26. Aaron

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Estava difícil manter minha promessa à Marie. Não sou o tipo de cara que fica olhando muito, mas o corpo de Marie era fantástico. Ela não era magra igual Katherine, seus peitos preenchiam seu sutiã branco da maneira perfeita, e o fato dela não estar usando uma lingerie elaborada de renda ou qualquer coisa do tipo, de alguma forma a tornava ainda mais atraente. Mas eu não fico olhando, porque apesar das minhas vontades, sou um homem de palavra.

Prometo levá-la para andar de helicóptero, outra promessa que terei que cumprir, o que para mim não era problema nenhum. Estava gostando cada vez mais de estar com ela, e isso me preocupava. Se eu estava gostando dela, tinha que me lembrar toda vez que ela iria embora em breve. Outra partida que não sabia se aguentaria se me envolvesse demais com ela. Mas o que eu poderia fazer? Ela estava literalmente dormindo no quarto ao lado do meu.

Marie tentava disfarçar, mas eu conseguia perceber que ela estava olhando para as minhas tatuagens. Não estava muito claro, então estava difícil de ver com detalhes, mas os contornos eram óbvios. Fiz minha primeira tatuagem quando fiz 18 anos, foi no meu aniversário e Malcon achou que seria uma ideia fantástica. A primeira foi no braço, no bíceps para ser mais específico, e nada mais ideal do que uma rosa dos ventos. Ela não era tão elaborada, era de traço fino, uma rosa dos ventos cercadas por linhas a circulando em volta. E então, um ano depois, no meu aniversário de 19 anos fiz a do peito. É um lobo e não tem nenhum significado específico, e como se lesse meus pensamentos, Marie pergunta:

— O lobo tem algum significado?

— Na verdade não — respondo sinceramente apesar de pela primeira vez desejar ter uma resposta mais poética. Ela olha em meus olhos curiosa esperando que eu desenvolva melhor. — Tatuagens são isso. Não precisam necessariamente ter um significado. Você faz porque gosta. Se você quer marcar algo importante, não precisa fazer na pele, só sua memória basta. Então acho que todas as tatuagens são apenas para "enfeitar".

— Não vou mentir, não era a resposta que eu estava esperando. — Dou de ombros porque não tenho mais o que falar sobre isso. — Talvez devesse colocar isso na minha bucket list. — Solto uma risada em concordância, aprovando a ideia já pensando na possibilidade de mim, especificamente, levá-la.

— Conheço um cara — falo e ela sorri arqueando as sobrancelhas.

— Você conhece muitos "caras" — diz o que me arranca outra risada.

— O que eu posso fazer? Sou uma pessoa popular. Mas virou uma tradição, todo ano no meu aniversário, faço uma tatuagem nova — explico, e ela tenta encontrar as outras duas, mas que estavam difíceis de encontrar dentro da água, uma nas costas e outra na perna.

— É uma tradição interessante. — Concordo com um aceno de cabeça.

— De qualquer forma, fica o convite. Quando quiser fazer uma tatuagem, sei exatamente onde te levar — digo por fim e ela concorda sorrindo. Não sei se ela realmente estava pensando em fazer uma tatuagem.

— Já fiz muitas loucuras de uma vez nesse último mês — ela fala em um suspiro, e eu a encaro curioso. Eu realmente estava interessado em saber mais sobre suas loucuras. Marie me observa por alguns segundos, como se estivesse ponderando se deveria se abrir para mim, e quase sussurro um: "por favor". Ela finalmente desvia o olhar e encosta as costas perto da hidromassagem. Marie abre os dois braços os apoiando na borda da jacuzzi. — Decidi vir para Paris de um dia para o outro. Literalmente – ela fala olhando para o céu. — Acha isso louco demais? — pergunta voltando-se em minha direção. Nego com a cabeça, pois eu havia feito isso algumas vezes. A garota dá de ombros. Caminho em sua direção ficando ao seu lado, copiando sua posição.

Não entendo por que essa viagem parece significar tanto para ela. Óbvio que todos sonham em conhecer um lugar novo, planejam isso a vida inteira, mas sinto que existe alguma coisa além de uma simples viagem de férias. No entanto, não a pressiono. Se eu a deixar confortável o suficiente, ela começaria a falar mais sobre ela sem eu precisar perguntar. Ao menos, é o que espero.

Efeito ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora