Martina
Dia 29 e estávamos todos arrumando as malas nos carros pra irmos viajar. Eu, Cadu, Renata e Miguel iríamos no carro do Vitor. Biel, Lara e Nanda iam no carro do Tiago, e Maria iria com Gustavo no carro da Letícia. Estava tudo certo.
Primeiro almoçamos e pela 13h30 fomos nos encontrar lá no Miguel. Renata precisava de espaço no carro por causa do baby então Cadu decidiu ir com Leti e Maju.
Ficamos ali pela frente da casa esperando todo mundo se ajeitar mas vi que Maju e Cadu não tinham chegado.
— Alguém sabe da Maria e do Cadu? — perguntei e todos negaram.
Peguei meu celular e quando fui mandar mensagem pra eles Cadu ligou pra Renata.
— Oi, cadê vocês? — ela perguntava e logo fez uma cara estranha — A não, por quê? ... Puts, quer que a gente vá pra aí? ... Então tá, se cuidem — e desligou logo nos olhando — Disse que deu um problema com eles lá mas era pra gente ir e aproveitar, muito estranho.
— E agora? — Leti perguntou.
— Se mandaram a gente ir, vamos — Tiago disse e eu o olhei com desdém.
— Ai gente, não vou conseguir ir sem falar com ela — falei.
— Deve ser sério pra desistirem de ir de última hora — Miguel falou.
— Ou podem ter perdido a vontade — Lara falou.
— Ele ia falar se fosse isso, que merda — falei — Vou mandar mensagem pra ela.
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Martina: Amigaaa, o que houve?
Maju: Oii
Maju: Nada Tina, tenho só que resolver umas coisas em casa, Cadu quis ajudar
Maju: Podem ir, juro
Maju: Ainda vamos ter mais oportunidades de viajar juntas
Martina: Sério mesmo?
Martina: Certeza que não é nada sério e que não precisa de mim?
Maju: Simm, relaxaaa
Maju: Vão e me contem tudo
Martina: Tá bom, beijo— E ai? — Renata perguntou.
— Ela disse com toda certeza que não é sério e temos que ir, então... — falei receosa.
— Então bora — Tiago disse animado indo pro seu carro mas eu e a Leti ficamos meio estranhas com isso, esperava mesmo que estivesse tudo bem por lá.
Fomos todos pros carros e demos início a longa viagem. Eu sempre dormia bastante durante então nessa não iria ser diferente, mas dormir no banco da frente do carro era foda. Iríamos fazer uma pausa quando chegássemos no Rio então os que estavam dirigindo iriam poder descansar por umas horas.
Botamos uma música e eu fui observando pela janela, gravando uns stories e falando com meus pais. Até a Milena e o Gui tínhamos chamado pra ir mas não deu muito certo.
Maju
Eu tinha acordado feliz demais pra ir viajar, até me deparar com a pior notícia da minha vida. Era meio dia quando apareceu no jornal que o corpo de um jovem havia sido encontrado, morto a tiros, e alguem tentava me ligar pelo meu celular. Tinha sido meu irmão que mandou a mensagem no dia do aniversário da Tina e foi ele que tinha falecido, fiquei sem chão.
Minha mãe chorava demais e eu estava em um completo choque, não esboçava alguma reação sequer e só escutava os choros e a voz do Cadu ao meu redor. Senti ele me abraçando mas eu estava paralisada, não tinha caído a ficha.
Só senti uma lágrima descendo mas eu continuava parada e sem reação, até que desmaiei.
— Maria, Maria — Cadu balançava meu rosto e eu estava deitada no sofá quando despertei — Toma isso aqui — me forçou a tomar água com sal e eu quase cuspi tudo. Respirei fundo e fui abrindo bem os olhos.
— Cadê meus pais? — me sentei devagar.
— Tão se arrumando, vão ter que ir até o RJ reconhecer o corpo — ele disse tentando não ser indelicado — Você não precisa se manter forte o tempo todo, Júlia. É o seu irmão...
— Ele me abandonou mesmo, Cadu — senti meus olhos marejarem um pouco mas segurei — Senti falta dele e quando tava esquecendo essa história acontece isso, sabe. E ainda acontece bem aonde o pessoal vai ir...
— Não vai avisar eles? — perguntou e eu neguei.
— Não fala nada, quero que eles aproveitem — levantei e o Cadu que estava agachado levantou também, nos olhamos por uns segundos e ele me abraçou. Desabei em seu peito e ficamos assim por um tempo.
Não quis ir junto com meus pais então eu e Cadu iríamos ficar em casa. Isso que dá meu irmão se meter com droga e esses caralhos. Acaba com uma bala no meio da testa... nunca achei que isso fosse ser a minha realidade um dia.
— Eu te amo, tá? — Cadu disse saindo do abraço e eu limpei meu rosto enquanto voltava a me sentar no sofá sem falar nada. Ele voltou lá pra cozinha e nisso me despedi dos meus pais. Minha mãe estava arrasada, meu pai também, é óbvio, mas ele já esperava isso. Foi ele que expulsou Yuri de casa e graças a Deus ele foi pra longe, se não ia sobrar pra família.
Respondi a Martina no whatsapp e não quis falar nada, conhecendo ela ia querer cancelar tudo e vir aqui, quando ela voltasse eu contaria. Cadu voltou com um remédio e eu só engoli, sentou do meu lado e me puxou pra ele. Deitei em seu peito e uns minutos depois apaguei.
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Acordei e estava na minha cama, sentei na mesma e tentei raciocinar que horas eram. Levantei e fui andando até a sala, vi no relógio ser 18:10 e eu tinha dormido a tarde toda, e nem sinal do Cadu.
Fui até a cozinha tomar uma água, nem mexi no meu celular e nisso me encostei no balcão pra pensar. Deixei lágrimas escaparem e fiquei pensando na mensagem que eu não respondi do meu irmão.
Escutei um barulho e o Cadu entrava em casa.
— Acordou, Maria — veio até mim com sacolas e ele estava com a feição seria, meio preocupado sem saber o que fazer — Te trouxe o pastel que você gosta, tá com fome? — largou as coisas na mesa e eu concordei. Me deu um beijo na testa e segurou meu rosto.
— Conseguiu descansar a cabeça? — assenti.
— Obrigada por isso, Cadu — falei me afastando e indo ate a mesa.
— Come aí vida, quer ir pra sua casa depois? — neguei pegando o pastel e a coca.
— Posso ir pra sua? — o olhei e ele concordou — Não quero ficar sozinha até meus pais voltarem.
— Jamais vou te deixar sozinha — veio e sentou do meu lado. O olhei dando um sorrisinho e voltei a comer.
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Sintonia
RomanceTudo ocorria bem na vida de Martina, uma universitária que a recém tinha conseguido a liberdade que sempre quis se mudando para um apê com a amiga. Mas as coisas parecem mudar de rumo quando ela conhece seu vizinho, Vitor.