• Capítulo Trinta e nove

8.8K 749 107
                                    

Termino de comer minha quentinha, fiquei conversando horas com a tia Ju, ela ficou cansada e foi deitar deixando a pensão na mão da Evelyn.

Vejo o Silas entrando na pensão com a cara mais lavada do mundo, ele se senta do meu lado e pede uma coca-cola e a Evelyn vai buscar enquanto ele fica olhando pra bunda dela. Dou um tapa na cabeça dele que me encara sério.

— Respeita minha irmã o seu sem futuro — Me viro e encaro ele — As duas Silas eu não tô brincando — Ele coça a cabeça já sacando que eu sei de tudo.

Silas: Porra, ela já te contou?

— É, ela me contou — Respiro fundo.

Silas: Acho que essa é a hora que eu saio de fininho, tentando ainda ter a minha vida...

— Silas, aqui papo dez tá ligado, tu tem fiel, e eu não quero irmã minha sendo amante de mavambo — Digo um pouco alto para que a Evelyn que tava trazendo a coca ouvisse, e ela Revira os olhos — Então ou tu resolve o que tu tem pra resolver com aquela tua fiel chifruda e assume a Mariana,ou você se afasta — Ele fica calado olhando pro nada.

Silas: A Cristal tá grávida — Respiro fundo.

— Então fica longe da minha irmã — Me levanto pra sair dali.

Silas: Ai e que tá, eu não consigo po — Encaro ele seria — Tua irmã e diferente Princesa e no fundo nós dois sabemos disso, eu não consigo,tu acha que eu não tentei? Eu tentei po, desde quando ela apareceu eu guardava pra mim que era só fogo, fiquei com a Cristal pra ver se tirava ela da cabeça, mais não teve como cara, e olha que ela nunca nem tinha olhado na minha cara direito — Me sento no banco de volta e olho pra cara dele — Naquele dia que o Rd me pediu pra levar ela pra casa eu não aquentei, e dei um celinho nela, ela me olhou por um tempo e saiu do carro sem dizer nada, então a gente meio que ficou nisso sabe, ninguém tocava no assunto, mais vivíamos se encarando por aí.

— Resolve o problema com tua mulher, enquanto tu não resolver, e bom ficar bem longe da Mariana — Ele respira fundo e eu saio da pensão subindo o morro.

Entro em alguns becos, cruzando outros quando eu tava perto da boca bate de frente com o Leo, faço toque com ele, e a gente começa a subir junto.

— Tava lá na Ju — Ele me encara acendendo o baseado.

Leo: Tá tudo tranquilo por lá?

— Tá, ela só tá bolada falando que a gente nunca aparece por lá — Pego o baseado da mão dele botando pra subir.

Leo: Prefiro evitar, toda vez que eu vou eu brigo com a Evelyn, tem como não saca — Respiro fundo.

— Fiz uma proposta pra ela hoje — Devolvo o baseado e ele para, me fazendo parar também.

Leo: Que tipo de proposta?

— Dela sair do morro —Ele da uma risada nasal desacreditado — Se ela decidir isso eu pago uma faculdade, tá na hora dela pensa do futuro Leo...

Leo: Já passou da hora Vi, mais tu acha que ela liga? Evelyn tá nem ai pra nada não, acha que eu já não tentei tirar ela daqui? Da um futuro bom tá ligado, um lugar bom tirar ela e a mãe dessa favela? Ela é muito cabeça dura po já até larguei de mão.

— Não é assim Leo...

Leo: E como então po, Tem solução pra Evelyn mais não, a mina já fez o futuro dela.

— Para Leo — Ele ri pelo nariz de novo e eu encaro ele seria — Que Porra e essa Leo? — Passo a mão na barba dele vendo um po branco, ele Revira os olhos e ia saindo mais eu seguro o braço dele virando ele de uma vez colocando contra a parede do beco — Que porra e essa?

Leo: Não é nada porra, solta Vivian que caralho — Coloco meu joelho entre as pernas dele, ele e bem mais forte que eu, essa é minha única garantia que ele não vai fazer nenhuma merda.

— E por isso que tu parou de ir na tia Ju? — Ele fica quieto — Responde caralho.

Leo: E PORRA É — Ele grita.

— Caralho — Dou um soco na cara dele — Tu fala direito comigo.

Leo: Porra princesa — Passa a mão no rosto e olha pra ver se tem sangue, bem que podia ter.

— Tu não imagina o quanto eu quero quebrar tua cara, Leo eu tô com um odio tão grande de tu — Ele me empurra se afasta e passando a mão no rosto — Tá usando desde quando? — Ele fica calado — Fala Leo porra cara.

Leo: Já tem uns dois meses — Respiro fundo.

— Porque tu começou a usar?

Leo: Eu encontrei meu pai — Respiro fundo.

A Ju nunca falou do pai do Leo e da Evelyn, nunca o conheci não sei nem o seu nome, a única coisa que eu seu e que ela permitiu que a gente soubesse é que ele só fez mal a ela.

E o que ela tem a certeza e de que se ele encontrasse o leo ou a Evelyn ia fazer um estrago enorme.

E agora eu to vendo.

— Vamo pra casa po — Acompanho ele até a quitinete dele, e uma casinha pequena no segundo andar de uma casa embaixo morava outra família.

Ele sobe e eu respiro fundo, volto a subir o morro e chego na boca em alguns segundos.

— Cadê o chefe?

Df: chegou tem uns dez minutos, tá na lage po.

Assinto e tiro a ceda e a folha do bolso montando um baseado enquanto subia a lage.

Rd: Não quero saber, eu tenho cara de otário eu? Te dou vinte e quatro horas ze, sem enrolação, ou tu já sabe ode tu vai parar — Ele falava com um cara que estava apavorado, ele assente e desce da lage o mais rápido possível olho até ele sumir lá em baixo, quando eu me viro o Rd tá me encarando sério.

*Não se esqueça do seu fav e do seu comentário.

Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora