O que era aquele aperto no peito? Eram emoções? Era dor física? Era apenas imaginação? Ele estava tendo um ataque cardíaco? Será que ele estava morrendo? Ou será que aquilo era tudo fruto da mulher de vermelho sentada no sofá como uma dama inglesa?
Definitivamente, a última opção. Seu peito só doía quando olhava para ela, então, logicamente ela deveria ser a causa, mas Luke não conseguia entender o porquê. Tinha tantos motivos, tantas possibilidades. A maior e mais provável era que Julie Molina naquele vestido deveria ser um crime internacional, Julie Molina com os lábios pintados de vermelho deveria ser um pecado capital.
Ela captou o olhar dele, e ergueu as sobrancelhas perguntando silenciosamente se ele iria a encarar pelo resto da noite, ele não sabia responder isso. Ele queria desviar o olhar, queria mesmo, mas não conseguia, Julie Molina tinha a atenção dele como refém e não parecia disposta a deixar ir.
— Onde está sua namorada? — Carrie perguntou-o, ela estava perfeitamente arrumada, como uma boneca loira.
— Foi pegar uma bebida. — Respondeu brevemente, Carrie abriu um sorriso adorável.
— Vai abrir um buraco na cabeça dela, se continuar encarando nessa intensidade. — Comentou, Luke piscou e finalmente desviou o olhar da mulher para a loira ao seu lado.
Abriu um sorriso sem mostrar os dentes.
— Não sei do que você está falando. — Respondeu baixinho.
— Você não está enganando ninguém, caipira. — Ela apertou os olhos, enquanto o encarava. — Exceto, talvez, você mesmo.
Ela se afastou dele, indo se sentar ao lado de Julie, e do homem loiro com quem ela conversava.
— Vamos? — A voz familiar, puxou a atenção de Patterson. Era Kayla, e ele nem ao menos havia percebido ela se aproximar.
Uma onda de culpa perpassou todo seu corpo, mas ele sabia que não era culpado de nada. Afinal, ele nem sequer gostava de Julie, nem mesmo como pessoa. Ela era a junção de tudo que ele repudiava, era imatura, arrogante, prepotente, egocêntrica, egoísta, individualista, autocentrada... Com espanto percebeu que estava listando sinônimos e que Julie adoraria isso. Céus, até mesmo quando planejava a ofender, acabava arrumando um jeito de agrada-la.
— Vamos onde? — Juntou as sobrancelhas confuso.
— Sentar com seus amigos. — Ela o olhou como se já tivesse dito isso antes. Ele quis negar, pois seus amigos, estavam sentados com sua ex, e ele não confiava nele mesmo ao redor dela, mas dizer aquilo em voz alta era admitir para Kayla que ele havia mentido; Quando ela perguntou se sentia algo por Julie, ele negou com toda força, mas era claro agora que aquilo não era verdade, afinal não fazia mais sentido negar para si mesmo a atração que lhe turvava a cabeça ou o ódio que lhe rasgava o peito.
Assentiu novamente sem confiar em sua boca, Luke nunca escondeu bem seus sentimentos, isso o incomodava demasiadamente quando namorara Julie, pois ele sempre foi um livro aberto, suas emoções - mesmo contra sua vontade - sempre transpareciam em suas expressões, ou sempre vazavam por seus lábios. Todavia, Molina, era um livro trancado, um segredo inefável, um enigma incompreensível. Era, no mínimo, cansativo estar com alguém que não divide seus sentimentos.
Luke resolveu afastar sua mente desse local perigoso, antes que admitisse coisas das quais se arrependeria, antes que deixasse escapar que por mais cansativo que o mistério ao redor daquele mulher fosse, ele era atraente na mesma proporção, como se os grandes olhos escuros e indecifráveis dela, o atraísse para perto, o chamasse entre sussurros, o desafiasse a descobrir as emoções encobertas, a sensações escondidas sobre a pele.
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Deja Vu ️🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms)
Fanfiction❝ - Vai embora! Você parece ser boa nisso. - As palavras cheias de mágoa e amargura saem da boca dele. - Você não tem o direito de jogar tudo nas minhas costas, não tem o direito de me chamar de egoísta. Não tem o direito de dizer que eu fui embo...