— Eu consegui! — Gritou o garotinho em cima do cavalo, sorrindo para sua mãe. Era seu aniversário de 11 anos, e de presente ele quis aprender a cavalgar. Tinha cabelos castanhos claros, e olhos azuis como o oceano, além de um sorriso travesso.
— Ele vai cair. — Previu Luke, enquanto observava o instrutor ensinar Jorge como se posicionar.
— Para de jogar praga na criança. — Pediu Flynn, Kayla soltou uma risadinha. — Você pode me ajudar na floricultura hoje, Jules?
Julie tirou os olhos do grande cavalo marrom.
— Ah, não posso. Meu pai tem uma consulta hoje, e tenho que obrigar ele a ir, quer dizer, ele me disse que iria, mas você sabe que é um mentiroso. — Comentou. — Também tenho que conferir as notas do bimestre passado de Carlos, e minha chefe quer que eu converse com o filho dela, aparentemente ele está muito rebelde.
Julie compartilhou e segundos depois seu celular começou a tocar, ela saiu andando para atender longe de Kayla, Luke e Flynn.
— Ela é babá? — Kayla perguntou, enquanto a menina se afastava.
— De todo mundo. — murmurou Luke irritado.
— Não. Ela trabalha escrevendo artigos para uma revista de Nova York. — Flynn respondeu, ignorando o tom ácido de Luke.
— Então, porque ela tem que conversar com o filho da chefe dela? — Kayla disse.
— Ela é muito boa com crianças, por algum motivo. — Flynn não parecia incomodada com as perguntas da mulher.
— Talvez por ter o mesmo nível de maturidade delas. — Patterson resmungou entre dentes.
— Ela já escreveu um livro também, e me disse que está trabalhando em outro. — Flynn acrescentou por cima do comentário maldoso de Luke.
— E como se chama? Talvez, eu já o tenha lido, eu sou uma leitora assídua.
— Kayla sorriu.— A última feiticeira dourada. — Flynn respondeu. — Se você não tiver lido ainda, eu te empresto. Acho que todo mundo em May Far tem um exemplar, Julie entregou uma cópia assinada para cada um.
— Nunca ouvi falar.
— Ela sabe transcrever sentimentos como ninguém, sério. É como se fosse mágica. — Flynn não poupou elogios. Kayla desviou o olhar para garota ao fundo, que no mesmo momento jogou o celular no chão enfurecida, só para segundos depois o pegar de novo.
— Ela não me parece muito sensível. — Observou.
— Ela não é. Ela se transforma quando escreve, assim com se transforma ao redor de crianças. — Pela primeira vez naquela tarde Luke fez um comentário não depreciativo.
— Ninguém se transforma, isso não existe. — Respondeu Flynn. — Ela é uma pessoa complexa, apenas isso.
— Para de bancar a advogada do diabo. Ela não é complexa, ela é maluca, tem uma diferença. — Kayla se manteve em silêncio enquanto ouvia o ataque do menino à sua ex.
— Luke, é melhor você calar a boca, antes que seja tarde demais. — Avisou Flynn, desviando o olhar para Jorge e seu cavalo marrom. Era bem melhor ver uma criancinha feliz, do que um adulto amargo.
— Ela é uma completa babaca, e aí do nada, é super amorosa com crianças. Ela é incapaz de dizer qualquer coisa séria, e aí do nada, escreve sobre as mais complexas emoções humanas. Ela é a pessoa mais irresponsável e inconsequente do mundo, e aí, você descobre que é ela quem toma conta de toda sua família. — Luke não deu a mínima ao aviso de Flynn. — E, vocês sabem o que isso significa.
— Que como todos os seres humanos, ela tem mais de um lado? — Sugeriu Flynn irritada.
— Que ela tem transtorno de múltiplas personalidades. — Concluiu.
— Você não é um idiota, Luke, mas você finge tão bem, que as vezes acaba parecendo. — Flynn disse, antes de ir atrás de Julie conferir se tinha conseguido fazer seu pai ir à consulta, e perguntar se ela queria uma carona para casa.
