Capítulo 28

10.3K 904 363
                                    

Maratona 5/8

MARTINA

Eu tava de boa brincando com o Arthur na sala até receber uma mensagem estranha no Whatsapp.

Mensagem 💌
Vitor: Tina, você pode vir aqui?
Martina: Tô aqui na minha mãe
Martina: Mas por quê? Aconteceu algo?
Vitor: Aconteceu umas paradas mas eu não quero estragar seu dia, então nem se preocupa
Martina: Tá mas é sério ou é bobagem mesmo?
Martina: Vitor?
Vitor: É sério
Martina: Vou ai então

Fiquei preocupada de certa forma e avisei minha mãe que iria ver um amigo e que mais tarde estava de volta. Peguei um uber e cheguei rápido no prédio. Assim que eu cheguei no andar a porta do Vitor tava destrancada então eu entrei vendo potes de remédio abertos em cima da mesa da cozinha e uns lenços com sangue no chão.

- Vitor? - entrei no quarto dele e vi ele deitado de bruços na cama com uma toalha na cabeça e uma cara péssima - Puta merda, o que aconteceu? - fui rápido até ele e tirei a toalha vendo o sangue no seu cabelo.

- Briguei com meu padrasto - se virou mas eu impedi ele de deitar a cabeça.

- Meu Deus, Vitor. E se precisar de ponto? Você precisa ir pro hospital - falei segurando sua nuca e sentando na cama.

- Não preciso de ponto e nem de hospital, o corte deve ser pequeno e eu só tô um pouco tonto, não é nada sério - falou baixo.

- Eu vou ali buscar umas coisas que vão ajudar a melhorar isso e já volto, tá? - falei e ele assentiu.

Corri pro apartamento e peguei minha maleta com gazes e uns materiais do consultório. Voltei pro apê do Vitor e tranquei a porta, fui pro quarto dele e peguei as gazes começando a comprimi-las no lugar do corte até estancar o sangue, pesquisei no Google o que fazer depois disso e li que era bom lavar com água e sabão no lugar machucado.

- A gente vai ter que ir pro banheiro, Vitor - levantei e o puxei com cuidado.

- Pra que? - disse com o olhar baixo.

- Tem que lavar isso aí, vem - coloquei seu braço em volta do meu pescoço e segurei seu pulso o levando até o banheiro. Ajudei ele a tirar a camisa e liguei o chuveiro na água fria, deitei sua cabeça na água que corria e peguei o sabonete líquido.

- Tô sendo batizado de novo é? - falou fazendo eu rir mas eu me contive porque eu não podia perder o foco.

- Fica quieto - falei e coloquei um pouco de sabão ali fazendo ele grunhir - Já vai passar - falei passando a mão de leve e limpando com cuidado.

- Tá bem, doutora Martina.

- Para de graça que não é hora - falei séria e ele deu um sorrisinho. Desliguei o chuveiro e limpei devagar com a toalha, fiz um curativo pequeno no corte e levantei junto com o Vitor.

- Tá melhor? - perguntei secando os molhados da minha blusa.

- Tô - andou pro quarto e eu fui atrás - Obrigado mesmo - sentou na cama.

- De nada - sentei ao seu lado - Quer me contar o que aconteceu?

- Prefiro não comentar - olhou pro chão - Só tô passando por uma coisa ruim, muito ruim.

- Então me diz, Vitor, é melhor - falei segurando seu rosto e fazendo ele olhar pra mim.

Estávamos tão perto que o único som que eu escutava era nossas respirações juntas. Acabei descendo o olhar pra sua boca e ele não perdeu tempo puxando minha cabeça e selando nossos lábios. Dei passagem pra sua língua e ele desceu as mãos pelas minhas costas enquanto eu prendia os braços no seu pescoço. Quando nos faltou ar eu sai daquele beijo bom e intenso e olhei nos seus olhos.

- Você não tava passando por uma coisa ruim? - falei baixo enquanto a ponta do meu nariz quase encostava na ponta do seu.

- Me faz esquecer ela - sua voz rouca falou baixo também e eu me arrepiei toda enquanto ele me deitava na cama e ficava por cima de mim.

Ele se curvou e voltou a beijar minha boca. Nossas línguas se movimentavam em perfeita sintonia e eu me sentia em outro mundo com aquele beijo. Ele deixou uma mão de baixo da minha cabeça e a outra na minha perna que tava enrolada em seu corpo. Puxou meu lábio de leve e desceu os beijos pro meu pescoço, fechei os olhos tirei meus tênis com os pés mesmo enquanto minhas pernas deslizavam no corpo do Vitor. Ele foi erguendo minha blusa devagar mas eu ergui seu rosto com as mãos fazendo ele me olhar.

- Acho melhor não - falei apoiando meus cotovelos na cama enquanto ele apoiava as mãos na mesma sem sair de cima de mim.

- Por que? - perguntou e foi inevitável não encarar sua boca vermelhinha - Eu sei que você quer, Tina - riu baixo com o rosto próximo ao meu.

- Você precisa de descanso e eu não quero me aproveitar de você - passei a mão pelo seu cabelo.

- A única coisa que eu preciso é disso aqui - me deu um selinho demorado e mordiscou meu lábio inferior fazendo eu sorrir.

- Deita aí - empurrei ele de leve e sentei - Quer alguma coisa?

- Você sabe bem o que eu quero - sorriu.

- Se aquieta - ri - Além disso? - perguntei levantando e ajeitando minha roupa.

- Não quero nada, Tina. Vem cá - estendeu a mão e eu segurei a mesma, ele me puxou e eu deitei ao seu lado novamente.

- Eu tenho que voltar pra minha mãe - falei com a cabeça no seu peito enquanto ele acariciava minhas costas.

- Tem não - ri - Quem vai cuidar de mim?

- Você mesmo disse que já tá melhor, meu anjo - falei erguendo a cabeça e olhando pra ele.

- Mas ainda tá doendo aqui ó - pegou minha mão e colocou na sua barriga fazendo eu rir alto.

- Você machucou a cabeça e tá com dor aí?

- Eu disse que preciso de cuidados - riu e me deu um selinho.

- Tá, eu fico mais um pouco cuidando desse bebê - puxei sua nuca e iniciei outro beijo.

SintoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora