Tudo ocorria bem na vida de Martina, uma universitária que a recém tinha conseguido a liberdade que sempre quis se mudando para um apê com a amiga. Mas as coisas parecem mudar de rumo quando ela conhece seu vizinho, Vitor.
Almocei com a Martina e a Lara no centro e depois fui pra academia onde eu trabalhava. Deixei minhas coisas no armário e fiz um coque no cabelo indo lá pra dentro. Acompanhei o treino de uma mulher que sempre fazia os exercícios comigo e ajudei algumas pessoas que eram novas e não sabiam os lugares das coisas. No fim da tarde eu consegui ter um descansinho e fui tomar uma água bem gelada.
- Oi - senti alguém me cutucando e me virei - Você sabe onde o Jeferson tá? - perguntou se referindo ao meu chefe.
- Irmão da Renata? - perguntei o olhando e ele pareceu se dar conta de quem eu era.
- Não lembrei de cara, mas você tava com a gente lá no pub aquele dia né? - falou e eu concordei.
- Mas enfim, acho que o Jeferson já foi embora - falei e ele suspirou.
- Ah, então volto amanhã - falou - Preciso falar com ele.
- Aí você vem mais cedo - falei andando e ele veio ao meu lado.
- Vou vir - fui até o armário e ele veio atrás.
- Já tá indo também? - perguntou e eu concordei - Quer carona? - nem pensei.
- Ai, eu aceito - sorri e ele riu. Fui com ele lá pra fora e o mesmo destravou o carro pra entrarmos.
- O seu nome é Maria Luísa né? - deu partida.
- É Maria Júlia - ri nasal.
- Pô, não lembrava - riu - Vou te chamar de Júlia.
- Só meus pais me chamam de Júlia - brinquei.
- Seus pais e eu - não vou negar que achei abusado.
- E essa moral aí que eu não te dei? - ri.
- To só brincando, mina - dei uma risadinha e passei o meu endereço.
- É nesse prédio aqui - falei ao vê-lo.
- Entregue, Júlia - olhei pra ele com os olhos semicerrados.
- Júlia é seu pau - desci do carro e ele riu - Aliás, qual o seu nome mesmo?
- Cadu, mas pra você é amor da minha vida - ri.
- Tchau, Cadu - fechei a porta e andei até a porta do prédio. É cada um que me aparece...
Entrei em casa e a Martina tava na sala com a Lara, o Tiago, Biel, Miguel, Renata e a amiga do Biel.
- O que é isso aqui na minha casa? - brinquei e joguei a chave na mesinha.
- Oi minha morena preferida - a Renata disse e eu mandei um beijo pra ela.
- Peguei carona com seu irmão, loira - falei e ela abriu o sorrisão.
- Seria maravilhoso ter você de cunhada - falou e eu ri debochada.
- Sonha, minha flor - fui cumprimentar todos com um beijinho no rosto e fui lá pra dentro largar as coisas e tomar um banho. Botei um short jeans, um top com um moletom preto por cima e calcei meu chinelo. Aproveitei o rímel de mais cedo, passei um batom clarinho e tirei umas fotos no quarto antes de ir lá pra sala. Postei uma que eu fiquei apaixonada porque fazia tempos que eu não atualizava o feed e fui lá com o pessoal, já percebendo a presença de mais duas pessoas: Vitor e Cadu.
- E aí, Júlia - o Cadu disse e eu rolei os olhos indo cumprimentá-lo.
- Hummmm - Renata disse com a Martina e eu dei dedo do meio.
- Uma pena a Leticia não estar aqui, né? Ela estaria fazendo a maior bagunça agora - a Renata disse e eu concordei.
- Por que ela não veio mesmo? - Miguel perguntou.
- A irmã dela chega hoje - a Tina disse.
- Ah, verdade - ele disse.
- Doida essa história, né? - o Vitor falou sentando entre o Tiago e o Biel.
- Aham - falei indo beijar o Vitor e o chato já aproveitou pra me fazer cócegas.
A Fernanda tava bem deslocada mas ela era uma boa pessoa e o Biel deixava ela mais a vontade.
Eles pediram pizza e só de escutar essa palavra minha barriga gritava. Quando ela chegou nós nos organizamos na sala e já botamos um filme pra assistir, então posso dizer que sextou da melhor maneira.
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LETICIA
Eu tava muito nervosa pra conhecer a Larissa e ainda não tinha caído a ficha de que ela era minha irmã e que eu só iria conhecer agora. Minha mãe iria pra clínica de reabilitação amanhã depois do almoço e pra eu não ficar sozinha ela pediu pra Larissa passar um bom tempo comigo.
Eu tive aula a tarde mas sai um pouco mais cedo, então fui direto pra casa organizar tudo e me arrumar pra mais tarde. Minha mãe tinha ido fazer umas compras e eu limpei a casa, arrumei o quarto dela que ficaria pra Larissa e deixei tudo bonitinho.
Ela logo voltou e eu a ajudei pra guardar as coisas, fui pro meu quarto pegar uma roupa e depois tomei um banho demorado. Pelas sete e meia minha mãe começou a janta e uns minutos depois a Larissa mandou mensagem dizendo que já tinha chamado o Uber e que já estava vindo.
- Filha - minha mãe me chamou e eu olhei - Me desculpa por tudo, tá? Eu te amo.
- Eu que devo me desculpar, mãe, pelo jeito que eu venho te tratando - cheguei mais perto dela e a abracei - Te amo.
- Eu vou ficar melhor lá na clínica - fungou - E vocês vão poder me visitar sempre que quiserem.
- Será que a gente vai se dar bem mesmo? - perguntei saindo do abraço e ela limpou o rosto.
- Eu espero que sim né, Let. Vocês duas tem gênio forte e são teimosas mas tenho certeza que serão grandes amigas.
- Deus te ouça - ri - Nem acredito que eu tenho uma irmã, sério.
- Era pra eu te contar quando você fizesse dezoito, mas acabei deixando passar - falou - Lembra que quando você era pequena sempre falava que queria uma irmã?
- Sim - ri nasal - É louco, essa história é louca.
- Você tem que ir pra Goiânia um dia desses - falou - A Lari te leva.
- Tenho mesmo - falei - Nem lembro mais da minha vó.
- Voce era a paixão dela quando era pequeninha e mesmo longe sempre continuou sendo - falou e eu sorri.
- Eu... - fui cortada com o barulho da campainha e meu coração quase saiu pela boca.
- Deixa que eu abro - minha mãe foi abrir e eu fiquei de pé, parada, só vendo tudo de longe.
Assim que a porta se abriu eu vi uma mulher muito linda, da minha altura praticamente, super parecida comigo e com um jeito igualzinho o meu e da minha mãe. Ela veio entrando com a mesma e eu já me emocionei toda, isso era muito estranho mas ao mesmo tempo bom.
- Oi, Leticia - ela disse sorrindo e largou a mala dela.
