14. Aproximação

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Faltavam alguns minutos para as quatro, Alana e eu batemos na porta de tela da casa dos meus sogros. Nunca esquecerei a primeira vez que Miguel me trouxe aqui – eu estava com os olhos esbugalhados com o tamanho e beleza do lugar. Extenso gramado verde, lindos jardins de flores, praia de areia dourada, a vista do lago em quase todos os cômodos da casa. O lugar tinha seis quartos!

Eu cresci em um pequeno bangalô de dois quartos com vista para um estacionamento da Rite Aid, filha de uma mãe solteira que trabalhava muito duro no negócio de alfaiataria de sua família, mas ainda encontrava tempo para preparar uma comida caseira todas as noites. Nós não tivemos muito, mas foi uma infância feliz o suficiente. Embora nunca tenha conhecido meu pai (minha mãe dizia que eu estava bem melhor assim), ela fazia parte de uma grande família italiana e tive muitas primas para brincar em grandes e barulhentos almoços de domingo em família. Eu gostaria que Alana pudesse experimentar algo assim, mas a família Parks era muito diferente do que eu estava acostumada. Nós provavelmente teríamos guardanapos de linho e copos de cristal na praia para esse churrasco.

Quando Miguel estava vivo, nós costumávamos rir sobre a insistência de sua mãe na formalidade e suas falas nem sempre sutis sobre a minha humilde educação.

Alfonso veio até a porta e a abriu com um sorriso caloroso no rosto. Seu sorriso era ligeiramente diferente do de Miguel, eu estava começando a notar. Um pouco menos torto e arrogante, um pouco mais reto.

“Ei, pessoal. Estou tão feliz por vocês estarem aqui.” Ele segurou a porta enquanto passávamos, então pegou a tigela de salada de batatas que eu trouxe e a bolsa contendo as garrafas de vinho. “Deixe-me levar isso.”

“Obrigada.” Assim que minhas mãos estavam vazias, comecei a torcer meu anel em volta do meu dedo.

“Aí está ela!” Lenore veio correndo e pegou Alana, colocando-a em seu quadril, mesmo que ela fosse muito grande para isso. “Estou tão feliz em ver você e sabe o que ouvi dizer? Que você queria ver algumas fotos do seu pai quando ele era menino e tenho centenas delas! Você gostaria de vê-las?”

“Sim”, disse Alana alegremente, seus pés balançando. Ela também agarrava o pequeno elefante de pelúcia que Alfonso lhe deu ontem.

Lenore olhou para mim. “Olá, querida.”

“Oi, Lenore.”

“Fique à vontade. Há limonada e chá doce se você quiser e eu preparei alguns lanches na ilha.”

“Obrigada.” Ela levou Alana para a sala, sentou no sofá com ela e abriu um álbum de fotos no colo, um de uma pilha de álbuns, sobre a mesa de centro.

Alfonso apareceu com as duas garrafas de vinho que eu trouxe em suas mãos.
“Qual você gostaria?”

“O sauvignon blanc seria ótimo.”

Graças a Deus por Alfonso. Eu não queria chá doce agora.

“Você pode olhar as fotos com elas, se quiser. Eu vou servir você.” Olhei para Lenore e Alana, que pareciam completamente absortas no álbum e decidi que era melhor deixar avó e neta curtirem o momento. Se eu fosse lá, Alana provavelmente subiria no meu colo e por mais satisfatório que fosse, decidi não fazer aquilo. “Sabe! Acho que vou deixar sua mãe passar um tempinho sozinha com Alana, falando sobre Miguel. Acho que vai ser bom para as duas.”

Alfonso assentiu. “Acho que você está certa. Que tal o deck? Ou poderíamos ir até a praia?”

“A praia parece maravilhosa.” Eu o segui até a cozinha.

Enquanto Alfonso abria o vinho, eu me empoleirei em um banquinho de bar na ilha com tampo de mármore. “Onde está seu pai?” Perguntei. O Dr. Parks era maravilhoso e eu tinha uma queda por ele. Gostava de pensar que ele tinha por mim também.

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