The Sex Club

Capítulo 55: Quando eu for pra casa:

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Citação do dia:

"Crescer significa mudar e mudar envolve riscos, uma passagem do conhecido para o desconhecido."  - A Cabana.

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Dia 300 - Quarta-feira – (10:00 a.m.):

Josh-

O meu dia começou normal. Finalizei o plantão às 07:00 a.m. Fui para casa, tomei um banho, dormi um pouco... tudo acontecendo como deveria, até receber um e-mail que mudou o rumo das minhas ações. Aparentemente, sou premiado com essas mudanças repentinas e incontroláveis, que ocorrem de tempos em tempos.

Levo dez minutos para tomar uma decisão, que pensei que não faria. Entro no site e reservo um lugar no próximo voo, tenho duas horas para improvisar uma mala pequena, fazer os devidos avisos no trabalho e, por fim, embarcar.

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Dia 300 - Quarta-feira – (12:00 a.m.):

No avião, tento me preparar para o que vou enfrentar, após o tempo de viagem. Depois de quatro anos longe, vou voltar para casa e rever a minha família.

Claro que não foi uma escolha própria, farei esse caminho por obrigação.

Os minutos se estendem, em cada um deles, relembro o passado doloroso e tenho que me segurar para não ir às lágrimas. Tem certos lugares escuros da minha história, que faria qualquer coisa para não revisitar, entretanto, se tornou inevitável, só de me aproximar do solo canadense.

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Dia 300 - Quarta-feira – (04:00 p.m.):

No aeroporto, me lembro do dia em que parti. Finalmente, me senti livre para viver toda dor, tristeza e luto que tive que reprimir. Sabia que essa era a única forma de amenizar meu sofrimento. Antes de me curar, eu precisava quebrar em milhares de pedaços, que ao longo dos anos, fui juntando com cola e fita adesiva.

Trinta minutos no táxi até a casa da minha infância, que parece tão menor do que me lembrava, tão menos imponente e assustadora. Será que eu cresci ou foi a influência do lugar que diminuiu?

Toco a campainha, alguns segundos inquieto e ele abre a porta, vestindo um terno caro, cabelo, impecavelmente penteado, feições duras de sempre. Aparência de um velho cansado, acho que algumas marcas da vida, são implacáveis, deve ser o caso dele.

(Ron) - Joshua... você aqui? Por quê...?

Expressão confusa. Não esperava me ver, se enrola nas próprias palavras e não é capaz de fazer o básico, cumprimentar o filho que não vê há anos.

(Josh) - Oi pai... posso entrar?

Assente e me deixa passar. Está atordoado, como alguém que viu um fantasma, talvez tenha visto.

Antes que possa dizer algo, ouço a voz conhecida, que preenche o recinto. A presença forte e marcante ainda é a mesma. Quando me nota, não pensa duas vezes, anda decidida até mim e me aperta em um abraço longo. Não sei dizer como sinto, porém, não dá para negar que gestos assim, me fizeram falta. Segura meu rosto com as duas mãos, uma de cada lado, me encara por tempo demais. Os olhos azuis são tão parecidos...