- Por favor - Reggie o olhou suplicante, Luke já estava há uns dez minutos ouvindo os pedidos repetitivos do garoto.
- Não. - Repetiu novamente.
- Alex, Willie, Nick e Flynn não vão jogar, Carrie é lésbica, só sobra a Leylane, Luke! - Disse irritado, Luke soltou uma risada curta.
- Mas não é a Leylane que você quer beijar? - Encara o homem, que abre um sorriso débil.
- Desde que me entendo por gente. - Disse com o olhar brilhando. - Mas se estivermos só nos dois...
- Se estiverem só vocês dois as chances de vocês se beijarem aumenta. - Comentou com um toque de humor.
- Ha! Como você anda engraçadinho ultimamente, Caipira. - Disse, Luke soltou outra risada, mais alta dessa vez. - Ué, não vai ameaçar me bater por te chamar de caipira?
Luke deu de ombros.
- Julie não me chama mais assim tem um bom tempo. - Contou ele, Reggie lançou um olhar esperto.
- Não te chama desde que todos nós passamos a te chamar também, aposto. - Falou, Patterson olhe devolveu um olhar confuso. - Não tem mais graça se não é algo só de vocês dois, não é? Aposto até que já arrumou outro apelido.
Fazendeiro...
A palavra girou no cérebro de Luke, então ela conscientemente queria algo que fosse só deles? Como apelidos? Como fazendeiro e Nova York?
Parecia levemente improvável que aquela pessoa inconstante e sarcástica podia guardar sentimentos... mas ele sabia que podia, tinha visto de perto alguns de seus sentimentos, sentido na ponta da língua o gosto deles.- Nah, nada a ver. - Descartou a idéia de Reggie para que ele não desconfiasse das dúvidas rondando os cantos de sua mente.
- Joga com a gente, por favor. - Ele voltou ao assunto novamente, Luke revirou os olhos.
- Já disse que não. - Reggie bateu o pé no chão contrariado.
- Se tiver só três pessoas na roda, a Leyla vai desconfiar que eu fiz tudo isso só para beijar ela. - Reclamou, Luke cruzou os braços.
- Por que você só não beija ela ou pede para beijar ela, sem nenhum jogo infantil envolvido? - Sugeriu.
- Está maluco? Quem disse que ela quer me beijar?
- Você perguntou para ela? - Ele lançou um olhar condescendente para Reggie, que fazia uma careta. - Ah, foi o que eu pensei.
No momento um barulho irrompeu do segundo andar, parecia alguém caindo no chão, depois um grito de Nick, um grito de Flynn e uma gargalhada bem maldosa de Julie. Alex veio correndo da cozinha e parou do lado de seus dois amigos.
- Você sabe que ela não quer descer por causa de você, né? - Reggie mudou de assunto, Alex olhou para Luke como se concordasse.
- Está maluco? Quem te disse isso? - Patterson o encarou sem um pingo de humor.
- Você perguntou para ela? - Questionou com uma voz engraçada, Luke revirou os olhos. - Ah, foi o que eu pensei.
- Ser solteiro é muito chato mesmo, você aí surtando por uma garota que já teve 1.000 anos para flertar. - Alex apontou para Reggie. - E, você que vive fingindo que não se importa com quem sabe que se importa sim.
Luke desviou o olhar.
- Não sei do que está falando.
- E nessa loucura de dizer que não te quero, vou negando as aparências, disfarçando as evidências... - Reggie começou a gritar enquanto ia atender a porta, Alex colocou a garrafa no chão e Patterson se sentou em frente mesmo não planejando jogar. Nick e Julie estavam descendo as escadas. - Mas para que viver fingindo se eu não posso enganar meu coração?
Reggie voltou para sala com Leylane em seu encalço, e alternou o olhar entre Julie e Luke enquanto cantava o último trecho da música. Luke o olhou reprovadoramente.
- Decidiu jogar finalmente? - Nick perguntou se desvecilhando de Julie que ia a cozinha fazer algo e se jogando no meio dos amigos.
