🌈 Betado por: @MiaSmoak-Queen
🌈 Música do capítulo: Demons - Alec Benjamin
Eles haviam chegado em um piscar de olhos no aeroporto. Os meninos disfarçados com óculos escuros e máscaras pretas mais os seguranças ao redor deles a fazia pensar que era uma celebridade. Ela tiraria onda daquilo, porém o momento realmente não a permitia ser feliz.
Eles sentiriam saudades da amiga tão querida, mas sabiam que ela precisava fazer aquela viagem, precisava passar um tempo com seu amado pai, que estava acamado e que apesar de já estar bem, ainda não estava fora de perigo. Mas nem por isso não se sentiam um pouco tristonhos por imaginar aqueles próximos dias longe de S/n.
Na hora de embarcar, se despediram rapidamente com um abraço carinhoso, beijos no rosto e na têmpora e um acenar já da janela do jatinho particular que Lin reservou apenas para levar S/n até o Brasil. E mesmo com a máscara negra de sempre até sua boca, ela pôde ver seus sorrisos esperançosos.
Com o levantar da aeronave, ela observa a multidão brotando ao redor de seus amigos e por um momento sentiu-se mal por ter envolvido cada um deles naquele problema. Ela sabia como era complicado e irritante para alguém que é famoso sair pelas ruas da cidade.
"Qualquer sacrifício vale a pena quando se trata da família!", foi o que J-Hope havia dito a S/n no caminho até o aeroporto, e ele está mais do que certo.ಌ사랑ಌ
S/n havia dormido o voo inteirinho, só acordando com a turbulência de diminuição de altitude. Suas costas doíam como quando se frequenta a primeira aula de pilates. O prato com o café da manhã tremia diante de si junto do suco de uva, que tinha respingado um pouco no chão. Ela se endireitou para poder olhar pela janela, encontrando sua terra natal. Olhando de cima até parecia um formigueiro gigante, e com esse pensamento, ela riu baixinho, por mais que estivesse em uma situação nada confortável, ou mesmo em momento de rir.
Soltou o ar, pensando em seu Jaime e rapidamente restaurando parte de suas energias após seu sono desregulado. O jatinho pousou após ela perceber que já estavam na tarde do outro dia, ou melhor, do dia anterior.
Mais uma escolta aparece e a leva para um carro que — embora preto — não é nada discreto. O trânsito nem estava tão ruim como costumava estar. O motor V8 da BMW só não é usado no seu máximo porque os pardais permaneciam com aqueles limites baixíssimos de velocidade.
Pensando no quanto gostaria de estar logo com seu pai, S/n decide ligar para sua amiga.Ligação On
— Mulher!
— Cheguei. Estou indo para o hospital agora.
— Nossa, que perfeito! Tenho uma ótima notícia para você!
E então S/n sente seu coração se alegrar.
— O médico disse que os sinais estão estáveis e que ele pode acordar em breve!
— É sério!?
— É claro que é, boba!
— Ah, Deus! Obrigada! Amém! Amém!
E então ela começa a soluçar de felicidade.
— Vai dar tudo certo! Já deu!
— Sim! — S/n olha pela janela. — Sasha, nós estamos estacionando. Vou desligar.
— Até daqui a pouco, amiga.Ligação Off
Quando ela desce do carro uma pequena escolta continua com ela, e logo entende o porquê. Pessoas com câmeras enormes bloqueavam a entrada do hospital. Na muvuca, enfermeiros e seguranças empurram os paparazzi para abrir passagem. Como aquilo não ocorreu no aeroporto é um mistério.
— Tudo isso é por minha causa? — Se perguntou baixinho. — Agora querem investigar minha vida? Eu não sou ninguém, oras!
Depois de muito empurra-empurra conseguiu chegar na recepção.
— Quarto duzentos e trinta e um — informa o recepcionista, olhando preocupado para a multidão proeminente.
S/n corre feito Forest Gump, forçando suas pernas ao máximo, indo pela escada, o meio que ela achou que seria mais rápido após a porta de ferro abrir e revelar um elevador pequeno e lotado.
231, cadê esse quarto? Olhava para todas as infinitas portas brancas com os olhos semicerrados. Visualizou o final do corredor e, forçando a vista, encontrou finalmente os benditos números.
A jovem puxou a porta de uma maneira que ela quase saiu dos trilhos. Sasha e a senhora Deisy dão um pulo e então a encaram com aquela expressão entre susto e euforia.
— Desculpa pelo estrondo... — pediu antes de correr para elas, abraçando-as como se fizesse 84 anos que não as viam. — Cadê ele?
— Atrás da cortina — Sasha é quem responde.
S/n não espera nem mesmo um segundo para dar alguns passos em direção a dita-cuja, abrindo-a com o coração a mil por hora.
Tubos... Eram muitas intravenosas também e a cabeça do seu velho estava toda enfaixada. Ela passa os dedos de leve no seu rosto e então percebe que um lado parece retraído, feito borracha seca. Ela retira os dedos com medo de prejudicar ainda mais sua pele, percebendo mais rapidamente que haviam raspado boa parte dos seus cabelos grisalhos. Lágrimas silenciosas escorriam, arranhando e queimando o jovem rostinho da filha do infeliz deitado na maca.
A senhora Deisy coloca a mão no ombro de S/n, virando-a vagarosamente para ela.
— Venha cá, minha querida.
Sem recuar, a jovem deixa a mãe de sua melhor amiga confortá-la. E novamente S/n percebe estar em uma nova crise de choro.
— Não é justo... Não é nada justo... Deveria ser eu... Papai não fez nada para merecer isso!
— É duro encarar a realidade, querida, a vida mais nos tira do que concede, mas tudo acontece por um motivo — entoa, acariciando as costas da sua quase sobrinha. — Seu pai vai ficar bem e você sabe por quê? Porque você é uma garota sortuda e ele é ainda mais sortudo por ter você como filha, S/n.
E tudo que S/n queria era acreditar mais que tudo que a mãe de sua melhor amiga estava certa.
Ela não soube o momento em que aconteceu, pois estava entorpecida pela dor que sentia por ver seu pai naquele estado, mas quando percebeu, sua amiga estava colocando-a deitada sobre um pequeno sofá amarelado com um manta cobrindo-a enquanto ela mesma servia como travesseiro.
— Melhor descansar — propõe Sasha sem recusas, tocando em seus cabelos, fazendo um cafuné. — Ficar em pé vai cansá-la, afinal, pode demorar bastante para ele despertar, você sabe.
S/n começa a sentir as pálpebras pesarem, e entregue ao buraco negro que se abriu bem debaixo de seus pés descalços, adormeceu olhando em direção a seu amado pai inconsciente, sobre os olhos e os cuidados de duas pessoas que ela sentia falta todos os dias.
VOCÊ ESTÁ LENDO
❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...