Tudo ocorria bem na vida de Martina, uma universitária que a recém tinha conseguido a liberdade que sempre quis se mudando para um apê com a amiga. Mas as coisas parecem mudar de rumo quando ela conhece seu vizinho, Vitor.
Fernanda e eu temos uma relação complicada. A gente se curte pra caralho mas também não se damos bem como casal, é meio que uma amizade colorida mas sei que ela sente algo a mais, ela mesmo admite. E eu acabo me sentindo culpado, um otario por querer ela pra suprir carência, pra transar quando der vontade. Sei que sou um bom amigo pra ela, mas esse é o problema, ela não quer que eu seja só amigo.
— Biel! — Fernanda gritou do banheiro enquanto eu arrumava a casa, eram quase sete da noite e as 20h30 por aí a galera vinha.
— Fala, mulher — fui chegando lá e ela abriu a porta sem roupa — Porra, Fernanda — olhei pra cima e ela riu.
— Traz toalha pra mim, por favor? — concordei e fui até o armário das toalhas no corredor.
— Pega ai — estiquei o braço na porta e ela pegou.
— Não quer tomar banho? — falou e eu olhei pro seu rosto enquanto ela tapava o corpo com a toalha.
— Com você? — perguntei e ela concordou com uma carinha que me deixa fraco — Fernanda, serião mesmo. Não faz isso — falei sério.
— O que que tem? Ai cê já fica limpo — deu um sorrisinho.
— Você não quer que eu vá aí pra ficar limpo, Fer — molhei os lábios e desviei o olhar rapidamente — Não quero isso, sacou?
— Isso o que? — desfez aquela carinha e ficou um pouco seria.
— Nós dois, isso ainda vai te machucar.
— Me machucar? — deu uma risada sem humor — Por que você acha isso, Gabriel? Fala isso como se eu fosse uma bobinha apaixonada, eu sei como você é, tá?
— E não é? — ela ficou realmente seria, e suspirou. Não devia ter falado isso.
— É difícil.
— Eu sei, por isso mesmo. Não quero te magoar mano, eu gosto demais de você mas você sabe...
— Sei, desculpa qualquer coisa — fechou a porta e eu suspirei encostando a testa na parede. Queria era ir dormir pra esquecer os problemas.
Terminei de arrumar a casa e uns 15 minutos depois a Fernanda saiu do banheiro de cabelo molhado e foi direto pro quarto. Peguei minhas roupas e fui tomar um banho quente. Deixei as luzes apagadas e estava em paz, faltou só a caixa de som.
Fernanda
A vontade de chorar era grande enquanto eu tomava banho. Sim, sou bem sentimental e ainda apegada ao extremo. E eu estava morando com o cara que eu gosto a um tempo, dormindo com ele as vezes, vendo ele todos os dias, fazendo compras com ele e tendo uma vida de casada. Como eu pensei que isso ia dar certo? Sai do banho e me ajeitei em frente ao espelho, vendo a mulher linda que eu me tornei e pensando que muitos homens me querem, então por que eu iria sofrer pelo único que não me quer mais? Falo isso fingindo que o coração não dói.
Fui pro quarto e me arrumei toda top linda modelo, botei um body preto de manga cumprida, uma calça jeans mom destroyed, meu tênis amorelle e minhas joias. Fiz uma make bem básica mesmo até porque minha pele era belíssima e não gostava de passar muita coisa, sequei meu cabelo e estava pronta.
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