- Eu não vou fazer isso, não estamos mais no ensino médio. - Resmungou, Leyla e Reggie se sentaram em volta da garrafa também, ansiosos para o jogo.
Julie voltou para sala, se aproximando da roda.
- Abram espaço para mim, eu vou jogar. - Disse em alto e bom som, ela se sentou ao lado de Leyla e trouxe as pernas para perto de si mesma. Julie levantou o olhar para Luke em uma provocação silenciosa que só eles entendiam, estavam tão imersos naquilo que nem sequer ouviram quando Carrie chegou e sentou-se na roda também.
O olhar dela o desafiavam a negar jogar, vendo se ele amarelaria no último momento. Eles haviam se beijado pela primeira vez em um jogo da garrafa, e de alguma forma, negar participar hoje seria como admitir que as memórias do dia ainda os afetavam, e eles nunca admitiriam que talvez ainda existisse algum resticio de sentimentos passados neles.
Foi há muito tempo atrás, mas Julie lembrava bem desse dia. Louis e Luke haviam terminado há pouco tempo, mas ainda eram amigos, foi um término bastante amigável, estavam com a turma da escola no celeiro de Luke. Julie estava torcendo que a maldita garrafa parasse entre ela e Louis, mas como nada nessa vida segue planejamentos, a garrafa parou entre ela e Lucas Patterson, o ex namorado do menino por quem ela tinha uma quedinha. Não estava feliz, mas não é como se pudesse reclamar, Lucas era lindo, tão lindo como uma pintura renascentista, com olhos verdes como pedras preciosas e um largo e marcante sorriso, isso sem nem adicionar o fato de que era o garoto mais doce em que já havia colocado os olhos, e ela sempre teve uma queda por garotos (e garotas) bonzinhos.
Era simplesmente o tipo dela, nunca entendeu o apelo pelo bad boy de roupas pretas, motocicleta, cigarro, respostas sarcásticas e passado sombrio, não, não, não. O tipo dela sempre fora aqueles que se sacrificavam pelo grupo, que sempre tinha muitos amigos e que coraria se ela fizesse uma piada de duplo sentido.
Sim, sim, uma alma pura. Afinal, qual é a graça de corromper um garoto mal?
Quando viu a faísca nas pupilas dilatadas de Patterson, sabia que ele estava se lembrando da mesma coisa. Do primeiro beijo deles, por causa de um jogo infantil num celeiro aquecido.
- Gira a garrafa. - Luke grunhiu se inclinando levemente para frente, quase fazendo a ponta da bota encostar em Reggie e Carrie.
- Você disse que não gostava desse jogo, que bem ia jogar. - Reggie o lembra enquanto o olha perplexo por sua mudança de idéia. Uma audível risada sarcástica escapou pelos lábios de Molina.
Ele automaticamente desceu o olhar para sua boca e ela mordeu o lábio inferior. Luke olhou irritado para Reginald, enquanto tentava fazer as memórias pararem de borbulhar no topo da sua cabeça.
A risada irônica de Julie tocava repetidas vezes em sua cabeça, como um despertador quebrado.
- Gira a porra da garrafa! - Gritou, Reggie girou dessa vez sem mais perguntas.
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Recomendo ler ouvindo a mídia ; )
Obrigada, trend de dois meses atrás do tiktok que me fez ter essa idéia!!!! Achei que não ia dar certo, mas deu, pq Deus é fiel e o diabo é cascavél.
Vocês gostaram??
Eu adoro esse capítulo!!!!
Hoje eu tô adiantada, até né.
Bisous
D.
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Deja Vu ️🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms)
Fanfiction❝ - Vai embora! Você parece ser boa nisso. - As palavras cheias de mágoa e amargura saem da boca dele. - Você não tem o direito de jogar tudo nas minhas costas, não tem o direito de me chamar de egoísta. Não tem o direito de dizer que eu fui embo...