Tudo ocorria bem na vida de Martina, uma universitária que a recém tinha conseguido a liberdade que sempre quis se mudando para um apê com a amiga. Mas as coisas parecem mudar de rumo quando ela conhece seu vizinho, Vitor.
Segunda feira. Acordei 6h40 da manhã pra me arrumar pra escola, sempre enrolava demais. Levantei, coloquei uma blusinha preta de manga comprida e um casaco de lã porque estava frio. Uma calça jeans e um tênis simples bege.
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Tomei um café rápido e fiz minhas necessidades antes de sair. Dei tchau pra minha mãezinha e fui andando mesmo.
Perto da escola eu avistei um menino alto e muito gato por sinal, acho que nunca tinha o visto e talvez ele poderia ser o nome novo da chamada da minha sala, que a professora havia anunciado. Ou não. Acabamos entrando juntos e ele parecia meio perdido.
— Oi? — falou e eu o olhei — Aí, pode me ajudar?
— Oi, sim — encarei seus olhos castanhos e acho que me apaixonei.
— Minha turma é o 3*1, mas não sei aonde fica — só podia estar sonhando.
— Pra sua sorte essa é a minha turma — dei um sorriso e ele pareceu ficar mais tranquilo.
— Sorte mesmo, pelo menos alguém eu já conheço — deu um sorrisinho e eu senti borboletas no estômago — Qual seu nome?
— É Milena e o seu? — fomos andando juntos até a sala e já se conhecendo. Oi Deus a sua filha está pronta.
— É Guilherme, chama de Gui — puts, já sei que não presta.
— Hm, Gui — falei — Você não morava aqui né?
— Sotaque entregou? — perguntou e eu concordei. Mó sotaque bom de SC — Santa Catarina, meu pai foi transferido.
— Ahh, imaginei — dobramos o corredor — Mas aqui não é ruim, você vai se dar bem.
— Espero que sim — sorriu — Ainda mais com uma menina dessas por aqui — me deu uma bela olhada — Não tem como se dar mal — certeza que minha bochecha queimou. Nem conheço esse homem direito e já me deixou nervosa.
— Menina dessas? — ri — Assim me sinto importante.
— Pô a palavra certa seria interessante, gostei de você Milena — falou e eu já tava era no chão. Só dei um sorrisinho de lado e entramos na sala. Giulia já abriu o olhão pra cima do meu futuro namorado e eu sentei ao lado dela, enquanto ele sentava atrás de mim, na última mesa.
— Coisa boa pessoas novas aqui — ela disse olhando pra ele e eu nem falei nada — Sou Giulia.
— Guilherme, prazer — ele disse a olhando e ela sorriu. Vai se fuder, minha amiga é tão bonita que chega a dar ódio. Esse menino só iria me escolher em vez dela nos meus sonhos.
Ela se endireitou na mesa e pegou o celular, logo me mandando mensagem.
✉️ Giu: Amiga do céu que homem lindo Milena: Menina sim, sentava Giu: KKKKKK eu também 😫 Giu: Será que tento algo? Milena: Calma garota, acabou de conhecer o menino Milena: Vamos amigar e ver no que dá Giu: Afff me apaixonei Milena: kkkkkkkk acontece
Larguei o celular e tirei as coisas da mochila. Era sempre assim, meu gosto e da Giu é o mesmo, e eu por ser extremamente insegura sempre deixava pra ela mesmo, nem tentava nada, e dessa vez não ia ser diferente.
Miguel
Acordei pra aula e dei de cara com os fios loiros mais lindos do mundo no meu rosto. Pai se fudeu porque tô louco de apaixonado.
Nunca namorei na vida por incrível que pareça, só uns rolos meio blé, até porque quem me conhece sabe o quão tímido eu sou e geralmente não tomo iniciativas. Só rindo pra não chorar. Tentei mudar mas não adianta, sou assim, e a Renata entende perfeitamente. Se eu não casar com ela não caso com ninguém mais, tenho dito.
— Loirinha — dei um beijo em seu rosto e ajeitei seu cabelo pra trás.
— Oi, bebê — falou com voz de sono — Aconteceu algo?
— Aconteceu que temos aula, princesa — falei e ela fez um choro falso.
— Não tô afim hoje — fechou os olhos novamente.
— Não tô afim todos os dias, mas é a vida — sorri sem mostrar os dentes e levantei pra escolher uma roupa. Coloquei uma camiseta normal e um moletom por cima, uma calça preta e um tênis qualquer. Dei uma arrumada em frente ao espelho e enquanto a Re acordava fui fazer nosso café.
Cortei umas frutas, fiz um sanduíche e um café com leite que ela gosta, com mais umas torradinhas e um pedaço de bolo, e levei pra ela no quarto, que estava processando ainda.
— Mentira — falou ao ver o café e sentou na cama — Não acredito que você fez pra mim, vida.
— Fiz e se você quiser eu faço todos os dias — deixei em seu colo e ela me puxou pra um selinho.
— O tanto que eu te amo, meu amor — me acariciou rapidamente e começou a comer — Namorado mais fofo eu não conheço.
— Ah, para loira. Isso não é nada, só quis ver esse sorrisão ai pra ficar feliz essas horas da manhã — ela me olhou com uma carinha enquanto eu a admirava de pé.
— Porra Miguel. Fico boba com você — sorri.
— Você merece o mundo mulher — falei e ela largou o café na mesinha, levantando e vindo até mim.
— Você que merece o mundo meu bem. Eu real não mereço você, sabia? — a agarrei pela cintura e ela enrolou os braços no meu pescoco.
— Não fala isso. Você salvou minha vida, sem brincadeira — coloquei uma mão na sua nuca e a beijei.
— Obrigada por ser o melhor comigo, você é tudo pra mim — me deu vários beijos e a gente ficou nessa até umas 8 da manhã. Quando ela finalmente se arrumou e fomos juntos pra aula.
