❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞

🌈Sussurros Prazerosos

🌈 Betado por: @poisoneddreams
🌈 Música do capítulo: Phases - PRETTYMUCH

   S/n serve de apoio para duas cabeças sobrecarregadas. As luzes das ruas de Seul no anoitecer formam um reflexo em linha reta, o que se torna uma verdadeira aurora boreal por conta da velocidade do carro. Acariciava os cabelos cheirosos de Hoseok e Yoongi, que buscavam em seus ombros algum tipo de conforto.
Fizeram muitas atividades hoje — uma delas demandou todas as suas energias. Ficaram ali, parados e amontoados uns nos outros em êxtase enquanto pegavam carona para casa. Um sentimento materno cresceu no peito dela. Tê-los assim, frágeis e indefesos, buscando forças em seu colo... este momento ficará gravado na sua mente pela eternidade. Na presença deles, S/n se sentia muito querida e, isso não devia se desperdiçar.
Na entrada do condomínio, voltaram a andar os três apoiados nos próprios ombros. Ocasionalmente, havia um desequilíbrio, mas puxavam de volta quem pendia pro lado, voltando à união de três. Ora, ora se não são os três porquinhos. Ainda bem que não havia um lobo por perto.
Uma figura alta e de braços cruzados os vigiava de dentro da casa. Ela não parecia nada contente. Hoseok se arrisca e deixa, o antes trio, para abrir a porta de casa.
A figura se tornou nítida ao se virarem para a esquerda. Namjoon, vestindo seu camisetão e chinelo marrom, julgava os três com seus olhos de águia. Um olhar acusador, de quem sabia todos seus segredos. Yoongi que se afastou dessa vez.
— Não tô com saco para levar sermão, valeu? Boa noite! — E subiu, mas não antes de Namjoon falar o que tinha para falar.
— Quero os dois acordados amanhã antes das dez! — Vociferou ouvindo um bater de portas. Yoongi não mostrou o mínimo de respeito. A atenção de Nam voltou para ela. — É uma reunião de membros. Claramente ela não estava convidada. Ela podia jurar que não, mas se chateou.
Assim que o líder terminou, Hoseok pareceu mais pesado que o normal. O coreano estava com os olhos fechados, prestes a cair no sono no ombro dela. Kim percebe e vai ao socorro de S/n. Juntos eles apoiam Hoseok. Se S/n não soubesse, diria que o solzinho havia bebido inúmeras garrafas de vodka. Felizmente era apenas uma sonolência brava. Começaram a subir as escadas com cuidado.
Lá em cima, Nam e ela arrastavam Jung Hoseok até seu quarto. O braço da staff já formigava, e, assim que o colocaram na cama, tiraram os sapatos da Bela Adormecida, ou seria Cinderela? De qualquer forma ele estava apagado e pela noite inteirinha permaneceria assim.
Ofegantes, ela encarou as paredes no meio daquela penumbra com Namjoon. Vários quadros com álbuns musicais e com a família Jung cobriam as paredes, o que demonstrava o quanto Hoseok se importava com todos e reconhecia o fruto do próprio esforço. Hoseok ama a vida que tem e isso não tem preço.
Saíram silenciosos do quarto. Parando de frente um pro outro. S/n teve um tempo para admirar o líder. "Quer dizer que se manteve de pé até essa hora apenas porque se preocupa conosco? Ou será comigo? Que coração de ouro você tem, Kim Namjoon." Ela teve vontade de dizer isso, e sentiu de devia ter dito, mas disse ao invés que:
— Formamos uma boa equipe, não acha? — Ele riu nasal, corrigindo a altura da risada para não acordar o resto dos membros.
— Acho.
Ficaram sem assunto em seguida, e com apenas o seu olhar sobre ela, na calada da noite, foi inevitável enrubescer.
— E essa vermelhidão? Está com febre? — ele pergunta, pondo as costas da mão na testa dela, que apenas negou quieta. — Sua temperatura está normal, então o que foi?
Sem muito pensar, S/n abraça Namjoon, sentindo ele meio encabulado em seus braços. Os olhos antes arregalados se fecharam ao que Kim rodeou o corpo da garota com lentidão, respirando fundo como se ela fosse o único bônus depois de um dia cheio de ônus.
Ela se lembrou da vez que ficaram sozinhos em seu quarto. Namjoon parecia tão mais maduro agora. Da última vez o desejo havia tomado ele. Não aconteceria mais. Já estavam bem mais sérios e conscientes agora. Tinham aprendido.
— Obrigada — choraminga com a bochecha esmagada contra o peito dele.
— Pelo quê, exatamente?
