48● Deixa eu te dizer algo, Julinha..

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Não estava com sorte, a garrafa o odiava, era sua inimiga mais íntima. O que custava parar entre ele e ela? Bufou, revoltado. A garrafa já tinha parado entre ele e Luke, e Carrie e Leylane.

Isso mesmo! Caroline Wilson havia beijado o amor da sua vida antes dele! Carrie havia chegado há dois meses da cidade e já a beijara, ele morou 27 anos naquela cidade e o máximo que conseguiu da mulher, foi uma risada.

Como era azarado!

Além do desconforto proporcionado pelos fatos narrados anteriormente, ainda havia aquela energia estranha pairando entre Luke e Julie, emanando de seus corpos e se entranhando uma à outra. Seus olhos se esbarravam a cada dois minutos, como se guardassem um segredo sujo, só deles.

— Esse jogo tá' um saco! — Willie comentou, Luke ergueu o rosto para ele.

— Realmente está muito chato. — Disse, a risada perversa que escapou da boca de Julie não passou despercebida por ninguém no local, apesar da maioria não saber do que se tratava. — Vou sair.

Julie observou os movimentos do homem com uma satisfação velada. Há momentos atrás estava super nervoso, ordenando que girassem a garrafa com tanta fúria que seu maxilar inferior estava mais marcado do que nunca, e seu rosto adquiriu um tom chamativo de vermelho. Julie nunca pensou em confessar isso, mas Luke Patterson ficava extremamente sexy com raiva.

E, agora, ali estava ele querendo desistir de um jogo do ensino médio.

— E depois eu que sou a covarde. — murmurou para si mesma.

— O que disse? — Perguntou entre dentes, claramente incomodado.

— Tenho certeza que você me ouviu, fazendeiro. — disse com uma calma suspeita.

— Você está passando dos limites — Enquanto Luke dizia aquilo, os amigos se olhavam de esguelha sem saber o que fazer. Todo mundo sentiu a mudança de clima na sala.

Luke ficou de pé, a encarando de cima, a visão daquele ângulo realmente não era ruim, mas ela se levantou também.

— Quando foi você quem me chamou de covarde, eu agi muito mais civilizadamente. — ela inclinou a cabeça um pouco para esquerda, ele acompanhou o movimento.

— Você me chamou de covarde apenas por sair de um joguinho. — Ele exclamou.

Outra risada maldosa, a terceira da noite feita só para caçoar de Patterson.

— Nós dois sabemos que não é sobre o jogo. — ela se aproximou, Leylane olhou perdida para Reginald, ela realmente não sabia o que estava acontecendo. — Eu sei que você gostar de dizer que é um homem mudado, que não curte as mesmas coisas de antes, mas eu vejo em seu olhos que você se lembra.

Não valia a pena fingir que não sabia do que ela estava falando, que não lembrava de como tinha roubado no jogo da garrafa a uma dezena de anos atrás para que ela parasse entre eles. Mas de jeito nenhum ele ia deixá-la ver como o afetava, se ela queria ser uma irônica fujona, ótimo! Dois podiam jogar esse jogo.

— Então, seu ponto é que eu não tenho alzheimer? — Ergueu as sobrancelhas, como se a desafiasse a perguntar se ele ainda gostava dela como antes. Ele estava pronto para negar qualquer afeição por aquela mulher de índole duvidosa.

Infelizmente para ele, sempre tivera uma queda por garotas (e garotos) maus. A protagonista boazinha nunca prendeu sua atenção. A primeira vez que assistiu 10 coisas que eu odeio em você, Kat Stratford foi quem prendeu seus olhos, quando viu filmes da Marvel com o Alex, desenvolveu um interesse questionável por Loki. Era inerente dele se atrair pelo perigo, pelo fogo, por aquilo que ia deixá-lo em pedaços.

Deja Vu ️‍🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms)Onde histórias criam vida. Descubra agora