— Você tem o livro da Julie? — Kayla mudou de assunto desconfortável.
— Está no fundo do meu armário. — Ele respondeu. — Você pode levar, se quiser. Eu nunca li, e nunca vou ler.
— E porque não? — Kayla voltou os olhos aos olhos verdes dele.
— Eu não gosto de ler. — Respondeu sucinto.
— Tradução: ele não sabe ler. — Julie banhou sua frase com ironia, enquanto chegava perto do casal de novo, ao mesmo tempo, Jorge caiu do cavalo, como Luke havia previsto qe faria à meia hora atrás.
Julie abandonou o casal imediatamente, pulando a cerca e correndo até o garoto e seu instrutor.
Kayla aproximou os dedos cautelosamente do braço do rapaz, que ainda mantinha os olhos do outro lado do campo, na garota cacheada.
— Você ainda sente alguma coisa por ela? — Sussurrou a pergunta, temendo já saber a resposta.
— Já se passaram 9 anos, linda. — Respondeu, mas assim que voltou seus olhos à ela, percebeu que aquela resposta não era o suficiente, então, resolveu acrescentar algo. — Eu não gosto mais dela.
— Não foi isso que eu perguntei. — Disse rapidamente.
Ele não sabia o que responder para isso.
— Perguntei se você sente alguma coisa, e "alguma coisa" não é necessariamente amor. — Completou, quando percebeu que ele não planejava dizer nada.
Ele continuou em silêncio, e ela tentou uma abordagem diferente.
— Você acabou de ouvir eu dizer que sou uma leitora assídua, e é verdade. Semana passada eu estava lendo um romance entre vampiros. — Disse, Luke não via como aquilo era relevante, mas querendo evitar uma briga, se manteve calado. — A personagem principal não gostava do garoto, eles viviam brigando. O tempo todo. Exatamente como você e Julie.
Ele levantou a cabeça com desdém.
— E daí?
— A mãe da personagem perguntou o que ela sentia por ela, e ela respondeu que a única coisa que sentia era aversão. — Continuou ignorando o tom de voz dele. — E você sabe o que a mãe dela respondeu?
Ele torceu a boca, odiando o rumo que a conversa havia tomado.
— "Você ficaria surpresa com a frequência que aversão se transforma em desejo." — Kayla citou a personagem. Depois focou toda sua energia no rosto de Luke, queria ver sua expressão quando respondesse a pergunta. — Então, eu vou perguntar de novo. Você sente alguma coisa por ela?
— Kayla, a vida não é a porcaria de um livro romântico. — Comentou.
— Responda a pergunta. — Ela nem piscou.
Luke Patterson respirou fundo e apoiou a mão esquerda na cerca de madeira antes de mentir.
— Não. Eu não sinto nada por ela.
O silêncio prosseguiu por segundos que pareceram horas, e então, Kayla se deu por satisfeita e virou-se para frente à tempo de ver Flynn correndo até eles.
— Julie deu uma carona para Jorge e sua mãe. — Flynn contou, subiu na cerca e pulou para o lado de Kayla. — Ela quer cuidar de todo mundo.
— Ela cuida de todo mundo. — Apesar da frase ter um tom positivo, algo no modo que ele disse fez com que soasse como uma ofensa.
— E quem cuida dela? — Kayla perguntou para o ar frio de fim de tarde.
Luke engoliu em seco.
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Deja vu bateu 1k 🎊🎊🎊🎊🎉🎉🎉
Obrigada, amo vocês
off: amo a música da mídia, e combinou de um jeito que eu fiquei chocada, passada.
Bisous
D.
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Deja Vu ️🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms)
Fanfic❝ - Vai embora! Você parece ser boa nisso. - As palavras cheias de mágoa e amargura saem da boca dele. - Você não tem o direito de jogar tudo nas minhas costas, não tem o direito de me chamar de egoísta. Não tem o direito de dizer que eu fui embo...