• Capítulo Vinte e um •

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Maratona
01/05

Acendo mais um cigarro olhando pro nada, já faz horas desde que a Mariana me ligou mandando notícia e até agora não respondeu uma mensagem minha.

Tô começando a ficar preocupado, Respiro fundo e olho pra pequena dormindo na MINHA CAMA, folgada e pouco, acho que isso é de família. Viro uma garrafa de uísque na boca e olho pela janela aonde eu conseguia ver todo o morro. Obvio que eu escolheria a casa com a melhor vista, o morro é meu, mais não estava me sentindo bem,

Estava sentindo um vazio uma sensação ruim do caralho, hoje demos um vacilo feio, é quase custou a vida da Princesa, perdemos onze dos nossos é o que fica é o medo da próxima invasão, dou mais um gole na garrafa de uísque.

 Você vai ter uma overdose assim — Diz se sentando na cama e coçando olhos com as costas das mãos.

— Não tive notícias ainda — Digo e ela ri com aqueles dentes amarelados dela.

— Tô falando, tá todo apaixonadinho aí, quase botando um ovo.

— Vem cá se já não consegue ir pra casa não?

— Consigo, mais é aquilo né? Irritar o irmão é melhor — Fecho a cara e me sento na ponta da cama.

— Se acha que ela tá bem?

— É da princesa que a gente tá falando Rodrigo se ela não tá ela faz ficar — Respiro fundo e levo o cigarro a boca de novo — Já experimentou contar pra ela o que sente? — Encaro ela sério, que absurdo.

Acho que nunca falaria, e nem vou falar, porque eu não sei o que eu tô sentindo pela princesa, só acho que é atração.

— Vem cá tu ainda tá pegando mulher? Ou tá com aquele cara feio lá — Ela respira fundo e eu encaro ela — Colfoi?

 Vou pra casa tó cheia de B.O pra resolver — Faço uma careta e seguro o braço dela enquanto ela passa pela porta.

— Não era tu que tava falando que queria ter uma relação melhor comigo, fala tu o que aquele otário fez — Ela pisca algumas vezes, e coça o braço.

— Rodrigo eu te conheço..

— Sério? Porque até hoje eu não sabia quem era tu — Reviro os olhos.

 É por isso que você não se dá bem com a baronesa, vocês são irritantes na mesma proporção — Reviro os olhos.

— Muda de assunto não falou, abre o bico — Ela se senta do meu lado jogando o corpo na cama deixando só as pernas pra fora da cama.

 O idiota me traiu — Pisco algumas vezes, e desvio meu olhar pra ela.

— Onde ele mora? — Me levanto da cama e ela se senta me encarando.

 Pra que tu que saber?

— Um bagulho aí — Nem olho pra ela, ia cobrar esse palhaço aí mermo, mó palhaçada isso, só não posso falar nada porque eu fazia o mesmo com a Marcela — Onde?

 Aí meu Deus, vou falar não Rodrigo, você é igual o papai talvez até pior sei muito bem o que tu tá pensando.

— é tu tá defendendo ele porque? Tá sendo corna mansa não né Mirella? — Ela revira os olhos.

— Deixa ele na dele po, o castigo dele vai ser o próprio tempo, eu não vou correr atrás pra mostrar o que ele perdeu, ele vai descobrir sozinho — Dou um sorriso de lado — Que foi?

— Aí na moral mó orgulho — Ela ri balançando a cabeça em negação, e meu telefone toca.

— Manda.

Mariana: Tô no quarto com ela, acabou de acordar tá tomando sopa.

Princesa: Cala a boca Mariana tá falando com esse arrombado porque?

Dou um sorriso ao ouvir a voz dela.

 Ai na moral deixa eu falar com ela aí.

Princesa: É dinheiro? Porque se não for nem adianta vir de papinho.

Como é que tu tá o mandada?

Princesa: como é que eu tô, ce sabe que eu levei dois tiros né? Como é que ce acha que eu tô palhaço.

Dou risada ao ver que até depois da cirurgia toda dopada a garota acorda de mau humor, vou te falar viu.

— Tu me respeita cara.

Princesa: Respeita o caralho se sabe que eu tô doente né? -Finge uma toçe- posso te xingar a vontade, você não poderia cobrar uma doente.

— Princesa acho que vou mudar teu nome pra garota drama, tu não tá doente tu tá de recuperação.

Princesa: Tô no hospital do mermo jeito não tô?

 Vai tomar sua sopa vai.

Escuto a risada dela e meu coração acelera, Encaro minha irmã que fazia corações com a mão, reviro os olhos.

Princesa: Minha sopa e bem melhor do que você, fé.

Fê.

 Tu tem que parar de ser assim pequena — Ela ri.

— Esse é meu jeito anjo, já devia ter se acostumando — Reviro os olhos, e pego meu rádio, e saio do quarto.

— Po quem tá de Platão — Espero um pouco até alguém responder.

Vini: Manda patrão.

 Vai no postinho aqui do morro mermo tá ligado, manda abrirem uma vaga lá, pode falar que foi ordem minha mermo, quarto separado pra princesa.

Vini: Jae.

Caminho até a cozinha morrendo de fome, e pego um pacote de biscoito no armário, eu encho esse armário de biscoito, consigo ser mais viciado em biscoito do que em maconha.

Talvez isso seja bom, talvez não, pequena desce as escadas toda arrumada.

— Já vai?

— Porque vai sentir saudades? — Reviro os olhos — Você ainda tem essa mania — Caminha até mim pegando o biscoito da minha mão, e eu Encaro ela feio — Que foi também gosto de biscoito.

— Tu não ia embora? Mete o pé, vai vai vai — Empurro ela te a porta e tomo meu pacote de biscoito da mão dela.

— Credo Rodrigo, para eu ein, só por causa disso eu vou ficar Mai... — O rádio dela começa a tocar, e ela bufa revirando os olhos — Coe porra tenho um minuto de paz nesse caralho não?

Lúcifer: Olha como tu fala comigo pequena  Ela arregala os olhos e eu seguro a risada.

— Se fodeu — Digo em voz baixa e ela fecha a cara me mostrando o dedo do meio, e sai caminhando com aquele bando de vapor atrás dela. Balanço a cabeça em negação e me jogo no sofá. Terminando de comer meu biscoito.

Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora