Eu não tinha certeza se ela realmente se lembrava disso ou se era uma lembrança fabricada, depois das histórias que lhe contei. Era uma das minhas lembranças favoritas, pegar sorvete depois do jantar nas noites de verão e Lana me perguntava sobre isso com frequência. Nós andávamos pela cidade e ele carregava Alana em seus ombros. Nós sempre pedíamos a mesma coisa – Moose Tracks em um cone de waffle para Miguel, pistache em uma taça para mim, bolo de Aniversário em um cone de açúcar para Lana, que pingava do fundo do cone por toda a blusa dela. Deus, nós tínhamos tudo naqueles dias. E pensei que teríamos isso para sempre.“Mamãe?” Alana estava olhando para mim. “Você acha que ele gosta de sorvete?”
Minha garganta ficou apertada e engoli em seco. “Hum, sim. Pelo menos, ele costumava gostar. Você pode perguntar a ele.” Ela pareceu feliz com isso, e eu espiei o relógio novamente antes de tomar outro gole de vinho.
Alfonso estava alguns minutos adiantado.
Alana tinha insistido em esperar por ele lá fora, então eu estava sentada na varanda quando ele chegou, meu estômago embrulhado. Estacionou um Cadillac preto na rua em frente à casa, que reconheci como sendo do seu pai, e acenou para nós pela janela do passageiro. Alana, desenhando na calçada com giz, acenou de volta antes de subir caminhando para ficar ao meu lado. Fiquei de pé, sentindo-me um pouco tonta e com falta de ar.
Alfonso saiu do carro e Alana pegou minha mão. Juntas nós o assistimos caminhar em nossa direção, carregando uma sacola de papel marrom em uma das mãos. Ele sorriu e era tão familiar que eu queria chorar e me jogar nele. Implorar que fosse outra pessoa e me dar minha vida de volta.
Meus joelhos pareciam fracos.
“Hei”, ele chamou quando subiu pela entrada. “Como você está?” Alana olhou para mim e eu sabia que tinha que me manter firme por ela.
“Bem”, eu disse, apertando a mão dela. “Alana, você se lembra do tio Alfonso?” Ela olhou para ele e timidamente balançou a cabeça. Mas então, para minha surpresa, soltou minha mão e foi direto para ele de braços abertos. Ele se agachou e a abraçou, equilibrando-se nas pontas dos pés. Por cima do ombro ele olhou para mim e sorriu surpreso. Então fechou os olhos por um momento e eu sabia que ele tinha que estar pensando em Miguel. Um enorme nó se formou na minha garganta.
Alana era uma criança carinhosa e amorosa, mas eu nunca tinha visto a menina se agarrar assim a alguém que não conhecia muito bem, especialmente um homem.
Também sinto falta dele, baby. Eu girei minha aliança no dedo.
Eventualmente, ela soltou e ele se endireitou. “Ela é linda”, ele disse para mim.
“Obrigada. Ela se parece com o pai.” Alana veio e ficou ao meu lado e despenteei o cabelo dela.
“Eu vejo muito de você nela também”, disse ele, com os olhos no rosto da sobrinha, depois no meu. Eu tinha esquecido como ele falava mais do que Miguel.
Eu respirei fundo. “Você gostaria de entrar?”
“Claro. Obrigado.” Abri a porta de tela e deixei Lana entrar primeiro, então Alfonso a abriu para mim. Automaticamente fui para a cozinha. Quando estou nervosa, costumo recorrer ao que sei fazer – alimentar alguém. Faça um pouco de café. Ofereça uma bebida.
“Está com um cheiro incrível aqui”, ele comentou, olhando em volta. “E parece ótimo também. Mas as paredes tinham uma cor diferente antes.”
“Sim.” Servi mais um pouco de vinho para mim. “Posso te oferecer alguma coisa? Uma taça de vinho? Um pouco de massa? Está com fome? Você já comeu?” Alto lá, Anahi. Uau.
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Proibida Para Mim
RomanceQuando o irmão gêmeo do meu falecido marido voltou para a nossa pequena cidade, eu tentei evitá-lo. Tudo em Alfonso me fazia lembrar o homem que perdi e a vida que planejamos juntos, e depois de dezoito longos meses lutando apenas para conseguir sa...