporte e Laurence diz algumas coisas e informações de segurança, as quais escuto com atenção, seria péssimo morrer assim, mas se acontecesse, pelo menos três coisas da minha lista estariam riscadas, o que é mais do que eu poderia imaginar se fosse a alguns meses atrás. Colocamos algo nos nossos ouvidos para abafar o som, cintos e tudo o que deveríamos fazer. Estava começando a ficar nervosa, mas mantenho em minha mente o pensamento de que estava fazendo algo inédito e emocionante, e isso bastou um pouco para diminuir meu nervosismo.

— Está pronta? — Aaron sussurra em meu ouvido, eu afirmo e levantamos voo.

Demora um tempo até chegarmos ao centro de tudo, mas quando chegamos, vale cada segundo. Eu não estava preparada para ver algo tão incrível, sempre achei cidades grandes interessantes, mas a Europa tinha algo que nenhum lugar dos Estados Unidos tinha, e a visão era de tirar o fôlego, literalmente, porque tenho que me lembrar de respirar. Todo o nervosismo some, dando espaço para uma emoção que eu nem sabia que tinha. Eram tantas coisas acontecendo que às vezes parecia que eu estava vivendo em um sonho, como se tivesse me observando de longe.

Aaron havia me levado para ver a cidade de cima, mas sobrevoá-la era bem diferente, era mágico. Por mais que eu já estava na cidade faz um tempo, sentia como se não fosse cansar nunca. Olho pela abertura, tentando ao máximo captar cada detalhe. O vento frio batia em meu rosto, mas meu corpo estava quente com toda a emoção e energia que pulsava em minhas veias.

Efeito ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora