Capítulo 42

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LARA

Voltando ao dia que eu fui pra casa do Tiago. Foi muito bom e eu estava adorando ficar com ele, além de ele ser gato, parceiro e bom de papo, era uma ótima companhia. A gente ficou se pegando a tarde toda praticamente e ele apertava bastante a minha bunda, mas não passou disso. As cinco horas ele quis ir comigo buscar o Arthur então fomos no carro dele.

- Espera aqui - falei pro Tiago no carro e desci do mesmo indo em direção a porta da "escolinha" que era numa casa normal. Bati na mesma e uma mulher morena abriu.

- Oi? - ela perguntou e eu vi o Arthur dormindo lá no fundo num colchão grande.

- Oi, eu vim buscar meu primo, Arthur - apontei pra ele.

- Ok, pode entrar - eu entrei e ela encostou a porta indo até o Thur - Arthurzinho - ela o balançou e ele abriu os olhos devagar.

- Lara? - ele me olhou e eu dei um sorrisinho.

- Vamos pra casa, Thur? - perguntei tocando sua mão e ele balançou a cabeça levantando com o biquinho na boca.

- Tchau, Jô - ele disse e ela se abaixou abraçando o mesmo e dando um beijo no seu rosto.

- Tchau amor, te vejo amanhã - ela disse e eu me despedi da mesma voltando pro carro.

- Quem é esse, Lala? - ele olhou pro Tiago.

- E ai, amigo. Me chamo Tiago, e você?

- Arthur - fez um toque com o Tiago e eu ri.

Ele deu partida e o Arthur deitou no banco voltando a dormir.

- Carai, ele é a cara da Tina - falou baixo.

- Sim, sempre acham que eles são mãe e filho - falei olhando a janela.

A gente foi conversando até chegar na casa da tia Mara e eu acordei o Thur de novo

- Vamos, amor? - ele sentou e coçou os olhinhos.

Eu desci com o Tiago e abri a porta do Thur. Ele desceu e saiu correndo até a porta da casa, batendo na mesma. A minha mãe abriu e eu disse que já entrava.

- Nos vemos amanhã então? - perguntou me puxando pela cintura.

- Todo dia isso agora? - perguntei e ele riu me dando um selinho e puxando meu lábio inferior.

- Você gosta que eu sei - jogou meu cabelo pra trás - A gente tem que aproveitar que você tá aí ainda, né.

- Ora, não quer que eu vá embora amorzinho? - segurei seu queixo fazendo biquinho e ele riu me puxando pra um beijo.

- Lara, entra! - a voz da minha mãe veio lá de dentro fazendo eu levar um susto e me afastar do Tiago.

- Vai lá, princesa - ele disse e riu.

- Beijo, gatinho - mandei um beijo no ar pra ele e fui pra dentro - Cheguei, pessu - tranquei a porta e minha mãe saia da cozinha cruzando os braços.

- Que bonito, Lara - ela disse.

- O que, mamãe? - andei até ela e beijei seu rosto.

- "Amigo da Martina" - imitou minha voz e eu ri.

- Mas é amigo dela, ué - falei indo até a cozinha e bebendo um copo de água.

- Hum, sei - se encostou na parede.

- E a tia Mara? - mudei de assunto.

- Tá dando aula pra uma duas meninas lá no fundo e o Arthur foi dormir, não faz barulho - falou baixo e eu assenti indo pro quarto. Tirei meus sapatos e me enfiei debaixo das cobertas, pronta pra tirar um cochilinho.

GABRIEL

Cheguei do estágio as sete e me joguei na cama, peguei meu celular e postei um storie no Insta. Não deu 5min e eu já recebi um direct relacionado ao storie.

DM 📩
@fer.almeida: Sdd dess a cama aí
↪bielbarbosa: Que soninho pai |📷|
@bielbarbosa: Só da cama? Pô...
@fer.almeida: Ta d bobeeira ai ?
@bielbarbosa: Você tá bêbada, mulher?
@fer.almeida: Tô nao k daqui a pouco toai
@bielbarbosa: Nanda...
@fer.almeida. Abre aq baby

Desliguei o celular desacreditando que a Fernanda realmente tinha vindo aqui e ainda por cima tava bêbada. Abri a porta e a mesma tava encostada na parede a frente da porta.

- Biel - veio ao meu encontro com um sorrisão e me deu um beijo no canto da boca todo errado, passando por mim e andando lá pra dentro.

- Só aparece pra me ver quando bebe, né garota? - falei vendo ela sentar na minha cama e jogar a cabeça pra trás.

- É que bateu saudades de você, Biel - falou embolado e eu sentei do seu lado - Dessa cama, desse quarto, desse cheiro - cheirou meu pescoço e eu me arrepiei fazendo ela rir

- Eu também sinto saudade às vezes e nem por isso vou bêbado a sua casa - falei a olhando e ela tava com os olhos borrados e meio vermelhos - Você tava chorando?

- Ai, Biel. Você não entenderia, só deixa eu ficar aqui um pouquinho - deitou na cama.

- Me conta, vai - deitei ao seu lado e ela me olhou.

- A Eduarda, cara. Chata demais - falou desviando o olhar pra baixo - Hoje a gente brigou e ela jogou umas coisas muito pesadas na minha cara, meteu até você no meio dizendo que você me largou por eu ser do jeito que eu sou. Nunca tínhamos brigado sério e eu nunca tinha chorado por causa dela. Aí eu fiz o que? Fui pro bar encher a cara e decidi vir pra cá quando eu vi seu storie - falou baixo e se virou de bruços.

- Carai... Mas você sabe que a Duda é desse jeito, né? Não sei porque você ainda mora com ela - tirei seu cabelo do rosto - Não foi a toa que o Vitor parou de ficar com ela.

- Ah, sei lá. Eu nem tenho pra onde ir e minha família toda mora no Rio, não tem o que eu fazer.

- Por que você não procura um kit net, um apartamento pra você e os caramba? Você não tá mais trabalhando no salão? - perguntei e ela negou enquanto seus olhos marejavam - Por que tá chorando, pô? Falei algo errado?

- Não, Biel. Mas eu fui despedida do salão por culpa da Eduarda também, tô perdida e só tenho ela praticamente - fechou os olhos e eu cheguei mais perto dela.

- Você tem eu, ué. E além do mais você sempre correu atrás do que quis e sempre foi independe, nunca foi de desistir - abriu os olhos novamente.

- Mas eu cansei, Gabriel. Tô nem ai que eu não tô mais trabalhando e que eu dependo da minha amiga retardada que só sabe pensar nela. Ultimamente eu tô foda-se pra tudo e só quero um pouco de silêncio - falou e baixou um pouco sua cabeça.

- E aqui é o lugar certo? - perguntei e ela concordou a cabeça. Eu fiquei a olhando por uns segundos e a abraçei, sentindo o cheiro bom do seu cabelo invadindo minhas narinas e relembrando do tempo em que namorávamos.

- E se eu passasse uns dias aqui com você? - ela disse me fazendo quase engasgar com a saliva e me olhou - Em?

- Acho que não seria uma boa idéia, Nanda - sentei na cama e ela sentou junto.

- Ah, qual é. A gente é amigo e você mora sozinho aqui - me olhou com uma carinha irresistível - Por favor, vai.

- Mas é só por uns dias, né? - me dei por convencido.

- Sim, eu juro - veio mais perto e deitou no meu colo - Obrigada.

- Você sempre me convencendo - comecei um cafuné no seu cabelo.

- E você sempre cuidando de mim - fechou os olhos.

{Não esqueçam que a Fernanda está nos personagens}

SintoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora