Passou as pontas dos dedos pela grama verde, desviando os olhos de seus olhos castanhos, trazendo seus pés um pouco mais perto de si.
— Não vai me responder? — Nicolas perguntou, cruzando os braços.
— Parece que você já sabe de tudo. — Julie resmungou, Nicolas sentou sobre a grama à frente dela.
— Foi o Luke que me contou. — Ele disse, Julie encostou as costas na árvore sem dizer nada. Nicolas observava sua reação ao nome do homem, mas ela permaneceu inalterada. — Você não ia me contar?
Julie de repente decidiu que terra era a coisa mais incrível que ela já tinha visto, e que ia manter seus olhos ali na terra incrível, ao invés de no marido intrometido de Flynn.
— São cartas de amor, Julie! — Exclamou, Julie arregalou os olhos e virou a cabeça rapidamente na direção dele.
— Não são, não! — Exclamou de volta. Ela controlou o tom de voz, e deixou seu olhar conferir Julian, que atacava um arbusto com um galho de árvore enquanto gritava coisas como "En garde" e "isso é pela rainha". Julie, definitivamente, não deveria ter deixado ele ver aquela quantidade de filmes medievais franceses. — São cartas sobre... sentimentos.
Ela fez uma careta para palavra, e Nick revirou os olhos, certamente não entendia a aversão inegável dela a emoções.
— Sentimentos antigos, e são mais angustiadas do que apaixonadas, se quer minha opinião. — Disse, pensando na única carta que teve coragem de ler, mesmo já se passando três semanas que as possuía.
— Você já leu todas? — Nicolas perguntou. Julie não queria falar das cartas com ele, Julie não queria falar das cartas com ninguém, Julie não queria falar de nada com ninguém.
Mas não era assim que a amizade dela com Nick funcionava, Nick a irritava até que dissesse algo, insistia até que contasse o que se passava. Sempre foi assim, desde seus dezesseis anos. Nicolas era o único amigo que sabia a maioria de seus segredos, o único que incansavelmente continuava atrás da verdade. Talvez porque sempre fora o mais intrometido entre eles, talvez porque fosse mais paciente que a maioria, talvez porque ele achava que ela merecesse alguém que a ouvisse, talvez porque o mundo achasse que Julie Molina também precisasse desabafar, mesmo que ela mesma não pensasse assim.
— Isso não é assunto seu. — Resmungou Julie, Julian começou a bater violentamente no arbusto.
— Você vai desmatar May Far desse jeito. — Nick disse com um sorriso, Julian pareceu sair do faz de conta por meio segundo antes de pular e atacar, dessa vez, o tronco da árvore atrás de Julie. — Você leu todas?
Julie sabia que se ficasse calada, ou resolvesse desvia o assunto, ele cotinuaria perguntando repetidamente até que ela respondesse.
— Li uma só. — Disse contrariada.
— Por que?
— Porque eu não consegui ler as outras. — Falou baixinho, Nick esperou que ela continuasse. — Eu só... acho difícil. Ele parece tão magoado nas cartas, tão triste, tão perdido, como alguém que teve seu coração partido, como alguém que...
Ela engoliu em seco, e esperou que a queimação atrás dos olhos passassem, se tinha algo que Julie odiava mais que falar de sentimentos em voz alta, era chorar. Céus, preferia que lhe dessem um soco na cara que derramar uma lágrima.
— Como alguém que foi abandonado. — Completou em um baixo tom amargo.
Nick apoiou o rosto no próprio joelho, enquanto comemorava por dentro a pequena vitória de fazer ela conversar sobre ela própria por alguns segundos.
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Deja Vu ️🌈⃤ Juke (Julie and the phantoms)
أدب الهواة❝ - Vai embora! Você parece ser boa nisso. - As palavras cheias de mágoa e amargura saem da boca dele. - Você não tem o direito de jogar tudo nas minhas costas, não tem o direito de me chamar de egoísta. Não tem o direito de dizer que eu fui embo...