• Capítulo Vinte e cinco •

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Maratona
04/05

Acordo na casa do RD filha da puta me enganou direitinho, ontem depois de sair daquela casa eu fiquei malzona pra caralho.

Talvez pelo fato de sempre ter desejado uma família, uma ao qual eu me encaixa-se e nunca encontrei, RD me trouxe pra cá e a gente passou a noite junto.

Chego na pensão da Ju dando de cara com a Mariana que estava sentada em uma mesa com um monte de livro ao redor, os livro grossão po dava pra usar como pneu de trator, tenho até dó das perninhas da mesa.

— Me vê um biscoito Ju e uma latinha de coca — Ju assente e eu me sento de frente pra Mariana que tava com as caras enfiadas nos livros — Tá estudando o que aí po? — Ela me encara.

— advogacia — Da um sorriso fraco de lado, e eu Assinto olhando pra pracinha onde tinha um monte de criança brincando.

— É porque não tá estudando em casa? — Ela respira fundo.

— Só queria um lugar sossegado.

— É escolheu a pensão da Ju? — Ela ri, passando a mão na cabeça.

Só depois que eu fui perceber que o único lugar calmo no morro é a minha casa.

— É essa tua faculdade aí, tu paga quanto po.

Tirando livros nada, eu passei no Enem ano passado, então tô em uma faculdade pública — Fico quieta por um tempo, ontem pensando assim sozinha, cogitei a ideia de conhecer a Mariana melhor.

—Leo — Grito vendo ele entrar dentro da pensão, ele se aproxima e me encara.

— Fala princesa — se aproxima e da um beijo na minha cabeça.

— Pode guardar esses livros pra mim, depois eu venho pegar? — Ele assente pegando alguns livros e levando pra dentro e a Mariana me encara sem entender — Vamo sair um pouquinho po — Ela pensa um pouco e logo se levanta pegando somente a bolsa.

Saio da pensão logo depois de dar um beijo na Ju, e começo a subir o morro.

— Sempre quis ser advogada? — Pergunto entrando em alguns becos com ela logo atrás.

— Na verdade não — começo a caminhar mais devagar ficando lado a lado com ela — Sempre quis ter um negócio próprio sabe? Uma rede de hotéis ou restaurantes, meu sonho sempre foi levar isso não só nacionalmente mais pra gringa também — Fico um pouco em silêncio.

— Você pensa alto Mariana, eu já fui assim — Dou um sorriso de lado sem mostrar os dentes - O RD SEU DOENTE DEIXA O GAROTO EM PAZ CARALHO — Grito assim que vejo ele fazendo hora com a cara de um menino que passava ali perto, pego na mão da Mariana e caminho mais rápido até lá.

Chego perto e vejo ele rindo da cara do garoto que não estava nem aí pra ele.

— Qual foi? Que que esse idiota fez — Pergunto pro garoto que me olha, ele tava com um isopor na mão.

— Ihhh tia esse cara é chato pa caralho — Diz e o RD continua rindo, balanço a cabeça em negação e o garoto ainda me encarava — Tá me zuando falando que eu pareço com o Teco —  Encaro o RD com os braços cruzados e ele levanta os braços em rendição.

Teco era um bebun de 50 anos que vivia largado ai pela rua.

— Tu não tem limites né Rd — Encaro o garoto me abaixando na altura dele — Qual teu nome po.

— Felipe tia mais minha mãe me chama de Lipe — Assinto encarando ele.

— Tá vendendo o que aí Lipe? — Aponto pro isopor.

— Empadinha — diz e eu Assinto.

— É Aí dentro tem quantos reais de Empadinha? — Ele encara o isopor.

—150 — Assinto tirando o dinheiro do bolso, do duzentos reais pra ele.

— O troco é teu beleza? — Ele assente — Me dá cinco Empadinha aí e o resto tu pode levar pra vender jae? — ele assente e eu me levanto sentindo o olhar da Mariana e do RD sobre mim.

O garoto me entrega os Bagulho e sai de perto com um sorrisão no rosto. Me levanto encarando o RD.

— Me empresta o seu carro? — Peço da forma mais fofa que eu posso e ele revira os olhos.

— Não! — Reviro os olhos e continuo encarando ele por um tempo.

— Tem certeza? — Ele franze o senho e continua me encarando — Ok então... — Olho ao redor vendo o Silas. — SILAS — Grito e ele que tava mechendo no celular com a fiel do lado me encara, assim como ela que já fica emburrada.

— Manda — Se aproxima ainda com a garota do lado.

— Porque que você tem um carro no trabalho mermo? — Ele faz uma careta.

— Porque eu sou um piloto de fuga? — Faço uma careta concordando.

— Cadê as chaves do seu carro?

— Silas n... — Rd tenta falar mais eu corto ele.

— Sussega RD que o papo não é contigo — Ele fica emburrado e eu continuo olhando pro silas que tira as chaves do bolso e me mostra, pego da mão dele e caminho até o carro — Parabéns hoje você vai trabalhar com o carro do seu patrão, e só pegar a chave com ele — Entro de um lado e Mariana de outro sorrindo.

Ligo o carro e vejo o RD bufar tirando a chave do carro e jogando pro silas, começo a sair dali quando o RD pula na minha janela colocando a cabeça pra dentro.

— Vai aonde?

— Te entregar pro inimigo, Virou meu pai porra? — Ele revira os olhos.

— Princesa a pista tá quente pra tu, que cair em cana de novo? — Reviro os olhos.

— Relaxa que dessa vez não vai rolar nada comigo, vai gerenciar seu morro vai — Ele respira fundo e se afasta.

— Se tu cair em cana não vou mover um dedo pa tu sair de lá, se liga...

— Se liga tu né? Só vai fazer a mesma coisa da última vez — Ele bufa e eu dou um sorriso de lado saindo dali.

— Aonde a gente vai? — Mariana diz colocando o sinto e eu Respiro fundo.

— Me conhecer um pouquinho mais.

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Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora