🌈 Música do capítulo: Souvenir - Selena Gomez
Jungkook Pov
— Pirralha, eu não quero ser chato, mas vai demorar muito?
Ela estava enfurnada lá a quase meia hora. Uma mulher ia e vinha com várias peças, pendurando-as na barra de ferro pintada de dourado do vestuário.
A única parte que vimos até agora de S/n foi sua mão, que cegamente saia detrás da divisória translúcida e pegava os novos conjuntos. Ao menos ela podia deixar a gente ver como ficava. Isso é muita maldade! Ela quer me matar de ansiedade? Essa garota...
— Monic, querida, quero sua opinião — chama S/n pela sua atendente que vestia o uniforme preto da Victoria Secret.
Diria que podiam ser amigas do peito a essa altura. É de cair o queixo a facilidade com a qual S/n faz qualquer pessoa gostar dela.
— Em que posso ser útil, senhorita?
— Acha que esse roxo está apertando muito meu busto?
— Vejamos...
Adivinha só quem entrou na cabine: Monic. Não eu! Sou eu que verei S/n toda trabalhada na lingerie, não Monic! Eu devia opinar! Não Monic! Virei uma criança birrenta clamando por atenção, que maravilha! Eu devia vê-la, ver seu corpo. Que tortura! Olha só pra minha perna, não para de tremer que nem a de um coelho atrasado pra hora do chá! Essa guria, ah, ela vai ver só. Pode esperar. A próxima vez que tiver oportunidade... Se prepare S/n.
Monic saiu. S/n, então, se pronuncia:
— Taetae, preciso que me ajude aqui!
E esse cretino levanta do estofado, deixando de lado uns cremes, cujos rótulos o serviram bem como distração. Um sorriso inebriante habitava seu rosto. Que puta sacanagem! Por que a pirralha ainda não me chamou? É pra me provocar, não é? Quer saber? Chega!
Prestes a abrir a cortina pra deixar claro que S/n não pode me tratar daquela maneira, meus nervos pulsando sem controle, ela se revela pra mim e pra todos naquela bendita loja, uma sem vergonha. Me adiantei e a empurrei de volta pro vestuário, meus dedos apertaram seu quadril como um substituto para uma bronca: "ninguém pode te ver, apenas eu, sua pirralha ousada".
Foi aí que travei. Aquele sutiã roxo com detalhes pretos seguravam seus seios com uma maestria inquestionável. A calcinha, minha nossa! Roxo e preto também, o tecido apertava aquele quadril farto que tanto me atrai. S/n estava...
— Espetacular...
— O que disse, Jungkook? — Aquela atrevida me perguntou. Os seus olhos descarados passaram por todo o meu corpo, o que deveria ser o contrário. — O que achou? Esse, ou... — ela se desvencilhou naturalmente, parecendo não se importar com meu toque, pega algumas peças e balança na minha frente. — Vermelho? Preto? Branco?
— Todas... Q-quer dizer... Em qualquer uma você ficará linda.
S/n ficou satisfeita com minha resposta, finalmente me chamando pra perto com o indicador. Não minto, aquilo foi um ato que feriu meu ego. Minha imagem de internacional playboy, a qual lutei muito pra criar, foi cruelmente estraçalhada por uma pirralha. E eu lutei também pra não morder aquele seu dedinho. No sofá, Tae riu contidamente de mim. Estou deixando S/n fazer o que quiser comigo.
Somos só nós três novamente. A diferença é que S/n está praticamente nua e fazendo algo que chamam por aí de "dar mole". Por nunca a ter visto tão... tão permissiva — se é que interpretei o óbvio certo — senti-me desnorteado, até acuado, posso dizer. Era demais pra mim. Eu queria ela. Queria estar dentro dela. Sou mesmo a caralha de um pervertido e não me sinto mal por isso.
— Com essa sua cara, aposto que seria reprovado no teste antidoping — comentou Tae pra me sacanear.
S/n era mesmo uma droga pra mim. Viciante. Se a arrancassem de mim à força, é certo que definharia até a morte. Fiquei dependente dela. Preciso dela correndo dentro de mim. Seu líquido natural escorrendo na minha boca como o sangue virgem da primeira presa de um vampiro. S/n me faz pensar em tanta indecência...
— Desculpa a demora, rapazes, é que eu queria que vissem apenas o resultado final. Selecionei algumas. Vejam se gostam, okay?
Meio sem jeito, nós assentimos e tratamos de nos acomodar no sofá rosa-choque aveludado ali presente.
Como? Como não está tomada de vergonha? Se tornou confiante a esse ponto perto de nós? Por mim, já a informei, S/n nem usaria roupas em casa, mas isso sou eu! Ela mudou?
— Olha, S/n, não acho que devíamos ficar aqui, sabe? — começou Tae. — E se a gente te esperasse lá fora mesmo e...
Não acredito no que meus olhos veem. Eles estão se beijando? S/n se inclinou e beijou meu amigo apenas para calar sua boca, o que funcionou muito bem.
— Fica... Por favor — S/n implorou e o maxilar de Tae remexeu reconsiderando a proposta.
Eu só queria passear nessa cidade grande. Minha intenção era essa e somente essa, mas o destino é implacável. Ele me fez te encontrar e você me fez sua marionete. Você está no controle, S/n.
Suas mãos foram para trás nas suas costas, abrindo os fechos do sutiã roxo. Em seguida você se virou de frente pros três espelhos compridos e retirou sua calcinha, abaixando um lado de cada vez e expondo seu belo pêssego pra nós dois. Pegou o tal conjunto vermelho e se vestiu com bastante calma, despreocupada, como se estivesse sozinha.
Não me contive, devorei você com o olhar mais de uma vez enquanto repetia aquele processo com as outras lingeries. Dissemos que ficara linda em todas, e realmente ficara. Seus sorrisos eram ladinos, o que me fazia desconfiar de algo. Você se colocou nessa situação. Por quê? Pra nos agradar? Você sabe que...
— Não precisa fazer isso — expus sem cortes. Tae também percebera a forçação de barra dela, tenho certeza.
— Fazer o que exatamente?
Seu jeito nos confundiu ainda mais. Eu gostava dela de qualquer maneira, sendo safada ou inocente, desde que fosse quem ela realmente fosse. Tinha dúvidas quanto ao que acontecia. É algum tipo de consequência quanto a ameaça que recebeu? S/n acha que vai nos perder? Aquilo mexeu tanto assim com ela? Se soubesse que havia mais bilhetes... S/n não pode saber.
— Você não está bem — afirmei e Tae adicionou à meu raciocínio:
— Tudo o que comprou hoje foi pra gente, não pra você. Essa loja... Está se vestindo pra nós. Sei que sua intenção é boa, sei que quer nos agradar, mas eu não quero que tente ser de alguma forma melhor do que já é! Não por minha causa ao menos. Sou eu que devo cuidar de você. Hoje mais cedo você recusou meu presente. Aceite minhas regalias, S/n.
— Aceitem as minhas também! E-eu... — Lacrimejos. S/n está sofrendo. Nós a conhecíamos suficientemente para notar o mínimo de desvio na sua personalidade. — Eu fiquei com tanto medo... Aí vocês me ajudaram! Me tranquilizaram! Sempre me ajudam. — Limpou o rosto com as costas das mãos. — Quero sim agradar vocês. Não tenho mais vergonha. Me sinto bem fazendo isso. Acho que já temos liberdade pra esse tipo de contato.
— Você não nos deve nada, pirralha. Nada! É um prazer cuidar de você! — Tae concorda dizendo um "é" meio tosco. Não tá na hora de brigar com ele de novo.
S/n ajeitou a postura. Suas bilócas grandes estavam violetas com o jogo de luzes, nos encarando através dos espelhos. Ela continuou a se vestir, pegou um espartilho preto e juntou com um conjunto misturado de rosa e azul. Nessa hora eu me apoiei nos joelhos e levantei. Pedi delicadamente para que me deixasse ajudá-la e ela permitiu relutante.
Limpei suas lágrimas e desci a mão vagarosamente por seu corpo, contornando tudo que não pude tocar até o momento chegando na fitinha fina nas suas costas. Puxei até achar que era suficiente pra não machucá-la, só que parecia folgado mesmo eu tendo apertado bastante. Dei mais uma puxada pra conferir e ela arfou baixinho. Estava ficando quente demais naquele provador.
Fiz um laço sem olhar pra baixo, pois meus olhos só queriam saber de seu rosto lindo refletido três vezes.
S/n ainda estava séria, as sobrancelhas juntas e um bico fofo de irritação na cara. Não queria ter tirado sua graça. Não sabia ao certo o que acontecia em sua cabeça. Certamente era uma "lidagem" de problemas nada saudável e eu... Eu também estava pensando como ela naquele segundo. É tão ruim assim se a solução for algo carnal? Aliviar o stress com prazer é errado?
— Quer ser meu calmante, pirralha?
S/n virou o pescoço para trás e afirmou com leveza balançando a cabeça.
— Só se você for o meu também, Kookie.
É normal sentir chifres pontiagudos crescendo na sua cabeça, abrindo espaço no couro cabeludo, e uma cauda vermelha longa em formato de lança fazendo parte da sua coluna vertebral? S/n não sabe, mas não importa o que ela fizer comigo, sempre serei mais perverso que ela, sempre.
O sabor morango de seu pescoço estava já se impregnando nas minhas papilas gustativas quando me dei conta. Seus olhinhos estavam fechados, mas via suas órbitas se movimentando através das pálpebras ao sentir minha boca trabalhar na sua pele. Eu a observava como uma câmera fotográfica, não perdia nenhum de seus enquadramentos.
— Vão nos ouvir — constatou Taehyung atrás de nós, sua voz sôfrega e rouca.
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...