• Capítulo Trinta E Dois

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Carmem: Espera nada Emerson, você viu muito bem como essa garota me tratou, você ainda quer ela dentro da minha casa? — dou sorriso de lado "minha casa".

Emerson: Cala a boca Carmem você já falou demais — ele encara ela por um tempo, e depois volta a me olhar — Será que a gente pode conversar?

Encaro o rd que me encara de volta mas não diz uma palavra, e não esboça nenhuma reação.

Balança a cabeça em confirmação e o Emerson aponta para o corredor, respiro fundo e vou atrás dele, ele para em uma porta, abre a porta e eu entro logo atrás dele, olho ao redor notando que era o quarto da Mariana.

Caminho até a escrivaninha onde eu pude ver vários livros de advocacia.

— Ela é esforçada, eu gosto disso — ele ri e coça a cabeça me sento na cama encarando ele — pode falar o que tem para me falar, sou todo ouvidos.

Emerson: Me Desculpa pela Carmem, não tinha o direito de falar daquela forma com você.

— Não — Ele me olha estranho — quem falou daquela forma comigo foi ela, eu não vou desculpar ela porque você tá me fazendo pedido, Você não fez nada.

Emerson: Vivian a gente precisa conversar sobre o que aconteceu alguns anos atrás — respiro fundo me levantando da cama.

— Não, a gente não tem que conversar sobre isso, Mariana sumiu não é hora de lavar roupa suja.

Emerson: Só me escuta ok? Depois você pode fazer o que você quiser eu só quero que você me escute Vivian.

Respiro fundo e volto a me sentar na cama, ele puxa a cadeira da escrivaninha e se senta de frente para mim.

Emerson: Eu tinha 17 anos quando você nasceu, sua mãe tinha 15, durante a gravidez foi uma coisa complicada, a gente brigava muito principalmente por — Ele para por um tempo — eu beber muito, isso quando não usava coisas piores.

Respiro fundo só dele começar a contar essa história meu estômago embrulha, e o Billy sobe pela minha garganta.

Emerson: Sua mãe era complicada Vivian, e eu sabia disso quando me envolvi com ela, ela era filha de um Traficante, quando ele assumiu aquela área virou o chefe da cocaína, não deixava rolar uma briga no morro, ninguém roubava mas nas biqueiras da Esquina, e se tu agarra-se uma mina, era certo funeral, todos da comunidade gostava dele, ele era bom fora de casa, porque dentro de casa ele era um merda.

Ele respira fundo passando a mão no rosto, empurra a cadeira pra trás batendo na parede e dessa vez me encara profundamente.

Emerson: Quando sua mãe completou 9 meses eu surtei, sabia que ali era para valer que em poucos dias eu ia ter um ser nos meus braços que eu iria ter que cuidar desse ser. Mas sua mãe sumiu ninguém Nunca mais ninguém ouviu falar dela, e nem você, passei anos em desespero Vivian, anos atrás de você e da sua mãe, 9 anos depois encontrei a Carmem, e por ironia do destino ou por sorte ela me deu a Mariana e o Beto.

Dessa vez sou eu que me levanto respiro fundo e caminho até a porta mas ele estava na frente.

Emerson: Só quero que saiba Vivian eu fiz de tudo para encontrar você, e em uma dessas tentativas a Carmem acabou perdendo a mobilidade das pernas. Não sei pelo o que você passou, mas tenho certeza que foi por coisas horríveis, se eu pudesse voltar no tempo eu não deixaria sua mãe sumir com você.

— É a minha mãe? Quem é ela?  Você achou ela?

Ele Respira fundo se levantando da cadeira e a colocando de volta na escrivaninha ele caminha para perto de mim eu afasto um passo.

Emerson: Encontrei ela há uns dois meses atrás, caída em beco drogada, coloquei ela na reabilitação, só que com tudo isso que tá acontecendo não tive tempo de visita.

— É aonde fica esse centro de reabilitação?

Emerson: No interior de São Paulo — Balançou a cabeça em confirmação, e ele sai de frente da porta, mas antes de eu sair ele puxa o meu braço — me desculpa de verdade Vivian, queria ter feito mais por você é por sua mãe.

O encaro uma última antes de sair caminhando até a sala, quando eu chego lá vejo que o Silas já trouxe a Evelyn.

Evelyn: Mandou chamar? — diz com aquela cara de sonsa dela, ultimamente Evelyn está me dando nos nervos.

— Não, pedi pro Silas te pegar porque a gente vai em uma boate, claro que eu tô te chamando Evelyn — Ela respira fundo e eu Puxo uma cadeira colocando na frente dela, ela me encara sem entender — Quero que tu me conte teti por teti de quem tu ficou e quem ficou irritado com isso.

Carmem: Só pode ser brincadeira — Ela diz e sai com sua cadeira de rodas da sala sumindo pelo corredor.

Evelyn respira fundo e se senta.

Evelyn: Só tem um — Ela olha ao redor — Topão, zona norte — Respiro fundo — aonde você quer chegar com isso princesa? Porque sinceramente eu não tô entendendo nada.

— Por que levaram a Mariana Evelyn, e querem você em troca, então é bom você me dizer o que você aprontou nesses últimos dias.

Ela coloca as mãos na cabeça e respiro fundo, encaro RD que me olhava ele está em silêncio Desde da hora que eu fui conversar com o Emerson, tava até estranho ele não abria a boca para falar nada.

A porta se abre e por ela passa a pequena. Com uma mochila nas costas.

Ela se senta sobre a mesa e tira um notebook da bolsa ligando o mesmo.

Pequena: Teu celular o — Rd puxa do bolso e joga pra ela que pega no ar e conecta em um cabo lá começando a digitar alguma coisa no notebook.

Rd: Eu conheço o Topão — Encaro ele que havia falando depois de bastante tempo em silêncio — Ele é esperto...

Pequena: Passou a perna no tio Lúcifer umas duas vezes — Corta a fala do irmão que olha feio pra ela.

Rd: Comando todo tá atrás dele...

Pequena: Por isso que eu quero ele vivo.

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Envolvida (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora