🌈Batidas Fortes

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🌈 Música do capítulo: fan behavior - Isaac Dunbar

Luz, é tudo o que S/n via. As paredes brancas com os espelhos refletiam o brilho vindo do lustre pendurado na grande sala. Tudo tão delicado, tudo tão chique, tudo tão... mágico. Sua mandíbula começa a doer de tão aberta que estava. É aqui que ia ficar? Não tem serviço de quarto, porém não se compara a nenhum hotel. Imagine uma casa moderna e com classe. Imaginou? Agora acrescente todos os detalhes da sua casa dos sonhos em um espaço inimaginável. Viu onde quero chegar? Quem não piraria ao ver aquilo?
A jovem ficou girando igual uma mariposa perseguindo a luz. Tinha uma escadaria linda toda de vidro atrás do maior sofá que já havia visto. É sério! Devia caber umas 7 pessoas... que vontade de pular nele! Sentindo o olhar de Lin nas suas costas, tratou de manter a compostura. Tá difícil de controlar a emoção, mas tinha que ser profissional.
Lin toma a frente e vai mostrando os outros cômodos. Do lado esquerdo é a cozinha, tão grande quanto aquelas do master chef; uma porta de arrastar no canto dá para o quintal, onde tem piscina, sauna, jacuzzi... é O quintal; do lado direito tem alguns estúdios de gravação e lá em cima são os quartos dos meninos. No andar superior também era onde S/n ficaria.
Há uma divisão no segundo andar. De um lado ficam os 막내 (maknaes = mais novos), onde elazinha iria ficar, e do outro, os 형 (hyungs = mais velhos).
Devia evitar sair do dormitório para não invadir a privacidade deles, porque meio que era a única menina e poderia ver algo que não deveria ser visto, esse era o pensamento. A cultura deles a permite ficar tranquila com essa questão, mas, assim, cá entre nós, eles continuam sendo meninos e mesmo estando acostumados com paparazzis e stalkers é bem diferente morar com uma garota.
— E finalmente sua suíte! — Lin aponta entusiasmada.
Nossa... é perfeito! Pra quem nunca teve a oportunidade de dormir numa cama de casal e agora tinha uma bem na sua frente não era nada mau. Parece que o jogo virou, não é mesmo?
— Quando for ligar o chuveiro espere uns dois minutos para a água esquentar — a mais velha continua a apresentação.
Uma banheira. Quem não as ama!? Não queria ser muito egoísta, mas é difícil resistir à tentação de gastar milhões de litros d'água para ter um banho super relaxante. Lin parece ler seus pensamentos e diz pra ficar à vontade para usá-la a hora que quiser.
— O tour acabou. Eles devem chegar a qualquer momento. Vou esperá-los para te apresentar, depois vou embora. Ligue se tiver dúvidas. Garanto que irão te tratar muito bem e que irá gostar deles, afinal, todo mundo gosta!
— Okay. Obrigada de novo. Espero não ser um incômodo.
— Que nada. Eles precisam ter contato com outras pessoas. Devem estar enjoados de si mesmos, já que são só eles com eles desde sempre. E você é responsável. Quem sabe não bota juízo naquelas cabeças!
— Eles são mais velhos, não são?
— São homens, quer dizer que são crianças. — Riram. Piadas feministas são as melhores. — E tem mais, senhorita. Eu invisto naquilo que acredito que valha a pena. E acredito que você seja uma jóia preciosa. — Sua habilidade de convencer é excepcional. Está quase fazendo S/n mudar de ideia.
— Entendo... Você me dá licença? Preciso fazer uma ligação.
Ela vai para o novo quarto e senta na cama. Seu pai deve estar preocupado, se já não ligou pra polícia. Prometeu ligar assim que chegasse e já se passaram três horas desde que o avião pousou.

Ligação On

— Alô, filha? — Que saudade dessa voz, pensou.
— Pai! Cheguei!
— Meu amor, que coisa boa. Que preocupação você me causou! Estava prestes a ligar pra polícia. — Eu disse, não disse?
— Me perdoa. É que teve um probleminha, aí perdi a hora. Mas, agora tá tudo resolvido.
— Ah, entendi. No final deu certo, né? — A filha apertou o cobertor, olhando em volta. Estava num lugar incrível, só que não sabia se ia ficar ali. Planejou tudo desde o início e agora conseguiu um bom emprego, mas não é o que queria. Confusa, ainda não podia contar a ele toda a verdade.
— Deu tudo certíssimo! O hotel é ótimo! Cinco estrelas, acredita? Mas, e você... tá tudo bem por aí?
— Estou com a Sasha aqui. Estamos vendo aquele seriado de que você gosta. Como é que se chama mesmo? — No fundo escutou Sasha gritando: "O nome é Friends!".
— Ah, legal! Deixa eu dar uma palavra com essa doidinha. — Os barulhinhos do celular passando de uma mão pra outra a causam arrepios.
— E aí, minha menina internacional, como você tá? Já visitou algum templo budista? — Impossível ficar sério com as piadas de Sasha.
— I'm fine. — A risada sai curta. — Não tive tempo de fazer nada ainda.
— Poxa, que pena... Manda fotos quando começar explorar essa terra desconhecida.
— Mando sim. — Riu novamente.
— Estamos com saudade.
— Eu também. — Respirou fundo.
Risadas altas e o som de motor de carro surgem junto com batidas na porta do quarto.
— Eles chegaram, S/n — murmura Lin através da madeira da porta.
Tampou o microfone do celular e respondeu que estava indo.
— Preciso agir aqui, pessoal.
— Tchau! — despedem em uníssono. — Continue mantendo contato, hein!?
— Sim, senhora capitã!

❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞Onde histórias criam vida. Descubra agora