🌈 Música do capítulo: BLUE - Troye Sivan & Alex Hope
Jimin Pov
Apalpando atrás da TV, por baixo da bancada, a moldura da janela, o espelho... O espelho! Espelhos não precisam de fios, certo? Puxando, puxando... Click! Arrebentou. É um... É... O que é isso? Um microfone! Eu achei?
— ACHEI!!!
Meus amigos me olham de cara feia. Não era só eles que não estavam acreditando, minha cabeça havia explodido em um grande cogumelo radioativo a muito tempo. Coloco o treco nas mãos de concha de Tae, que avalia o objeto de origem eletrônica com um certo medo, afinal ele tinha razão. Estávamos no filme do James Bond, tendo direito a dispositivos de espionagem que se assemelham a aracnídeos. Sinistro!
Logo mais, Namjoon e Yoongi voltam com nosso chefe de segurança e a doutora que sempre nos acompanha em turnês caso passemos mal. Sem pensar duas vezes, arranco o tal dispositivo dos meus amigos e entrego pro único que saberia o que fazer.
Bakho é experiente. Ele foi contratado por nossa empresa após passar por testes extremamente difíceis. O segurança afirma ser um microfone. Os seus olhos pequenos, porém grandes ao mesmo tempo, avaliavam a nossa descoberta atentamente.
Enquanto Bakho fazia perguntas a cada um de nós, tipo pra saber o que havia ocorrido mesmo, a doutora, cujo nome é Ailim, tratava de colocar o medidor de pressão ao redor do braço de S/n. Senti um aperto no peito naquela hora. Ailim apertou aquela bombinha até o aparelho chegar ao máximo de expansão possível antes de cortar a corrente sanguínea do bracinho da pequenina. A médica apenas arfou satisfeita, o que me aliviou instantaneamente. Uma luz é utilizada nas pupilas da paciente e a doutora balançava a cabeça veementemente ao ver que estavam totalmente expandidas, semelhantes às de um animal noturno. Ailim, então, fez alguns testes que desconheço os nomes, tudo depois sendo registrado pela própria em seu pequeno caderno.
Depois de ter terminado a bateria de exames, Ailim se virou e sabíamos que descobriríamos o que tinha acontecido com minha pequena.
— A pressão está estável, o oxigênio está okay... Não posso afirmar com toda a certeza qual concentração da substância que ingeriu, mas, pelos olhos, ela definitivamente bebeu láudano. — Já estava abrindo a boca, tremendo, pra perguntar o que era aquilo, quando Ailim se adiantou: — Na medicina, láudano é uma mistura de ópio, vinho branco e canela que possui efeito sedativo. Era usado antigamente para aliviar a dor de alguns pacientes.
— ÓPIO!?!? — repeti a informação com o queixo caído.
— Pode ter sido através do cappuccino que ela ingeriu esse... esse sedativo? — Tae apontou com o olhar o copo vazio, o qual Ailim nem havia percebido que existia até aquele momento.
— É possível.
A doutora junta as sobrancelhas, olhando ao seu redor com mais cautela. É quase imperceptível, mas eu entendi o que aquele soslaio ligeiro e levemente disfarçado em todos nós quis dizer. Os óculos sem haste observavam também a saia de S/n, que nem curta era, mas, mesmo assim, Ailim interpretou tudo erroneamente. Agora há duas garotas em um quarto e antes havia apenas uma, o detalhe é que a primeira estava acompanhada de sete caras. Se a doutora não tivesse sido tão óbvia em tentar esconder o que pensava, eu mesmo nunca imaginaria tamanha perversidade. Aparentemente eu não fui o único que sacou a suspeita horripilante.
— Garotos, precisamos saber... — Bakho começou, sua voz estava mais rouca do que seria normalmente. — Conhecemos vocês e sabemos que não fariam isso, mas eu preciso que sejam sinceros comigo. Antes eu do que a polícia.
Eu fiquei perplexo. As incontáveis perguntas que Bakho nos fez sobre S/n não bastaram? Hora de saída, hora de entrada, quem foi o último a vê-la e por aí vai? Sabia o quão era horrível a situação, mas como eles, nossos próprios staffs, poderiam suspeitar de nós? De NÓS! Percebi que todos os meus amigos travaram os maxilares, assim como eu, e não conseguiram esconder a decepção ou raiva sobre a intenção do nosso chefe de segurança e nossa doutora.
— E o que te contamos antes de te trazer pra cá? Por acaso achou que era mentira? Eu tenho cara de estuprador pra você!? Mais que porra, Bakho! — Yoongi soltou o verbo e minhas batidas descompassaram. Era bom ter alguém desaforado no grupo em certas ocasiões para falar por nós.
Era ainda pior do que pensei, Suga foi além. Eles suspeitam que a gente fez... fez... Não sai! Não consigo dizer! Está estagnado na minha traqueia! Então essa era a intenção dele? Aquele homem misterioso ia estu... Ia fazer maldades com a S/n? Eu... Puta merda! Que repulsa é essa que estou sentindo? Eu vou mandar o covarde pro inferno, literalmente, se o ver novamente! Como? Como alguém pode ter coragem de infligir esse anjo? Como... S/n, minha pequenina.
— Absolutamente q-que não, jovem Min Yoongi. — Nunca vi nosso segurança se atrapalhar desse jeito. Está imperativo, balançando as mãos pra lá e pra cá. Aquilo é delicado até pra ele. — É que todos sabemos o quão são brincalhões e pensei que talvez...
Drogas? Eu e meus amigos dopando a garota que amamos? Não, não, não... Não encaixa! Eles não veem isso?
— Nem em brincadeira teríamos coragem de fazer isso com alguém! Muito menos com a S/n!
Acabo exaltado, gritando o nome da minha amada naquela sala obscura. Eu já estava farto de esconder a real natureza de nosso relacionamento. E daí se descobrirem que namoramos S/n? Agora nada mais importa. Só quero que ela acorde.
Bakho olhou para mim arrependido, curvando-se para todos em busca de perdão. É um absurdo, não existe outra palavra. É assim que nosso próprio pessoal nos enxerga? Jovens delinquentes? Se Bakho e Ailim ao menos soubessem a real importância que a nossa intérprete tem...
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...