Capítulo 27

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Maratona 4/8

VITOR

Voltei pra casa da minha mãe buscar umas coisas minhas que tinham ficado e aproveitei pra ficar mais um pouco com ela e a Milena. A gente conversou, viu um pouco de TV, e quando meu padrasto foi trabalhar eu finalmente pude me esparramar no sofá com a Mi.

- Mãezinha, posso sair com a Cátia e a Giulia? - a Milena perguntou assim que a minha mãe voltou lá de fora com o cesto de roupa.

- Vão ir aonde, Mi? - largou as roupas na cadeira.

- Ih, lá vem problema - falei trocando os canais da TV.

- Fica quieto, chato. Problema nada - riu e voltou a olhar pra minha mãe - A gente quer ir dar uma volta na praça, tô doida pelo churros da Val também. Deixa?

- Deixo, mas só se você tiver dinheiro.

- Ai obrigada, mami. Vou me trocar rapidão - beijou o rosto da minha mãe e correu pro quarto.

- Não quer que eu vá junto não, mãe? - perguntei e ela sorriu.

- Você fica muito em cima da sua irmã, rapaz. Deixa ela sair com as amigas, tá na melhor fase - sorriu e eu acabei sorrindo também.

- Só me preocupo com a minha bebê - falei bem na hora que ela voltou.

- Bebezona eu - deu um beijo na minha testa e outro na minha mãe - Vou encontrar elas lá, tá? Beijo - falou e siau porta fora.

- E se ela for sair com outra pessoa? Você deixa ela ir sozinha encontrar essas meninas?

- Ai Vitor, deixa de ser paizão - riu vindo até mim - Eu confio na Mi e ela sabe que qualquer mentira eu corto a linha dela. Deixa ela se divertir - sentou do meu lado no sofá.

- Tá bem, dona Ju - passei meu braço em volta do seu pescoço - E falando em pai, como anda com o Leandro? Nem pude perguntar mais cedo - suspirou.

- Bem difícil, filho. Ele surtou ontem de novo e saiu de casa estressado, voltou de madrugada e ainda dormiu no sofá - falou com um ar preocupado e eu percebi que ela passava a mão no outro braço.

- Que isso? - puxei seu braço de leve e vi a marca roxa acima do cotovelo - Você tá me zoando que ele fez isso?

- Filho, eu falei que ele se estressou, e ele não é de agredir nem nada, só foi um estresse que já passou - falou.

- Mãe, o cara te agrediu, isso já basta pra você despachar ele - levantei.

- Não é tão fácil assim, Vitor. Ele me ajudou muito quando eu precisei, passamos por muitas coisas boas e eu não vou largar tudo de mão só por conta de uma briguinha.

- Meu Deus, Jussara. O cara te AGREDIU e você tá de boa? - falei desacreditado e ela levantou.

- Vitor, não faz tempestade em copo da água - passou a mão no meu rosto.

- Eu sempre soube que esse cara era um filha da puta. Agora você entende o porque de eu nunca gostar dele?

- Pelo menos ele não me abandonou como o seu pai, Vitor. Eu tava sofrendo por ele e o Leandro me acolheu - seus olhos encheram de lágrimas e eu passei a mão na testa - Ele é uma boa pessoa, tá? Por favor, fica calmo que tá tudo bem - só foi ela falar mais que eu pude perceber sua pele meio estatnha abaixo da boca.

- Você passou maquiagem? - passei o dedo no canto da sua boca vendo que havia um corte - Não mãe, não. ELE TE BATEU E VOCÊ TÁ DIZENDO QUE TÁ TUDO BEM?

- Vitor - começou a chorar - Não começa, eu te imploro.

- EU VOU ESPERAR ESSE OTÁRIO CHEGAR E VOU TIRAR TUDO A LIMPO DESSA HISTÓRIA - gritei.

SintoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora