Capítulo 43

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MARTINA

Acordei no outro dia e demorei pra levantar da cama. Fui até o banheiro fazer minhas necessidades e todo aquele processo e depois escolhi uma roupa pra por. Calcei meu sapato, penteei meu cabelo, fiz uma make básica e fui até a cozinha onde a Maju já tinha feito nosso café e já estava comendo.

- Bom dia, flor do dia - ela disse mordendo um pedaço da bolacha e eu me sentei ao seu lado.

- Dia, porque de bom não tem nada - passei a nata na bolacha e comi.

- Eita - falou e bebeu um gole do café - Qual foi?

- Tô com tanto sono - deitei a cabeça na mesa mas logo levantei, me servindo cappuccino.

- Forças guerreira, é a recém terça.

- Infelizmente.

A gente continuou comendo e conversando até escutarmos batidas na porta. A Maju levantou e foi abrir.

- Tinis, é pra você - ela gritou e veio até mim com o Vitor atrás.

- Que pra Martina o que, eu só ia perguntar se vocês iam querer carona - falou e eu fiz careta.

- Queremos - a Maju disse levando as coisas na pia e eu fiz o mesmo.

- Só vou no banheiro escovar os dentes, esperem aí - falei e sai andando com olhares do Vitor sobre mim.

Entrei no banheiro e escovei os dentes, passei fio dental rapidinho e arrumei tudo antes de sair. Quando eu saí dei de cara com o Vitor e levei um sustão.

- Ai, Vitor - coloquei a mão no peito e ele riu pegando a mesma e me puxando pra perto dele.

- Obrigado por ontem - deu um beijo na minha bochecha e eu suspirei com um sorrisinho.

- Você já disse isso e eu já disse que não foi nada -mexi no seu cabelo e ele veio chegando mais perto, deu um sorrisinho e encarou minha boca e isso foi o estopim pra eu puxar sua nuca e começar um beijo.

- Hmmm, você com gosto de menta é uma delícia - falou fazendo eu rir e nisso escutamos uma porta bater.

- A Maju vai matar a gente - falei rindo e saí andando, o puxando pelo braço.

A gente saiu e eu tranquei a porta. Descemos rápido de elevador e nisso ele abusou mais um pouco de mim. Assim que chegamos no carro a Maju tava lá encostada e mexendo no celular.

- Entra aí, morena - o Vitor dei um tapinha na cintura da Maju e fez a volta no carro. Ela abriu a porta e sorriu maliciosa pra mim antes de entrar.

O Vitor dirigiu rápido até a faculdade e nós chegamos rápido. A Maju desceu e foi saindo na frente porque ela já sabia o que ia acontecer. O Vitor me puxou pra um canto do lado do seu carro e me encheu de beijos, até tava estranhando esse nosso grude, pareciamos namorados.

- Não consegue passar um dia sem me agarrar né? - falei enquanto me encostava na parede e ele ficava a minha frente, com um braço na parede.

- Claro que eu consigo - riu - Tá duvidando?

- Não começa, grudinho - ri puxando ele pelo braço e ele se afastou rindo.

- Eu sou grudento mesmo, uai. Vou fazer o que? - falou de um jeito fofo e eu puxei ele pela blusa mas ele se afastou de novo.

- Para, bobo. Eu tava brincando - ri.

- Viu? Você também não consegue passar um dia sem abusar de mim - falou e eu ri alto - Confessa... - chegou perto e falou baixo no meu ouvido.

- Só confesso se você me dar mais um beijo - passei meus braços pelo seu pescoço e ele tirou os mesmos.

- Tenho que estudar, sabe? O grudinho precisa ir agora - saiu andando de costas.

- Ah, não - ri - Para com isso.

- Tchau, amiga - deu ênfase no "amiga" e eu cruzei os braços fazendo ele rir. Ele saiu mesmo e continuou andando até o prédio dele, fiquei olhando ele andar até decidir ir também. Martina perde a chance de ficar quieta.

VITOR

Eu sempre fui grudento com as pessoas e isso sempre era motivo pras meninas que eu ficava acharem que eu era trouxinha e que podiam fazer o que quiserem de mim, mas eu era muito mais esperto do que elas pensavam. Por isso, na minha vida toda namorei somente uma menina, Nicoli, por dois anos. Eu achava que ela era diferente e que dessa vez a coisa era outra e todo aquele blá blá blá, mas ela não passava de uma piranha que não conseguia fechar as pernas pra ninguém no trabalho e eu ficava com a fama de corno. Por isso eu entendi muito bem a Martina aquele dia do Matheus, eu sei como é amar alguém com todo coração e no fim ver que a pessoa era outra coisa do que achávamos. E o meu maior medo era ser traído de novo.

Mandei uma mensagem pra Milena falando que eu tinha deixado dinheiro na mesa se ela quisesse comprar algo pra comer e segui o caminho até meu prédio. Assim que eu cheguei na sala o Biel me esperava com uma cara estranha na sua mesa enquanto balançava o pé.

- Que isso, cara? Tá nervoso? - sentei na mesa ao seu lado e ele me olhou.

- Fiz merda, Vitor, porra - ele se virou de frente pra mim e eu fiz cara de "desembucha" - Deixei a Fernanda morar comigo.

- Que? A Fernanda Fernanda? - perguntei.

- É, a Fernanda, minha ex, amiga da Duda - coçou a cabeça e eu ri - Para de rir, filho da puta.

- Qual é o seu problema, cara?

- Ah, Vitor. Ela tava bêbada, chorando, disse que brigou feião com a Eduarda e se abriu comigo. Não tive coragem de negar, cê sabe que eu sou fraco.

- Caiu no conto - ri e ele franziu a testa.

- Que conto o que, pô. É sério, você não tava lá não, ela tava péssima. Nem na aula veio hoje.

- E dormiu aonde? - o olhei pronto pra rir e ele suspirou coçando a cabeça novamente.

- Na minha cama, comigo - eu ri e ele se inclinou me dando um tapa na cabeça - Otário.

- Mas não rolou nada, né? - perguntei e ele negou.

- Ai, papai - suspirou e se virou na mesa enquanto a professora adentrava a sala e eu mantia o sorrisinho pós risada no rosto.

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