• Capítulo Um •

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Princesa🌪️

Acredito eu que tudo na vida tem um propósito e que nada é por acaso, também tenho a fé de que todos um dia vão conseguir tudo aquilo que deseja aquilo que realmente o faça feliz.

Mais também acredito na lei de Murphy, e sim eu faço parte das poucas pessoas que estão designados a tudo na vida dar errado.

Sou Vivian tenho 23 anos todos aqui no morro me conhece por princesa, e aquilo né ninguém queria tá nessa vida mais infelizmente alguns não tem o direito de decidir o futuro, ou era isso ou era morar na rua e passar fome.

Aos quatro anos meus "pais" me deixaram na rua a mercê de todos os perigoso possíveis, tenho uma raiva profunda deles  por conta disso, ao longo de toda a minha infância fui pulando de orfanato a orfanato, até cansar de toda essa merda e fugir daquele lugar horrendo.

Aos 17 anos tive que entrar para essa vida já que não conseguia mais me sustentar e sustentar meus desejos trabalhando de garçonete no bar, no começo de tudo eu só vendia de esquina em esquina, e agora estou aqui na boca principal, fico na área da contabilidade e as vezes, só as vezes eu fico na contenção do chefe.

Além de minha pessoa na boca só trabalha mais uma mulher isso porque ela é irmã do leozin o gerente da boca geral, ela é a única amiga mulher minha, até porque todas nesse morro sempre que me veem ou fecha a cara ou me olha com deboche.

Não acredito em amizade feminina no morro, aqui é cobra comendo cobra, muitas que fingem ser tua amiga, mas sempre acaba com elas te apunhalado pelas costas ou te abandona no momento que você mais precisa.

Todos falam que eu tenho muita marra, mais é porque eu não me abro a qualquer um, sou sempre muito desconfiada e acho sempre que vão me apunhalar pelas costa e me deixar a beira do rio Nilo, pra ser devorada por crocodilos.

Não acredito muito no amor, até porque a realidade que eu vivo faz eu desacreditar cada vez mais, o crime não é um mar de rosas, nada aqui é fácil, quando você entra pra essa vida, você pensa, tudo vai ser mais fácil, minha vida vai melhorar.

Mais não é assim não amor, o crime te machuca, te destrói e te quebra por dentro, não entre achando e vai ser tudo um mar de rosas, porque não vai.

Pros menor que está desistindo de correr pelo sonho pra correr pro crime eu só digo uma coisa: Cadeia não é mamão e o crime não é bombom, então usa a mente pro certo que a vida não é filme🎶

Coe princesa tá viajando aí po? Patrão tá chegando deixa ele ver tu de marola sem fazer nada pra tu ver só o esporro, tu sabe que ele é estressado — Silas diz subindo a laje e me tirando dos meus pensamentos. Silas é um brother, companheiro pra caralho, tá contigo pro que precisar saco? Tá comigo desde muleque, e me abraçou nessa ideia estúpida de entrar pra essa vida. Além de ser um bom amigo, é um ótimo piloto de fuga, muleque e brabo po.

— Coe já chega assim? Da nem bom dia nessa porra, e a consideração? — digo fazendo o toquinho com ele e voltando a me encostar na pilastra da laje e ele fica do meu lado. O dia tá calmo hoje, e por volta das sete da manhã, passei a noite em claro, tô querendo uma folga, de pelo menos um dia pra passar com minha mãezinha do coração.

Dona Ju dona de uma pensão, na rua vinte e seis, meio do morro, eu amo essa mulher, me pegou e me criou como se fosse filha dela mermo, aí chamo de mãe mermo, apesar de tudo a mulher tem mo orgulho da pessoa que eu sou.

— Porra só tô dando o papo, daqui a pouco leva esporro do patrão e nem sabe o porque — disse tirando a ceda do bolso e começando a bolar um.

— Custa muito, eu levar esporro, tu sabe como eu sou, ou eu tô certa ou eu tô certa po — digo fazendo o mesmo rir de lado negando com a cabeça. Poucos tão acostumados com esse meu jeito, Silas e um deles, mais comigo sempre foi assim, certo pelo certo tá ligado? Ou tu cola comigo, ou eu faço da tua vida um inferno, patrão vive me metendo o esporro, faço a Katia e fingo que nem tô ouvindo, custa muito uma pessoa mudar meu jeito e a forma de como eu faço as coisas, podem achar ruim, mais no final é o mesmo certo pelo certo.

Isso ae, vai debochando mesmo, depois não diga que eu não avisei, tô te passando a visão tu tá ligada né, ou abraça ou é abraçada — diz e dessa vez sou eu que do risada.

— Meu filho, olha bem pra mim, eu sou empoderada, eles podem até passar por cima de mim hoje, mas amanhã eu atropelo eles, comigo não tem essa não Silas, ou eu tô certa ou eu tô certa po — digo pegando o Beck da mão dele.

— Coisa linda, os bunito sem fazer nada — Leozin disse subindo na laje — patrão pegar ia ser mais lindo ainda — disse chegando do meu lado e passando a mão no meu pescoço e me fazendo revirar os olhos — ae patrão que tu na contenção dele hoje — Leozin e filho biológico da dona Ju, muleque responsa pra caralho, ajuda a mãe e a irmã nas paradas, quando eu não posso dar assistência ele arruma um jeito de dar pra elas e me ajudar nas paradas ainda, não foi surpresa nenhuma quando o Rd colocou ele como braço direito, aí meu irmão e sub-dono do morro todo tá ligado, mo orgulho desse muleque.

— Tá de brincadeira né? — digo nervosa e ele nega — Porra Leo eu passei a noite toda aqui na boca adiantando as porcarias dos Bagulho pra poder ficar hoje livre, e tu me vem com essa, caralho quanto mais eu me livro mais pica vocês enfiam no meu cu — digo e o Silas da risada fazendo eu o encarar feio, só pode ser brincadeira, Rd tá querendo acabar com a minha vida, e outra isso se eu não cair no sono no meio do plantão, sou boa no que faço, mais não sou de aço não, tenho que tirar minhas folgas também, e outra já tinha prometido pra dona Ju que ia com ela fazer compras, mais que caralho viu.

— Foi mal ae princesa mais tu tá ligada que não sou eu que decido essas parada, foi o patrão, ordens de cima — diz e eu reviro os olhos mais uma vez — e melhor tu ir logo, antes que ele mande arrancar tua cabeça.

Desço as escadas colocando a peça na cintura e trepando na moto partindo pra casa do chefe, porra eu fico bolada com uns Bagulho desses trabalhei a noite toda me entupi de cafeína pra tirar o dia de hoje, e o RD me apronta uma dessa.

Paro em frente a casa do RD onde já tinha alguns vapores e me encosto na moto esperando a princesa, mais já escuto de longe a voz da Marcela, você só pode tá de brincadeira, abaixo a cabeça massageando as minhas têmporas.

— Por que essazinha vai? Eu não gosto dela, o RD...

— Olha só fala pro teu marido que tu não gosta de mim, e fala pra ele me mandar pra casa, porque hoje era pra mim ter tirado meu dia, passei a noite toda em claro, pra poder....

— Poder o que porra, ordem minha tu vai e pronto, se tu dormiu ou não aí o problema já é seu — Rd diz brotando de narnia atrás de mim me fazendo dar um pulo, reviro os olhos e encosto de volta na moto — Cala a boca Marcela antes que eu deixe você aqui, fica cheia de neurose Bagulho mo chato — disse e a Marcela me encara.

Se ela for eu não vou — diz cruzando os braços e parando em frente a porta da casa, criança pa porra.

— Porra namoral, vão continuar nessa DR sem fim? Posso ir pra minha casa, vai ser um grande alívio tanto pra mim quanto pra essa daí o — digo e a Marcela abre o bocão, pra falar algo mais o RD e mais rápido.

*Não se esqueça do seu fav e do seu comentário.

Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora