• Capítulo Dezesseis •

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Acordo e me sento na cama olhando ao redor, depois de um tempo olhando pro nada, e pensando em nada, eu me levanto e vou até o banheiro, escovo os dentes, e tomo um banho.

Saio enrolada na toalha e vou pro meu quarto, pego uma blusa que mostrava a barriga, ela era divida no meio um lado era rosa claro, e o outro era azul claro.

Pego um short jeans claro e me visto, calço meu chinelinho branco, pego meu celular e dinheiro colocando na capinha do mesmo e saio do quarto indo pra sala, e vi ela ainda dormindo lá.

Reviro os olhos e vou até a cozinha começo a fazer um café e escuto a outra levantando.

 Bom dia — Diz indo pro banheiro, não respondo mantenho meu foco no café, ela demora um tempo lá dentro e um celular começa a tocar.

Sei que não é o meu, porque o meu com certeza não tem o toque de música internacional.

Ela sai do banheiro e corre até a sala pegando o mesmo e se sentando no sofá.

 Oi mãe? — Me sentei no balcão olhando pra ela enquanto bebia o meu café — Tá, tá tudo bem sim, e a senhora como é que tá?... hmm...E o David, tá melhor?...Papai já foi trabalhar?...Não mãe...Sim eu consegui sim...Mãe acho melhor não...Como se a senhora soubesse de alguma coisa...Mãe não é tão fácil assim...tchau mãe — Ela desliga e respira fundo e a porta é aberta bruscamente revelando o Leozin e o Vini, que encara a Mariana sem entender nada.

— Coe, e a porra da educação? Se quebrou minha porta vocês vão pagar — Digo e o leozin revira os olhos e caminha até a cozinha, enquanto o Vini se joga no puf — Vou na delegacia denunciar vocês, vão ficar pegados po 150 nas costas — Vini ri.

— Vai lá então po, denunciar a gente, tu nem sai de lá — Vini filho da puta rebate meu argumento jogando outro muito melhor, encaro o Leozin que ria.

— A vai te foder— Digo é tampo a porcaria da garrafa de café.

— Não senti nem um pouco de falta desse teu humor — Leo diz é se senta do meu lado e toma um gole do meu café.

— Uma pena porque eu não tô nem aí — Ele encosta a cabeça no meu ombro e começa a mexer no celular.

— Patrão mandou missão pra nós — Encaro ele seria.

— Aonde?

— Jacarezinho, mandou ajudar um parente dele lá — Encaro ele séria.

— É como que eu vou atravessar pista pra outro morro Leozin, porra esse caralho tá quente pra mim, qualquer coisinha eu caio na tranca de novo, e dessa vez não tem ajuda que me tira não — Ele respira fundo.

 Eu não entendo essa mania sua de achar que reclamar com a gente vai mudar alguma coisa — Vini grita lá da sala e eu reviro os olhos, e Mariana só encarava tudo sem falar nada.

— Eu não vou não — Digo e me levanto e os dois me encaram.

— Patrão vai vir atrás de tu — Dou de ombros e viro o resto do café na boca.

— Quem vai ficar no comando da boca principal hoje? — Me levanto lavando a xícara e colocando ela no secador.

— O Silas porque?

— Porque era o silas, agora sou eu, se quiserem leva ele com vocês — Eles dois revira os olhos e passa o rádio pro silas, saio de casa junto deles, e pego uma carona até a boca principal, desço e eles começam a falar com o silas lá, e depois de alguns minutos os três saem.

Subo pra Lage e Começo a enrolar a ceda, Puxo um caixote olhando lá pra baixo, morro tava quieto hoje tinha pouca movimentação.

Vejo o encosto chegar e estacionar a moto de frente pra boca e sumir lá pra baixo... 1...2...3

— Coe? — Sabia, da até vontade de ri, Encaro ele seria e volto a olhar pro pé do morro, ouço ele suspirar fundo e puxar uma cadeira velha se sentando do meu lado — Era pra tu ter ido com os moleque...

— É cair em cana outra vez né? Tu é burro? Porque eu não, passei tempo suficiente naquele Bagulho quero voltar pra lá de novo não RD — Ele passa a mão no rosto e puxa o baseado da minha mão.

 É tua irmã?

— Mariana RD, não me faz perder a paciência contigo — Ele respira fundo.

— É a Mariana? — Encaro ele.

— Tá querendo saber porque? — Puxo meu baseado de volta e dou um tragada.

— po curiosidade...

— Curiosidade matou o gato...

 É a necessidade fez ele latir — Encaro ele puta da vida e ele ri.

— Tá bem po, dei o dinheiro pra ela, disse que ia embora hoje mais não sei não — Ele tira o olho lá de baixo e me encara coçando a cabeça — Que foi? — Ele aponta lá pra baixo e eu olho vendo a Mariana chorando toda vermelha, ainda com a minha blusa e o short que nem parecia short.

Puta merda viu, me levanto e o caixote cai no chão e o RD se levanta atrás de mim, desço as escadas e os meno não tava deixando ela entrar.

— Colfoi meno, palhaçada aí — Vejo que era o Mete fundo, ele me encara serio.

— Tu não falou de nenhuma irmã, e pelo que eu saiba tu é órfã — Não gosto desse cara, já quase meti bala nele um tanto de vez. Sorte dele e sempre o Vini que aparece em momentos mais inoportunos.

— Solta a mina aí parceiro — Ele solta ela e ela vem até mim, e me... Abraça? Ela me abraça?

Encaro o RD que dá de ombros, olho ao redor geral olhando pra bunda dela.

— Coe? Querem mermo perde a cabeça? Tão olhando o que caralho? — Eles viram o rosto na hora e eu afasto ela, que chorava muito — Sobe —  Aponto pra escada da laje e ela sobe sem nem falar nada.

— As vezes acho que tu tem mais moral nesse morro do que eu — RD diz olhando pros vapores que nem pra gente olhava mais.

— Quando eu começo uma coisa RD, e pra valer, isso não é moral, é respeito, eu respeito eles, bom a maioria, e eles me respeitam também — Ele revira os olhos e eu subo a Lage atrás da outra lá.

*Não esqueça do fav e do comentário.

Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora