🌈 Betado por: @Fofucha_
🌈 Música do capítulo: Daddy Issues - The Neighborhood
Um aroma adocicado que mistura alecrim e algodão-doce, viciante. S/n respirava aquele ar antes de abrir os olhos e se deparar com o rosto angelical de Jungkook a centímetros do seu. Quando tenta se distanciar, suas costas batem levemente em algo robusto. Jin está atrás de si com o braço em volta da sua cintura. A jovem o retira com todo o cuidado do mundo para não acordá-lo de seu sono profundo.
Quando ergueu seu tronco, teve uma visão privilegiada: havia anjinhos dormindo ao seu redor. Para não acordá-los, S/n põe os pés descalços no chão, rezando para não ouvirem nenhum rangido sequer, e contorna os meninos que estavam apagados por conta da noite anterior. A adolescente pisa um pouco perto demais de Yoongi, fingindo assim ser uma estátua de um museu famoso enquanto o observava revirar de um lado pro outro. Depois que ele aquietou, apressou-se em sair do campo minado. A aflição é visível em seus olhos, por isso permaneceu quieta, mas jurava que daria para ouvir seu coração tambor a milhares de quilômetros.
Onde foi que deixei meu celular?, perguntava-se. Anteriormente, depois de todos terem decidido fazer uma festa do pijama, haviam se organizado ao redor do sofá da sala. Os garotos tiraram no par ou ímpar para ver quem dormiria no sofá. Jungkook, Jin e Hoseok foram os vencedores, o resto infelizmente teve que dar um jeito de se acomodar com alguns cobertores no chão.
Basicamente trocaram ideias e ouviram músicas até tarde da noite, porém, foi aí que pediram para dar uma olhada na playlist da staff. Por consequência se distraiu e agora na manhã do dia seguinte não consegue se lembrar de onde havia posto o seu smartphone.
Ao longe a jovem avista sua capinha rosa em meio aos lençóis, sendo assim S/n usa suas incríveis habilidades para chegar perto do aparelho — o que quer dizer nulas — em silêncio. Espanta-se ao ver que são apenas dez para às sete. A garota ri, pois havia cantado tanto quanto eles. Deveria estar apagada uma hora dessas. Fora tão divertido na noite passada. Contaram histórias de como haviam se conhecido dentre outros assuntos memoráveis. O envolvimento a fez esquecer da hora que foi se deitar. Descobriu que Taehyung e Park Jimin estudaram juntos. V também disse ser o integrante "secreto" e que só fora revelado no dia do debut do grupo.
Espantada com o tremor repentino do telefone, rapidamente vira seu rosto para ver se havia acordado alguém, por sorte ainda estavam apagados."Bom dia, S/n.
Pedi a Rosie que passasse hoje por volta das oito da manhã para deixar o novo contrato definitivo como havia me pedido ontem de noite. Leia com atenção, assine e deixe no aparador perto da entrada que irei aí a qualquer momento buscar, provavelmente quando estiverem dormindo. Também mandei uma base de avaliação para o seu e-mail. Faça algumas mudanças se achar necessário, mas o importante é começar desde já os estudos com os meninos.
Ps: Se precisar de materiais, para eles ou para você, é só me avisar.
Atenciosamente, Lin".Lin queria que a jovem colocasse-os em níveis para deixar o aprendizado mais fácil. Na cabeça dela acabou fazendo sentido, pois alguns sabiam mais que outros. Seria professora dos sete anjinhos e para isso precisava saber o quanto dominavam de inglês.
S/n sobe as escadas com passos de pena indo direto pro seu quarto, senta na bancada com seu notebook e com o e-mail abertos e suspira. Começava a trabalhar no teste dos meninos que Lin, a maravilhosa, havia mandado. Basicamente um link com uma prova tradicional de cem questões. S/n modificará algumas coisas, aumentando apenas um pouquinho a dificuldade, pois no fundo desejava que se saíssem bem. Mas se o objetivo é separá-los em níveis precisava fazer algumas perguntas decisivas. Estava concentrada quando de repente escutou leves batidas na porta.
— S/n, sou eu! Você tá aí? Posso entrar? — conheceria a voz doce de Namjoon de qualquer lugar.
— O-oi! Pode! Tá destrancado, é só abrir.
Girou a cadeira na direção da porta, avistando Namjoon se aproximando com o sorriso de covinhas e as mãos nos bolsos da calça moletom. S/n lembra-se rapidamente que Jimin tinha a salvo na noite passada, de novo, emprestando uma camiseta preta para usar com um short cinza de malha que tinha, já que sua única camisola é transparente.
— Bom dia, S/n — indaga quando finalmente põe os pés no quarto.
— Bom dia, Namjoon! — retribui mais alto do que pretendia.
— Nossa, que animação é essa logo de manhã? — A jovem sorri sem graça. — O que está fazendo? Tá meio cedo para trabalhar, não acha?
— Eu estou só ajeitando uma prova que a Lin me mandou. Ela me pediu para realizar seus nivelamentos. Tenho que começar a fazer o que vim fazer aqui. — Mostrou seu notebook rapidamente para Namjoon.
— Saquei... A propósito, a assistente de Lin, como chama... Rose? Rosie! Bem, ela acabou com meu sono leve com a campainha e me pediu para te entregar isso — do bolso ele tira uma carta com o nome de S/n completo. — Adorei seu sobrenome.
— Já são oito horas? Como o tempo voa.
Ele levanta o documento importante antes dela o ter entre os dedos.
— Sei que não é da minha conta, mas o que é isso?
Ela arranca das mãos dele e coloca embaixo do notebook.
— Uma carta elogiosa, dã!
O sorriso dele é gradual.
— Você é mesmo responsável, não é? — muda de assunto. — Gosto de gente assim.
— Responsável? — Suspirou, não tardando para continuar. — A verdade é que eu não faço ideia do que eu estou fazendo...
— Você é bem engraçada, S/n! — Namjoon dá uma pausa e franze o cenho, acompanhando o desânimo da jovem. — Espera aí, o que quis dizer com "não faz ideia do que tá fazendo"? Pela sua cara parece que não é uma brincadeira.
A jovem tremeu, seria agora e sabia que esse momento chegaria mais cedo ou mais tarde, afinal não conseguiria viver por muito tempo assim, guardando segredos. Lá se vai a oportunidade de sua vida.
— Promete ficar calmo? — Namjoon concorda lentamente com a cabeça. — Eu não tinha planejado vir para cá, sabe? Nem para a Coreia do Sul, nem para ficar com vocês... não mesmo. — Falta uma veia pular para fora da testa de Namjoon quando diz a última parte. — Não que eu não esteja gostando de trabalhar com vocês! Eu... Quero dizer, estar aqui foi um acidente, uma confusão de minha parte para falar a verdade. — Ele então passa a encarar, intrigado. — Eu deveria ter dito isso antes a todos vocês.
— Uou, uou, uou... O que você é então? Porque, assim, você fala inglês muito bem e sabe sobre muitas coisas para alguém da sua idade. Espera, você é uma daquelas fãs psicopatas que stalkeia até a cor da próxima cueca que eu vou usar!? Merda, devia ter ouvido o Tae!
— NÃO!!! — S/n pulou desesperadamente em sua direção, fazendo com que ele desse um passo para trás. Droga! Não era essa a impressão que queria passar de si. Para não o assustar ainda mais, manteve um tom calmo. — Não é nada disso. Eu fui fazer uma entrevista da embaixada e...
Finalmente os pratos limpos estavam sendo expostos na mesa, a jovem contou tudo o que podia com os mínimos detalhes, de como se tornou a professora dos sete rapazes. RM ouviu tudo calado. Quando terminou, aqueles olhos puxados desenham cada curva em seu corpo com sutis movimentos, uma nova S/n ao seu ver. Aquele silêncio constrangedor estava a matando, até que o mais velho levanta o olhar, aprofundando nas órbitas dela, dando novamente o sorriso de covinhas. Essas covinhas são ilegais, ah como a jovem professora se derretia só de observá-las.
— Eu sabia que você era única. — A expressão de Namjoon é indecifrável e, por meio das dúvidas, S/n retribui com um sorriso fraco, já que não sabia se Namjoon estava falando sério ou se estava sendo sarcástico. — Soube quando te vi discutindo com a Lin no celular sobre as suas muitas dúvidas na sessão de fotos que você era uma pessoa meio avoada.
Avoada? Ninguém nunca a adjetivou assim. Realmente era uma avoada? Sendo ou não ele ri da jovem. Seu riso a tranquiliza. Namjoon poderia ter a agarrado pelos braços, arrastando para fora da mansão com um bando de vans de jornais locais transmitindo ao vivo: "A garota que se passou por staff para se aproveitar do grupo musical de K-pop, BTS". Só que o que aconteceu foi uma reação normal, um riso. Será que ele pensou que S/n estava brincando?
— De uns tempos para cá tenho mesmo me distraído com qualquer coisa. — Admitiu cabisbaixa. — Não tá bravo comigo? Aposto que no seu silêncio ligou os pontos e notou que nunca fui professora de ninguém antes, e é por isso que não faço ideia de como vou ensinar vocês. Tá vendo! Sou tudo, menos responsável.
— Bravo? Não tenho razão nenhuma para ficar bravo. No final das contas você está exercendo a função que qualquer outro alguém faria, mesmo não tendo se preparado para isso. — Namjoon dá um passo para frente dessa vez. — S/n, você tem tudo para ser uma ótima professora, só falta confiança. — As costas da sua mão passam de leve pelo rosto da jovem. — Parece estar angustiada sobre isso a um bom tempo e não devia, porque não fez nada de errado.
Se for parar para pensar, S/n realmente não cometeu nenhum erro grave. Nada disso estava nos seus planos e, mesmo assim, deu tudo certo. Está trabalhando com algo que conhece, o inglês e o coreano, irá ganhar mais do que esperava, tem alimento, moradia e, o mais importante, está rodeada de inspirações ambulantes. Por que não estou agradecendo?, pensou por um instante. Tem se cobrado o tempo todo desde que chegou em Seul. Passou da hora de relaxar e curtir, correto?
— É, suponho que tem razão. Pensei que me achariam uma maluca.
— A única coisa que acho de você é que é muito distraída e isso é bonitinho para caramba.
Aquilo a afetou, mas Namjoon fingiu que não percebeu como a garota ficou feliz por receber tal elogio.
— Obrigada por, sei lá, não me expulsar daqui? — aquilo era uma afirmação, mas saiu mais como uma pergunta.
Braços a envolveram, o queixo em cima da cabeça dela, os músculos jovens em contato direto com a robustez.
— Nunca te expulsaria, boba — solta ele brincalhão.
"Boba? Temos esse nível de intimidade?" — seu consciente gritava. Bom, pelo menos poderia aproveitar daquilo futuramente.
O queixo desliza no topo da cabeça.
— E tem mais! Se você nunca deu aula eu posso te ajudar. Tenho uma dicção boa, com certeza percebeu, e juntando com minha experiência de líder, que requer organização, acho que posso servir pra algo. Vai ser easy!
Ele não havia ficado nervoso, apenas ofereceu sua ajuda. S/n Responde com um aceno positivo e rapidamente Namjoon parte para puxar um banquinho que ficava embaixo do criado-mudo, que S/n nem sabia da existência, e se senta ao lado, seus joelhos dobrados além da conta por ser grande demais para aquele banquinho. Com o notebook em volta de suas mãos, Namjoon a ajudou como podia, o que acarretou em horas e horas de trabalho.
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...