🌈 Música do capítulo: No Judgment - Niall Horan
Yoongi Pov
Jungkook e Taehyung inventaram de tingir os próprios cabelos sem a supervisão da empresa, vermelho e azul, respectivamente. Acho que a intenção é fazerem, juntos, cosplay de Pica-pau. Só quero ver o esporro que vão levar depois. Baterei palmas altas com isso.
S/n está feliz ao menos. A mocinha ajuda os dois idiotas na sua burrada e eles a convenceram de alguma forma a pintar o dela junto, uma mecha de cada cor. Achei que ela riria deles e não faria, mas agora eu estou aqui nesse sofá listrado e as crianças estão descolorindo partes do cabelo na pia do lavabo do meu quarto.
Eles pegam os pincéis e passam as tintas nos fios um do outro, parecendo aquele bonde de tranças que as garotas costumavam fazer antigamente na escola. Depois do susto, é maravilhoso ver que tudo voltou ao normal.
É nosso último dia em LA e eu já não aguento mais essa turnê. É minha paixão, meu emprego, meus fãs, mas é cansativo e estressante também. Amanhã vamos para Nova Iorque, na sequência Orlando e não sei mais pra onde.
Sinto falta de sair, de visitar lojas nas ruas, sinto falta do meu país, dos meus pais, da paz. Ao menos resolvemos um certo incômodo noite passada.
Bakho descobriu que a tal staff estava mesmo nos Estados Unidos nos perseguindo desde que foi demitida. Foi SooHeon quem tirou a foto de S/n e Namjoon — disseram os policiais de confiança que tiveram acesso ao celular dela após apreendê-lo. Pelo que soubemos, SooHeon foi detida num hotel pertinho do nosso, cujo usou como esconderijo, observando todos os nossos passos de camarote. Passagens de avião, quartos de hotel, ingressos para nossos shows; ela fez tudo o que podia para estar na nossa cola.
A ex staff admitiu que mandou um bilhete de ameaça para S/n, disse também que não tinha se arrependido de ter feito cada um de nós temer por nossas vidas. SooHeon não passava de uma maluca vingativa. Bakho me contou sobre as maldições que aquela bruxa gritava contra S/n, o seu olhar invejoso de cobra fulminando toda vez que mencionava o nome do meu amor.
Há certas pessoas que se perdem em um único sentimento e essa ex staff estava imersa demais no próprio mar de ódio. Ela teve o que mereceu. Mesmo assim eu não estava satisfeito. Vimos um homem, não uma mulher tentando invadir o quarto. Seria um capanga dela? Aquilo não se encaixava.
Observei Namjoon ao canto do quarto comparando diversas vezes os dois bilhetes que haviam sido enviados para nós, um que achamos em meio a folhetos de hotel e outro que veio no verso da foto. Ambos em coreano. Eram bem parecidas as mensagens, em contraposição as letras eram uma água, outra óleo. Nosso líder nada disse, mas eu tinha a impressão de que estávamos chegando na mesma conclusão. Para reforçar essa ideia, a maluca admitiu ter enviado apenas UM deles. Volto a perguntar: quem é aquele cara? Ele tem alguma rixa com a S/n? Seriam duas pessoas querendo nos fazer mal?
— Jungkook, você pegou o tom errado. Isso daqui é rosa choque! — exclamou Taehyung antes de começar a aplicar o produto químico nos fios alheios.
— Hyung! Cuidado com meu olho! Como isso arde! Ah! — JK se desesperou, batendo nos ombros de Tae freneticamente. O banheiro era pequeno e três pessoas dentro o faziam menor ainda.
— Perdoa o hyung! O pincel escorregou! — Taehyung riu, obviamente feliz por ver o sortudo maknae de ouro sofrer só um pouquinho.
— Fica quieto, Jungkookie! Assim eu não consigo limpar a tinta! — S/n estava na ponta dos pés. Com um paninho limpava o rosto todo avermelhado de JK. — Você fez de propósito que eu vi, Taetae! Peça desculpas e pare de rir! Isso deve arder mesmo! E se ele ficar cego?
— Eu vou ficar cego?! — perguntou o mais novo, os olhos fechados com força.
— Claro que não! Quer dizer... Eu acho que não. — Taehyung tentou, mas não tentou acalmar sua vítima.
Então o mais novo passou o pincel com a tinta azul na boca aberta de Tae, fazendo-o tossir e colocar a língua azulada pra fora. S/n e Jungkook riram.
Virou um caos. Os três sujaram as peles, as roupas, o banheiro. Divertiam-se em demasia e meu peito apertava. É caótico. Eu não sabia se me juntava a eles ou se arrumava uma mangueira pra jogar água, acabando com a recreação. O fato de S/n os chamar por apelidos fofos me fez sentir excluído. Eu também quero um apelido fofinho. Não mereço um apelido carinhoso?
— Yoongi! Yoon! Ajuda a gente! Segura o Tae! — pediu S/n. As mãos pareciam que tinham sido mergulhadas numa lata de tinta.
— Não quero me sujar — entoei econômico.
— Por favor, Yoonginho! Quero transformar a cabeça do V numa joaninha azul e cor-de-rosa!
Meu olhar avesso muda. Vejo o Sol quando olho pra S/n. Quero orbitar ao seu redor, acompanhando sua luz, sentir ela me aquecer. Levanto ao escutar meu nome no diminutivo e entro naquele banheiro, agora um cubículo minúsculo.
— Me solta! Não, não, não! S/n! Jungkook! Pessoal eu não quero! É sério! Yoongi! Hyung! Me ajuda! Eu não quero ser uma joaninha colorida!
Kim Taehyung choramingava e implorava, no fim eu não dei a mínima para as vontades dele. Eu só ligava pras dela. Tá bem, talvez eu também queira punir meu amigo por ser tão "ele" às vezes. Esse garoto não é normal. Os pais dele não disseram, só que eu tenho certeza que Taehyung nasceu de um alface no campo. Nunca vi uma pessoa com uma mente tão insigne. Aliás, sou cercado por pessoas que vivem em seus próprios universos, cada um mais extraordinário que o outro. Esses malucos são tudo pra mim, são minha família.
— Vai logo, pirralha! Meu braço está escorregando! Taehyung, quer parar de se debater, pelo amor de Deus?
— Faz umas bolinhas rosas no meio das mechas azuis. Vai ser a melhor cor que você já pintou seu cabelo, Tae. — Agarrei seu outro braço e juntos, eu e JK, deixamos o couro cabeludo de Taehyung completamente exposto pra S/n, que fez uma cara tão maligna quanto um urso panda e aplicou o rosa exatamente como disse pra fazer.
A barulheira chamou atenção dos outros, antes distraídos com algum filme de ação genérico que passava na TV à cabo, e quando percebi, estávamos parecendo um convento. Taehyung é nosso sacrifício humano para a entidade S/n. Será que ela terá piedade? Rezemos à vossa majestosa brasileira. Que ela nos cubra de muito amor e carinho por um ano inteiro.
Após muito tempo de gritaria, estava feito. Tínhamos uma joaninha ambulante gigante entre nós. Na verdade, a primeira coisa que fizemos foi iniciar uma votação sobre que animal V seria.
— Unicórnio! Pra mim ele parece um unicórnio — sugeriu aos pulos Jimin.
— É claramente um pirulito daqueles que se enrolam num palito — contrapõe Namjoon.
— Em que mundo vocês vivem? É um sorvete! Blue ice cream flavor (sabor de gelo azul cremoso) — Jin, exibido como sempre, trás sua opinião em inglês.
— Eu fui a artista, então sou eu que decido. — S/n se mostra convencida, o que proporciona um sorriso meu de lado. — V agora é uma joaninha multicolor!
Todos olhamos para a joaninha cabisbaixa e concordamos. Havia ficado hilário demais para nos segurarmos. Isso sim é que deveria ser chamado de bullying... Brincadeira à parte. Sempre fomos respeitosos para com os nossos limites. V sabia muito bem disso, tanto que fingiu bater asas e fez zumbidos de inseto.
Puxa, que bom que tudo se resolveu. S/n nem precisará saber o que aconteceu com ela. Melhor assim.
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...