Ela não deveria estar ali. Ela sabia que não deveria estar ali, era errado, era perturbador e desconcertante. Tentou erguer metade do corpo, para que conseguisse pensar em um plano de escape, porém não conseguiu. Acontece que ter uma experiência de quase morte em um lago frio num dia nublado, te deixava doente. Quem poderia adivinhar?Todo seu corpo doía, da cabeça a ponta do dedão, Julie era apenas músculos doloridos. O nariz estava entupido, e a garganta queimava. Ela odiava ficar doente, odiava! Odiava quase tanto quanto odiava chorar, quase tanto quanto odiava pizza de palmito, quase tanto quanto odiava pessoas que falavam mal de desenhos e filmes antigos na internet. Argh! Eles se achavam tão maduros com aquelas críticas de meia tigela!
Ela estava saindo do foco, o foco não era o menino que detonou Lonney Toones e Gremlin no twitter semana passada, o foco era que ela odiava focar doente, mas ninguém gostava. Era um ódio universal.
No entanto, não havia muito que ela pudesse fazer sobre isso. Ela podia segurar o choro, e evitar pizza de palmito, podia bloquear todos os perfis que a incomodasse nas redes sociais, mas ela não podia fugir da gripe. Não tinha como evitar ficar doente. E isso era uma merda.
Puxou os cobertores até o pescoço, quase desaparecendo na cama grande. O quarto de hóspedes da casa de Patterson, era surpreendentemente bonito, mesclando tons de azul claro, verde água e pérola. A mulher não esperava bom gosto de Luke.
A porta abriu minimamente, e um olho verde azulado apareceu na fresta. Julie não queria reconhecer quanto ela perdeu o controle de sua vida, para estar descabelada e com o rosto vermelho, esperando seu ex namorado e provavelmente a pessoa que ela mais odiava (depois de Grace Kelly, Grace Kelly estava sempre em primeiro lugar, se ela fosse para o inferno, o diabo seria destronado!) ajuda-la a se recuperar.
— Você tá' acordada? — A voz dele viajou até seus ouvidos, estava baixa como se ele não quisesse acorda-la caso estivesse, de fato, dormindo.
Pensou em não responder, e fechar os olhos, para que ele achasse que ela tinha adormecido e fosse embora, mas antes que seu cérebro alcançasse sua língua afiada, a mulher já respondia sarcasticamente.
— Shhhh. Estou dormindo. — Ela abaixou um pouco o coberto vermelho, para que tivesse uma visão melhor dele. Ele abriu a porta por inteiro e deu alguns passos à frente, seu corpo impressionante novamente com um jeans surrado e uma camiseta desbotada. Como um uniforme.
— Você fala enquanto dorme? — Ele arqueou as sobrancelhas enquanto se aproximava dela.
— Sou uma mulher excêntrica. — Respondeu por fim, ele colocou o termômetro embaixo do braço da garota, e Julie tentou ignorar a sensação quente e pungente que lhe subiu pelo braço e enviou um choque por toda sua espinha, quando seus dedos encostaram.
Ela estava doente, as suas reações corporais não eram confiáveis!
— Sim, você é.
— Não sei se devo considerar isso uma ofensa, ou um elogio. — Ela estreitou os olhos para ele, ele encaixou seu olhar no dela, a pegando desprevenida. Céus, ninguém deveria ter essa aparência. Ninguém deveria ter olhos assim, ou sorrir desse jeito, ou dar uma atenção tão intensa para alguém.
Não era justo. Era simplesmente demais para um ser humano comum aguentar.
— Como pode ser uma ofensa, se eu estava apenas concordando com você? — Ele ergue os lábios minimamente, com a sombra de um sorriso ameaçando aparecer.
— Touché, fazendeiro.
Ele balançou o termômetro em sua frente, e logo após encarou-a.
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Deja Vu ️🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms)
Fanfiction❝ - Vai embora! Você parece ser boa nisso. - As palavras cheias de mágoa e amargura saem da boca dele. - Você não tem o direito de jogar tudo nas minhas costas, não tem o direito de me chamar de egoísta. Não tem o direito de dizer que eu fui embo...