• Capítulo quatro •

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Vou pedir pra se retirar do carro por favor — me entrega os documentos.

— Acho que isso não vai ser necessário — dou um sorriso gentil, mais morrendo de ódio, se eu trombo com Rd em uma hora dessas eu não evitaria em deixar o filha da puta desfigurado.

Tenho regras a seguir, então vou pedir que a senhorita se retire do carro — abro a porta saindo do carro enquanto eles me revistam, vejo o outro policial chegar com um dos pacotes de cocaína que tava no porta malas — Olha só — me olha pegando o pacote da mão do outro polícial, enquanto outro coloca a a algema no meu braço, eu vou Matar o RD.

Me colocaram na viatura e foram pra sei lá onde.

(...)

Eu estava em uma sala pequena onde só havia uma mesa e duas cadeiras, tinha um telão preto na minha frente, já assisti filmes o suficiente pra saber o que se encontra atrás dele.

Vejo a porta ser aberta e um cara entrar mais dois policiais, ele se senta na cadeira, e os outros dois ficam parados apenas de olho, reviro os olhos e encaro o embuste na minha frente, que tinha um bigode feião, me controlei o máximo pra não rir.

Verme: Vamos começar Vivian?

— Se tivesse começado ontem, hoje faria dois dias — estou totalmente largada na cadeira com as mãos algemadas, pensando seriamente se eles me acham tão perigosa assim para ter que ficar com três policiais dentro dessa sala minúscula, consigo sentir o odor de testosterona.

Verme: De quem era as drogas — Esse cara é completamente doido de achar que eu vou dar uma de X9. Bem que poderia, ferrar com o Rd um pouquinho ia me fazer tão bem, mais não sou dessas.

—Você viu o novo álbum do Xamã e bem legal né? — ele me encara revirando os olhos — Aliás qual teu signo? Tá com cara de capricórnio, da pra ver avareza em seu rosto.

Verme: De quem é as drogas? Sem tempo pra brincadeira.

— Minhas — ele me encara surpreso, talvez por eu tá assumindo a culpa de carregar kilos e mais kilos de drogas. Ou so por me achar burra mesmo, não julgo tô me sentindo uma idiota nesse momento.

Verme: Nos dois sabemos que isso não é verdade.

— Legal, já te falaram que teu bigode é interessante — vejo ele levantar uma das sobrancelhas — Olho doutor, o que tu faz com a pistola quando chega em casa? Deixa ela qualquer canto? Ou tem um gaveta só dela? — pergunto com deboche e ele me encara serio.

Verme: Eu enfio no cu — Prendo o riso encarando a cara de idiota dele.

— E você tem cara de quem curte essas coisas — Ele fecha a cara e respira fundo.

Verme: Eu posso diminuir sua pena, e te ajudar se você colaborar, não vai ficar nem dois meses na cadeia.... — aproximo meu rosto do dele.

— Você acha que eu nasci ontem? Eu falando ou não falando vocês vão me prender nesse caralho, já falei que essa porra é minha, se tu não acredita o problema é seu —  volto a me encostar na cadeira novamente vendo ele me olhar com raiva, ele fecha o caderno com brutalidade e sai da sala.

Eu ein, ogro sabe nem conversar.

(...)

021 RJ
Presídio feminino
5 meses depois....

Sabe aquela famosa frase? "É só nós momentos difíceis que vocês conhecem quem são seus amigos de verdade".

Descobri que o "Amigo" do RD armou pro mesmo, e a tal carga já era de se esperar não chegar no local certo.

E tá aí cinco meses se passaram, 20 semanas no total, e o idiota do RD não deu um suporte.

Aqui e coisa de outro mundo, você tem que aprender na marra, a ficar calado e a observar, saber exatamente a hora de falar e o que falar, se não vão te infernizar pro resto da vida.

No início desse inferno eu conheci uma garota, não que eu depositária toda a minha confiança nela, já que aqui não tem isso, é cada um por si e cada um no seu quadrado, o nome dela é Jane.

Mais ela ao contrário de todos que eu julgava ser meus amigos me ajudou bastante e me apresentou pra uma tal de pequena, ela e a patente alta do CV e já tá por dentro de toda minha história.

Falou que o RD é irmão dela e que ele não dava notícias faz oito anos, ela topou me ajudar, mais em troca quer serviços meu pro comando, já que eu tenho uma fama boa lá dentro.

Mais como eu disse não se confia em ninguém aqui dentro, e assim que a Jane descobriu que a Pequena estava me oferecendo um cargo alto no comando endoidou.

E se juntou com um bando de pau mandando fazendo da minha vida um inferno, ou melhor tentaram né? Aqui é fã do Ret meu amor, ainda duvidam que eu seja o diabo?

Verme apareceu falando que o banho de sol já tinha acabado, mandando a gente voltar pra cela, graças a Pequena eu consegui ser uma das privilegiadas aqui dentro, mas não é nada demais apenas algumas regalias.

Entro na minha sala me jogando na cama, e vendo o resto das presidiárias passando pelo corredor, vejo a Jane que me encara com raiva e eu mando um beijinho no ar pra ela que revira os olhos e continua andando.

Estava quase pegando no sono quando escuto baterem na grade da cela, me sento na cama avistando o cu azul.

Verme: visita pra tu — me levanto e vou até o mesmo que abre a cela e me algema levando até a sala de visitas.

— Olha pequena eu não imaginava.... — digo assim que abro a porta mais paro ao ver que quem estava lá era o RD — Tá fazendo o que aqui? — O verme sai da sala deixando eu e ele sozinhos.

Rd: Bom te ver também, eu estou ótimo — ele se levanta e passa a mão no rosto e olha pro nada — Imagina, eu passo a porcaria de 5 MESES ESTUDANDO ESSA PORRA DESSE PRESÍDIO

— Para de gritar porra sou surda não caralho — Ele me encara

Rd: cada sala cada duto de ar, arrumando um plano bem pensado, pensando em cada ponto que poderia dar errado, pra tirar você daqui — Eu ainda o encarava calada, puxei a cadeira me sentei continuando a encarar o mesmo, com uma sobrancelha arquiada — Sabe fiquei tão surpreso quando chegou pra mim que tu tava tramando mais a minha irmã.

— Como você entrou aqui, tua ficha tá suja, se tem certeza que vão te deixar sair? — perguntei ignorando completamente os outros dois minutos de esteria dele.

Rd: Dei o cu pra eles tudo — segurei o riso — paguei né Princesa tudo nesse país só funciona assim com dinheiro, você tava falando com a minha irmã.

— Sim eu tava, alias gente boa ela, nem parece que é sua irmã — ele revira os olhos e se senta.

RD: Você tem que parar de falar com ela.

— Que? Eu não vou parar de falar com ela, porque você tá com, sei lá...seu ego ferido.

RD: Princesa eu tô falando sério...

— Me de um motivo — Ele respira fundo e me encara nervoso.

*Não se esqueça do seu fav e do seu comentário.

Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora