🌈 Betado por: @poisoneddreams
🌈 Música do capítulo: House Of Cards - BTS (vocal line)
— Vale sequência? — Jin coçava a cabeça consoante piscava um dos olhos. Aparentemente aquelas cartas coloridas o estavam causando dores de cabeça.
— Só se for do mesmo número — Jungkook pacientemente respondeu seu hyung, olhando de relance para as cartas do mais velho.
— Tem que ser da mesma cor? — Jin, que recolheu discretamente seu jogo para que não vazasse, ainda não entendia o que devia ser feito.
— Nunca jogou UNO na vida, não? — Yoongi resmungou, esperando o próximo jogador baixar sua carta.
— Podem ser de cores diferentes, Jin — S/n explicou suave.
O olhar de desgosto lançado por Suga à ela era impagável, a relação de ambos era baseada em provocações e discussões birrentas.
— Sou eu? — Hoseok diz jogando uma carta que invertia o jogo para o sentido anti-horário. — Volta pra você! — Apontou sorridente.
— Aish! Isso é muito confuso! — Seokjin disse frustrado, fazendo um beicinho. — Tem muita regra e essa coisa de inverter o tempo todo... Por que então todo mundo não joga na hora que quer? Que chatice!
— Ou talvez, só talvez, você seja muito velho pra jogar.
Seokjin nem se deu o trabalho de entrar na onda do maknae. Ele apenas se levantou e jogou na mesa uma sequência enorme de cartas "compre dois" e, no final, deu uma olhada torta pronunciando uma palavra com uma entonação que só os melhores atores usariam para demonstrar que estão com a partida já ganha.
— U.n.o!!!
Jeon o imitou, ficando de pé e jogando mais uma carta "mais dois" no bolo.
— Você não pode fazer isso! — Jin se vira para a staff e prossegue demonstrando sua perda total de confiança após um simples passo de Jungkook. — Ele pode!?
— Eu posso tudo, meu caro — pronuncia com um sorriso sacana.
Hoseok e ela se olharam e soltaram uma gargalhada alta ao mesmo tempo. Parecia coordenado, cobriam o riso com as cartas em mãos e quando ficavam sem ar jogavam a cabeça para trás, em busca de mais fôlego. A reação dos outros foi normal. Nam e Yoon, plenos, encaravam a crise e faziam cara de que algo cheirava mal, torciam o nariz. JK sorria contente de ter refutado seu hyung. Jin, com os ombros baixos, sentou-se e de vez em quando soltava resmungos.
— Acha que um mero mortal pode matar um Deus, criatura ridícula!? — Namjoon fala com Jungkook, que certamente entendeu a referência aos Vingadores por sorrir, e adiciona outra carta "mais dois". As risadas continuam.
— Humpf... — Yoongi franze o cenho e contrai o lábio, dando a entender que não tinha saída a não ser o fim trágico de comprar um monte de cartas. — Não vai ser dessa vez. — E adiciona outra carta, o que fez S/n rir mais alto e chamar, não de propósito, Jungkook para a vibe dela e de Hoseok meio estranha de risadas.
— Vai mesmo cavar minha cova e me convidar pra entrar? — Arrancou um sorriso de lado de Suga, o que indica que ele sabe que ela estava blefando e gostou de vê-la tentar ludibriá-lo. Confiante, a garota ainda acreditava que iria conseguir. — Sinto muito, Yoon, mas passo adiante. — Joga um "mais quatro" e os únicos inabalados, Yoongi e Nam, começam a demonstrar que podem também se divertir dando risos engasgados. — Quero amarelo, Hoseok! — Ela encosta o queixo no próprio ombro ao determinar sua sentença final.
— Poxa... Assim você me quebra, gatinha. — O seu tom triste provocou uma explosão de humor em todos, até em Jin que começava a relaxar ao sentir que tinha se livrado do maior carma que poderia existir num jogo de cartas: uma volta completa. — Ainda bem que guardei uma arma secreta para usar mais tarde!
A próxima cena foi observada em câmera lenta por todos no cômodo. Yoongi fazia a básica cara de quando para de funcionar com a boca aberta, Namjoon arregalou tanto os olhos que S/n achou que era um filtro ambulante do SnapChat, Jungkook puxava todo o ar que podia para gargalhar depois de ver a maior virada da história e ela se levantava e jogava as cartas pro alto. Quando Hoseok finalmente baixou a única carta que poderia tornar aquele o momento mais icônico possível com um sorriso de orelha a orelha, todos encararam Seokjin.
— HAHAHAHAHAAAAAAA!!!
S/n e Hoseok procuraram apoio um no outro para não caírem no chão, a barriga de ambos doíam de tanto rir, transpassando os braços, eles gargalharam tão alto quanto os outros na sala. Namjoon, Yoongi e Jungkook estavam na mesma situação. Um se debruçou na mesa e tremia com as próprias risadas, o outro apertava a barriga e repetia várias vezes que sentia dor e o último se derrubou da cadeira e ficou tentando se reerguer, mas estava sem forças pra isso.
— Eu nunca mais jogo esse jogo idiota... — E Jin começa a rir junto com os outros, mesmo sabendo que era seu fim. — Quantas cartas eu tenho que comprar, pai amado!? Preciso de ajuda pra contar. Pessoal? Pessoal!
S/n conseguiu se conter após ficar sem energia e pegou o bolo separando as últimas cartas. Os meninos se arrastavam pros seus lugares e ela aproveitou para, ao mesmo tempo, juntar suas cartas que agora estavam espalhadas por toda a sala.
— São... hmm... dezesseis, Jin! — Voltou o mais rápido possível pro seu lugar e colocou de volta o monte de descarte em cima da mesa.
— Vai esvaziar... — Namjoon limpa algumas lágrimas e tosse na tentativa de voltar a sua seriedade habitual — o deck de compra.
— Se fosse você... hahaaa... desistiria!
— Eu jamais vou desistir!
E baixa uma carta que bloqueia JK. O mesmo não aguenta e cai de novo da cadeira. A staff lembrou em seguida a falta que havia sentido desses momentos de alegria pura, das risadas espontâneas.
Teria que elogiar a perseverança de Jin, pois qualquer um jogaria tudo pro alto ali. Quando chega a vez de Nam, duas figuras entram pela porta da casa aparentemente cansadas e se aproximam silenciosamente com as cabeças baixas. Os últimos dois membros chegam no recinto.
— Taehyung! Jimin! — A garota grita em animação, com as bochechas rosadas pelo surto de riso recente.
Ambos mudam suas anatomias quase que instantaneamente ao ouvir a voz dela. Uma luzinha ilumina seus rostos perdidos. Jimin se apressa para chegar perto de S/n e esta se levanta da cadeira, abrindo os braços para recebê-lo. O breve abafado do choque de ambos os corpos é o único som no local desde o pequeno grito de reencontro.
— S/N! S/N, S/n, s/n... — Primeiro ele diz seu nome alto, mas aí vai diminuindo a cada vez que repete, como se fosse difícil de pronunciar.
Jimin só conseguia pensar nela. Era a pessoa que ultimamente havia rodeado sua cabeça, tendo todos os pensamentos voltados a sua pequena. E bem, S/n também havia sentido falta daquela voz suave de Jimin, de seu toque, de seu cheiro, dele por completo. Com ele loirinho como agora ela tornava a repensar nas alucinações que teve antes de vir, aqueles fios encostando tão intimamente nela... Nossa, o controle é mesmo uma dádiva!
— Estou aqui, Jimin! Estou... aqui.
Seus olhos arderam com lentidão dando indícios da sua vontade de chorar. Ficar tão longe deles estava fora de cogitação. Ela de forma alguma queria passar por isso de novo.
Jimin se afasta meio relutante com um sorriso bobo escondendo o que se passava em sua cabeça. A garota perguntou-se sobre o que ele poderia estar pensando, desejando ter o poder de ler mentes. Será que a vontade que sentia de beijá-lo era recíproca?
Então, o último — e nem por isso o menos importante — aproximou-se dela, ficando parado à sua frente enquanto sentia os olhos curiosos percorrerem todo seu corpo. A pose de Taehyung era máscula, a luminosidade da sala fazia seu pomo-de-adão e clavícula ficarem ressaltadas, seu ar era viril demais, sua pele bronzeada e o maxilar marcado. S/n notou todas as pequenas diferenças em questão de segundos.
Taetae morde os lábios um tanto sentido e ela segura a respiração para ouvir o que ele tem a dizer.
— Queria muito te falar que fiquei bem sem ter você por perto, mas estaria mentindo.
Um passo é dado e a menor ajusta seu olhar para a troca intensa entre ela e Taehyung, que parecia mais sério que o habitual. O olhar dele transmitia paixão, raiva e dominância.
— Acho que quando digo que não permitirei nunca mais que saia, estou dizendo por todos nós, não só por mim. — Sua voz grossa sempre reforça o que diz, mesmo involuntariamente.
A mente dela viajou para uma cena na qual se ela virasse minimamente seu pescoço para checar a reação dos outros, Taehyung levaria-na para o quarto mais próximo e faria o que bem entendesse com ela. A intérprete queria testar essa hipótese, entretanto seu lado racional implorou para que ela esperasse o final da fala.
A mão grande e quente de Taehyung viaja até o queixo da garota, suavemente envolvendo o queixo dela em seus dedos e subindo até ambas as faces ficarem alinhadas.
— Prometo... — ela engole em seco, continuando: — nunca mais me distanciar assim. — S/n esperava ter dito o que ele queria ouvir.
Por uns segundos ele a manteve naquela posse opressora. S/n gostava desse jeito de alfa que Kim estava demonstrando no momento, mas também sentia falta do homem sensível e emotivo que era sempre tão carinhoso consigo. O que aconteceu para ele mudar tanto?
Os meninos olhavam a cena atentamente, até S/n se remexer. Ela não queria passar a ideia de que cada um poderia fazer o mesmo. Caso isso acontecesse, os planos de manter um relacionamento saudável entre a staff e os sete seria mergulhado por água abaixo. Kim percebe o clima que fica cada vez mais difícil de lidar, abraçando a garota com tudo.
— Preciso de você, S/n. Preciso tanto quanto preciso de ar — o sussurro tremido e de certa forma rouco, demonstrava o lado frágil do maior, que apertava o corpinho dela.
— Também preciso de você, Tae — ela sussurra de volta sabendo que ele não lhe largaria se não fosse por uma força monstruosa, digamos, o Rap Monster puxando o braço dele.
— Já que estamos todos aqui reunidos, o que acham de pedir frango frito? — Namjoon sugere.
— Quer me seduzir, hyung? — Jungkook comenta, rindo. — Amo frango frito!
— É uma ótima ideia! — Jimin concorda olhando rapidamente para todos.
— Tô cheio de fome — Yoongi reclama baixinho, espreguiçando-se.
— Se for pra descansar um pouco dos serviços domésticos, eu aprovo! — o mais velho disse animado.
— Deixa que eu peço, gente! — Hoseok sacou o telefone.
Apesar de todas as falas que demonstraram felicidade e harmonia entre os oito presentes, S/n conseguia ver na linguagem corporal — essa que a garota passou a distinguir entre os sete — que algo estava errado. Estava escondido e provavelmente entalado nas gargantas de cada um, que tentavam engolir para que não assustasse a garota.
Ela não gostava, nunca gostou de segredos, principalmente quando eram aparentes e preocupantes do jeito que os meninos demonstravam que eram. Logo eles irão abrir o bico e S/n esperava que quando essa hora chegasse ela soubesse o que dizer para eles.
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...