VITOR
Cheguei do trabalho mais tarde e me atirei na cama. Tava quase pegando no sono quando a campainha tocou e eu tive que levantar na força do ódio.
- Oi, Duda. Entra aí - abri a porta e dei espaço pra ela passar.
- Precisamos conversar - falou encostada na parede com os braços cruzados.
- Sobre? - perguntei indo lá pra sala e ela veio atrás.
- Nós - falou e eu rolei os olhos disfarçadamente, a olhei e esperei que ela continuasse.
- Tudo acabou? - perguntou sentando no sofá.
- Tudo o que, Duda?
- Eu tenho saudades de você, do beijo, do sexo e da sua companhia. Isso acabou?
- Ah! É que a gente foi parando aos poucos de se ver e de sair, cada um tá bem seguindo o seu caminho, então eu achava que não iríamos mais dar continuidade a isso sabe? Podiamos ser amigos, é o melhor - falei.
- Foi parando aos poucos por sua causa né, Vitor? Eu que sempre ia atrás, eu que queria - falou levantando.
- Sempre ia atrás? Duda, você só me procurava pra transar, nossa "relação" era resumida a sexo e eu fazer suas vontades, nem conversava comigo direito e agora tá reclamando? - falei e ela ficou olhando pro chão com os braços cruzados.
- Tá, eu vou embora - falou passando por mim e indo até a porta, mas virou rapidamente antes de sair - E se a gente ficasse juntinho pela última vez? - falou andando até mim.
- Duda, para - falei e ela me puxou pela gola da camisa.
- Só mais uma vez - falou no meu ouvido enquanto descia a mão pelo meu abdômen mas eu fui forte.
- Vai pra casa, Eduarda - falei e ela empurrou meu peito com uma mão e saiu batendo a porta putassa.
- Isso, quebra tudo - falei pra mim mesmo e voltei pro quarto pra tomar um banho e apagar na cama.
MARTINA
A semana passou voando e a sexta já tinha chegado. Não sabia mais o que fazer com o Matheus, eu falava normalmente com ele pelo whats mas pessoalmente ou eu dava uma desculpa, ou evitava. Eu fiquei com um pé atrás depois daquele dia da cantina e isso só piorava porque ele não queria me contar o que era. Tava um clima estranho. Prometi pra minha mãe que iria jantar lá com eles no sábado e no dia seguinte almoçar também já que minha prima e meus tios iriam pra lá. Assim que eu sai do banho escutei uma música vindo lá da sala, coloquei a roupa que eu tinha deixado pronta na cama e fui no banheiro, escovei os dentes e fiz minha maquiagem rapidinha, penteei meu cabelo, sequei e fiz escova. Passei o desodorante, perfume e peguei meu celular pra tirar uma foto. Fui no quartinho que a gente ainda não tinha definido bem o que era e tirei umas fotos no espelho dali. Fiquei vendo elas e postei a que eu mais gostei.
Fui lá pra sala e vi que a JBL tava ali na mesa de centro com a música enquanto a Maju se arrumava no quarto dela. Sentei no sofá já pronta e fiquei vendo os comentários da minha foto. Ri dos meninos e da Maju que adoravam provocar.
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A campainha tocou e eu fui ver enquanto a Maju terminava de se arrumar. Abri a porta e vi o Vitor arrumado porque ele iria levar eu a Maju e ainda iria passar na casa do Miguel.
- Oi, entra - ele sorriu fraco e entrou enquanto eu fechava a porta.
- E a Maria? - perguntou e sentou no sofá.
- Tá rebocando aquela cara a horas - falei impaciente sentando no outro sofá.
- Eu ouvi - ela gritou lá de dentro e a gente riu.
- Quer alguma coisa? - perguntei e ele fez uma cara de surpreso - Que foi?
- Martina educada comigo, é por isso que tava chuviscando - falou e eu ri.
- Tô bem de boa hoje, aproveita - falei.
- Vou aproveitar - falou me olhando mas eu desviei o olhar pro meu celular. Odeio quando isso acontece - Seu namorado vai?
- Sei lá - falei suspirando - Por que o interesse?
- Saber, tô só puxando assunto - coçou o queixo olhando pro lado e voltou o olhar pra mim - Ele faz o que?
- Administração, por quê?
- A galera da administração que chamou geral, acho que vai.
- Que bom - falei com desinteresse mas por dentro eu tava me mordendo toda.
- Vamos? - a Maju apareceu e a gente levantou pra ir.
Entramos no carro do Vitor e acabou que eu sentei no banco da frente. Ele deu partida e colocou uma música qualquer. Passamos na casa do Miguel e ele saiu correndo de lá fazendo a gente rir.
- Oi chuchu - falei e o Vitor deu partida.
- Fala ai, bebê.
- Renata vai? - perguntei.
- Não sei ué, você que é amiga dela - falou.
- Quem tá pegando não sou eu - falei e o Vitor deu uma risadinha.
- Idiota - o Miguel disse rindo.
- Maju dormiu aí? - o Vitor perguntou e eu olhei pra trás vendo ela mexendo no celular.
- Tá falando com o Tiago - falei.
- Que Tiago o que, carai. É a Leticia - falou - Ela vai esperar a gente lá dentro com os meninos.
- Fechou - o Vitor falou e entrou na rua do pub que tava com uma fila pooooouco grande.
Ele teve que parar na rua de baixo e eu desci do carro sedenta pra arrastar a bunda no chão. Entramos na fila e a nossa vez demorou pra chegar mas chegou, entrei de mão dada com a Maju e o Miguel foi na frente com o Vitor.
- Tem muita gente, nunca que vamos achar a Leticia - a Maju gritou no meu ouvido e eu ergui a cabeça pra procurar os meninos e Lê.
Vimos o Vitor e o Miguel andando até a escada e subindo a mesma, olhei pra cima e a Leticia tava lá chamando a gente. Nisso que eu fui pra escada dei uma olhada pra trás e vi lá na outra ponta do lugar o Matheus conversando com duas meninas.
- Pera aí - falei parando e a Maju me olhou - O Matheus tá lá.
- Depois você fala com ele, vem - me puxou de novo e eu subi as escadas sem tirar os olhos do Matheus.
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Sintonia
RomanceTudo ocorria bem na vida de Martina, uma universitária que a recém tinha conseguido a liberdade que sempre quis se mudando para um apê com a amiga. Mas as coisas parecem mudar de rumo quando ela conhece seu vizinho, Vitor.