— Por me ajudar com esse dorminhoco. — Ele ri fraquinho mais uma vez. Ele sabia que não era só aquilo. — Obrigada... por me amar incondicionalmente.
Ela sente pequenas lágrimas se formarem, apertando-se contra o corpo do mais velho. Às vezes ela pensava o que seria dela sem Namjoon, que muitas vezes a ajudou em situações chatas e que poderiam ter um desfecho feio. Por Deus, como S/n era agradecida por tê-lo ao seu lado.
O rosto da garota é limpo com o cantinho da camiseta larga dele. Quando abre os olhos ainda sensíveis, o sorriso caloroso de Namjoon é sua primeira vista. Os olhos, pequeninos pelas bochechas elevadas, brilham e transmitem afeição. Logo ele se separa minimamente e ergue a vestimenta, cobrindo-a junto dele. Agora eles dividiam o mesmo espaço na peça.
— Vou te roubar pra mim, little girl.
E ele começa a andar com ela dentro de sua blusa enorme.
Caminhando de costas, ela sente um humor repentino por conta da brincadeira. Ela ri abafado, tendo a boca tapada pela pele do maior. Ele só para de sorrir quando S/n lhe cala com um beijinho singelo de puro carinho. Afastou-se dele, assistindo-o umedecer os lábios com uma única e vagarosa passagem de língua.
— Se você não existisse, teria que criá-la em minha mente — Namjoon diz mais para si mesmo, devolvendo o beijo em seguida. A duração é pequena, porém ela aproveita cada segundo. Namjoon anda mais um pouco, tirando-a da camiseta. Ela, agora toda bagunçada, fica envergonhada com toda a beleza do corpo definido do líder. — Melhor ir dormir, sim?
— Está bem... Boa noite, Nam!
— Até amanhã, pequenina!
E sai, deixando-a envergonhada pelo apelido.
S/n entra no quarto, recosta na porta e com a cabeça nas nuvens, suspira de modo apaixonado. Estava no País das Maravilhas até perceber que tinha companhia no cômodo.
Aquele rosto branquelo mais aquele corte que faz sua franja ser enorme o deixa parecido com um personagem de mangá. Na sua cama está estirado um Min Yoongi de barriga para baixo enquanto respira preguiçosamente. Era possível se apaixonar mais ainda por ele? Com certeza.
Cada passo que ela dá após vê-lo ali é na ponta dos pés. Vestindo o pijama, S/n senta com todo cuidado no colchão, admirando a beleza sonolenta de Min ao cobri-lo com o lençol. Ele ameaça acordar, rolando até ela que por pouco não encosta no garoto. Teria que dormir com uma estrela-do-mar. S/n emite alguns sons abafados, rindo de forma controlada.
— S/n... — a voz dele sai manhosa, atiçando-a de modo discreto. — Apaga o abajur.
— C-claro! — Estica o braço, depois os dedos e, com a unha comprida, consegue alcançar o interruptor. — Boa... Ah!
Subitamente ela é puxada pelos quadris. Era como se ele tivesse a colocado na forma correta de dormir. Suas costas entram em contato com o torso masculino. Os braços dele, um apoiava o pescoço dela, o outro sutilmente apertava seu baixo ventre. A brisa na sua nuca, na verdade, era a respiração cansada do rapper. Essa forma é a tão cobiçada conchinha.
— Bons sonhos, meu amor.
E essas foram as últimas palavras arrasadoras daquele dia atípico.
S/n deixa sua mente se preencher com pensamentos sobre o dia, de como a dualidade de todos era tão aparente na hora H — o novo codinome para sexo. Refletiu em como eles sabiam exatamente o que fazer para a deixar louquinha. Mesmo que nunca tivessem tido essa experiência como estão tendo com ela agora, era de fato curioso como se saiam tão bem o tempo todo. As tais partes românticas de cada um, são o que a atrai de verdade. E, por incrível que pareça, eles pareciam estar melhor nisso. Se antes já estava do agrado dela... agora estava o paraíso. S/n mudou também. Decidiu ser mais calorosa, distribuir amor gratuito. Beijos e abraços inesperados, cuidados, apoio e dar ouvidos aos seus meninos. Aquele dia em específico havia servido como um divisor de águas, ela iria melhorar cada vez mais e se esforçar para sempre deixar a relação agradável.
A intérprete suspirou totalmente satisfeita. Se aconchegou mais ao corpo do rapper atrás de si, cobrindo-se com o lençol. A mente purificada de S/n descansa, pronta para viver e experienciar um novo dia ao lado de pessoas que se importavam consigo, tamanha era sua segurança que, sem muito esperar, adormece serenamente.