🌈 Música do capítulo: Girlfriend - Charlie Puth
S/n nunca comeu tanto bolo em toda a sua vida. Ela nem gostava muito na verdade. Quem mandou eles acertarem em cheio no recheio de morango com doce de leite? A brasileira colocou as mãos sobre a barriga e se sentou em uma cadeira simples de plástico que arrumaram não sabia de onde. Logo depois chegam duas pessoinhas para a perturbar.
— Eu ia perguntar, mas só de te olhar eu já sei que estava bom — J-Hope esbanja seu belo sorriso vitorioso.
— Pegamos você de surpresa? Fiquei morrendo de medo de eles abrirem a boca e estragarem tudo — revela Jimin.
— Não, não. Eu não sabia de nada. Foi totalmente inesperado! Obrigada por planejar tudo isso, Jimin! — Ele sorri e ela retruca. — Fiquei muito feliz!
Um tilintar bastante agudo soa absurdamente alto, chamando a atenção para Lin. Ela pretendia fazer um brinde. Todos se aproximaram e aguardaram ansiosos por suas palavras de sabedoria. S/n recebeu um empurrão e entrou em destaque.
— Convido todos a pegarem algum drink e baterem as taças uma nas outras, não só para comemorar esse dia especial, como também para antecipar a felicidade provinda da notícia que estou prestes a dar. — Yoongi, o próprio que era contra o consumo de álcool da antes menor, entrega a ela uma marguerita feita por ele. Inevitável não se perguntar como ele sabia fazer uma, mas deixemos isso pra depois. — A turnê mundial de vocês foi finalmente agendada para iniciar daqui a duas semanas!
Aplausos e mais aplausos, gritarias e cantorias, foi o que aconteceu em seguida. Brindaram animados, o que resultou no derramamento de muita bebida. Ver os sorrisos satisfeitos deles a fez querer sorrir também, embora não tenha sido uma notícia que a deixaria normalmente alegre. É óbvio que, como artistas, entrariam em uma turnê mais cedo ou mais tarde. S/n havia esquecido que isso poderia vir a acontecer. A preocupação devia ser tão óbvia sobre o que aconteceria com ela mesma que Lin teve que continuar seu discurso.
— Bom, essa foi a oportunidade perfeita para anunciar isso a vocês, então tratem de arrumar as malas visando os seis meses que passarão fora. Você também, espertinha, não pense que ficará sem obrigações nesse período todo. Você vai junto com eles!
Agora, sim, o corpo dela se aqueceu. Simplesmente não acreditava. Ia mesmo acompanhar todos eles bem de pertinho enquanto se apresentam mundo afora em estádios cheios de pessoas. Nem sabia da rota e, no final das contas, nem se importava com isso. Iria sem medo para Tóquio, Ottawa, Paris, ou pra qualquer cidade ou país que fosse, desde que estivesse do lado dos garotos que ama. Parece controverso, afinal cá estava S/n na Coréia do Sul; mas sentia medo do desconhecido. Medo de ir a lugares que nunca foi antes. Como sabia que eles estarão ali para o que der e vier, não há nada a temer.
— Já disse hoje que você tem um lugar especial no meu coração, Lin? — brincou o asiático mais vintage que conhecia.
— Tá, tá, tá. Eu já sei. Enfim, aproveitem pra curtir e trabalhar duro até o dia D. — A senhora chique era mais como uma mãezona pra todos ali. S/n perguntaria mais tarde onde foi que Linhyog arrumou aquela saia envelope com um zíper dourado. Muito lindo.
— Amados, juntem-se, por favor! Esse momento tem de ser registrado. — disse Joeng, o fotógrafo, já demonstrando estar meio afetado com apenas uma taça de champanhe.
Todos se juntaram e fizeram poses divertidas para a foto. Após o flash, a mente de S/n viajou para longe. Muitos sentimentos estavam misturados dentro de si naquela hora. Pensava nas roupas — Quais devo levar? Todas? —, no meu pai — Tenho que avisá-lo! Será que ele ficará muito preocupado? E se acontecer algo de novo com ele? Sei que já estou longe, mas, mesmo assim... —, nas dificuldades que poderiam ter — E se nosso transporte falhar, ou então um dos meninos perder a voz? O que faremos? —; todas as neuroses possíveis passavam pela sua cabeça.
Um toque muito bem conhecido a despertou. Jin a media com um olhar preocupado. Ele, sem aviso prévio, começou a cutucá-la nos lugares que faziam mais cócegas. Sua expressão dizia exatamente o tanto que se divertia em a ver se contorcer desesperadamente. Daí, sem mais nem menos, Jungkook se juntou a ele. S/n mal conseguia se aguentar em pé com um, imagina dois? Graças a Deus, Sung, a coreógrafa, livrou-se deles e começou a puxar conversa.
— Você está tão lindinha nesse vestido rosa, sabia? Onde comprou? Quero um igualzinho!
Ela parecia hipnotizada pelo vestido, visto que não sabia o que fazer com os próprios olhos que intercalavam entre a intérprete e seu corpo.
— Ah... eu não sei. Foi um presente de aniversário da minha melhor amiga. — Sung não conseguia esconder a decepção. O vestido nem era lá tão especial. Ele era completamente liso e tinha mangas longas até o pulso. O diferencial era a gola, que era quadrada e dava a impressão de que os seios de quem usava eram maiores.
— Sung, aquelas aulas de dança ainda estão de pé? Eu preciso fazer exercício físico enquanto ainda posso.
— Em pé e em sentido! Amanhã mesmo podemos começar! O que acha? Tenho horário vago às quatro da tarde.
— Perfeito! — respondeu antes de pensar. Pelo menos irá perder esses quilinhos que ganhou hoje.
— Combinado, então. — Namjoon aparece ao lado da coreógrafa e aguarda inquieto. O que será que ele quer conversar? — Vejo você amanhã!
Quando Sung se despede, Namjoon não perde por esperar e pega S/n pelo braço, puxando-a para dentro da casa sem que ninguém perceba. Ela é jogada no sofá e ele se senta junto em seguida. Ficou sem entender o que acontecia, até o ver com uma caixa na mão.
— Abra — ditou e S/n o fez, olhando-o meio assustada. — Vou te ajudar a configurá-lo — referia-se ao celular.
— Por que agora, Nam? Podemos transferir os dados depois da festa.
— Tem que ser agora — ele encerra o debate.
— Estou te achando estranho. O que que foi? Tá mais ansioso do que eu.
— Quero que tenha meu número salvo para me ligar quando quiser.
Aquilo foi espantoso. S/n não entendia a razão de ser tão urgente assim anotar o número do cantor. Apesar de que ela não tinha o celular dele. Nem de Namjoon, nem de nenhum dos outros. De repente ela se sentiu uma pessoa estranha. Como assim ela ainda não tinha o contato direto deles? Faz quase um ano que foi contratada. Por Deus! S/n não tinha o contato de seus namorados!
— Tá bom, mas por que quer fazer isso agora? — ela tentou esconder a epifania que teve com o tom baixo.
— A empresa não permite que divulguemos nossos números para staffs. — Ele disse coçando a cabeça. A palavra pareceu uma faca mirada no coração de S/n. Sim, ela continuava sendo uma staff. Mas ele e ela sabiam que também era muito mais do que só isso. — Não sei como será essa turnê, então é melhor que saiba meu número caso precise de alguma coisa. Acho que me odiaria se você se perdesse por aí e tivesse que passar por algo semelhante ao dia que voltou pra nós.
"Nós", ela notou. Não "pra mim".
— Fique tranquilo. Dará tudo certo. Eu sei me virar sozinha. Será a melhor turnê que farão e, com certeza, haverão outras mais! — As mãos do maior rapidamente envolvem seu rosto. Aquele toque... era quente. — Nam... joon.
O líder derramou lágrimas. Eram tão finas, tão claras que, se não fosse o quão próximos estavam, seriam imperceptíveis. Qual era o motivo delas? Talvez ele esteja triste de não poder passar tanto tempo quanto gostaria com sua garota.
— Nam, o que você tem?
Sentiu os lábios carnudos de Namjoon como se beijasse um fantasma. Estavam distantes, mas estavam bem ali. Tocavam nos dela e eram macios. A impressão que teve é de que podia os atravessar.
— É incrível como basta você torcendo para mim pra que eu me sinta completamente motivado. — Ele se recompõe e continua, mudando completamente de assunto. S/n por outro lado estava sobre o feitiço da sua boca. — Já foi para New York?
— Não. — Ela negou duas vezes. Fez o sinal depois com a cabeça para enfatizar. — Você já foi? — Ele retira as mãos do rosto alheio.
— Sim, algumas vezes. Acho que você irá adorar! "A cidade que nunca dorme" parece ser sua cara — e sorri sem mostrar os dentes. Aquelas covinhas seriam a causa de sua morte. Nem precisaria consultar um vidente para saber disso.
Uma presença surge e eles se afastam de imediato. Era Hoseok que veio avisar que os convidados estavam de saída. S/n levantou e foi se despedir de cada um, deixando ambos os meninos na sala. Aquele dia incomum havia chegado ao fim e ela não estava pronta para deixar ele ir. Apenas voltou a se alegrar quando pensou que adiante teria momentos tão bons quanto este.
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...