🌈 Música do capítulo: The Way You Felt - Alec Benjamin
Namjoon Pov
Terminamos nosso tour na Ásia e estamos nesse exato momento cruzando o oceano atlântico, viajando para o ocidente. Pode vir a comida que for, seja um belíssimo croissant ou um bubble tea de cereja, mas sempre recusarei. Comida de avião é ruim, ponto. Era pra nossa ser diferente. Algumas coisas nunca mudam aparentemente.
JK e Taehyung estão super entretidos com algo no celular, aposto que é candy crush, dois viciados. Mais atrás na aeronave, Yoongi e Jimin conversam sobre algo que, embora não consiga ouvir, parece ser interessante. Lá na frente está Hoseok e Jin, também falando sobre algo, a diferença é que riem sem parar que nem retardados.
Enquanto as crianças se divertem, cuido da minha garota, a qual está dormindo pesado no meu ombro. Tive que pegar o meu travesseiro e meu cobertor para deixá-la mais confortável. A torcicolo a mataria mais tarde sem esses cuidados. S/n dorme igual um bebê babão. Arrumei também uns guardanapos para evitar daquela baba escorrer em mim.
Por que não, então a acordar se há tantas dificuldades? Nem aqui nem na China vou acabar com o único descanso que ela teve. S/n não parou um único segundo. Era almoço, S/n fazia ligações dizendo que nossas economias haviam acabado e que precisávamos de mais dinheiro da empresa para a próxima refeição. Podia ser de noite antes ou depois dos shows, ela estava lá, pontuando os erros, mesmo que mínimos, dos outros staffs, a fim de que melhorassem para a próxima. Ela exigia, mas sem ofendê-los e mantendo a calma como a disse pra fazer. Fazia tudo com aquele belo sorriso amostra, escondendo de todos o fato de estar completamente exausta.
Enfim, minha esquentadinha não tinha tempo de sobra pra si mesma e achei merecido esse cochilo que tá mais pra uma hibernação no meu colo. Tê-la aqui comigo, totalmente entregue ao sono, faz com que eu exale felicidade sem querer. Como algo que nem se mexe pode fazer com que minhas covinhas apareçam?
A confiança que ela deposita em mim me faz sentir um outro tipo de responsabilidade. Eu simplesmente quero que o mundo seja bom com ela, quero que todas as coisas façam bem a ela e, de certa forma, sinto-me responsável pra que isso aconteça. Eu quero ser o seu maior bem, assim como S/n é o meu.
— Tira o pé Jungkook. Preciso ir ao banheiro — pede Taehyung.
— Nope — nega JK com um sorriso sapeca de coelho.
— Não? Para de ser implicante e tira essa perna!
— Acho que você vai ter que dar outro jeito de passar, Tae — continua provocando o mais velho, que bufava, levantando mechas de cabelo com o ar.
— Vocês querem fazer o favor? — digo, os olhos bem abertos e intercalando entre os dois e S/n. — Façam silêncio ou eu juro que jogo os dois pra fora do avião.
— Se tiver paraquedas eu tô dentro!
Bastou JK me desobedecer uma vez para S/n se revirar. Ela tombaria para frente se não a tivesse segurado e guiado de volta pro meu ombro, sua boquinha fazendo barulhinhos inaudíveis. Torno a encarar o engraçadinho, que se encolheu no banco e deu passagem ao outro que estava preso. Logo JK se esconde com o boné, a cara torta, emburrada.
Ainda falta algumas horas para chegarmos em Los Angeles, melhor eu dormir também. Nunca se sabe quando teremos tempo pra ficarmos quietos e sem nada pra fazer, só mofando em um canto.
Aproximo-me da S/n, depositando um beijo no meio de sua testa descoberta. Como queria a beijar até dizer chega.
Ela me pertence. É inacreditável admitir tal coisa. Lamentavelmente ela não é minha por completo... ainda. Vou fazer você perceber que só precisa do meu amor e nada mais. Estou sendo rude? Possessivo? Certamente que sim e é por uma boa causa: você.Jin Pov
Uma deusa, a pele alva, radiante, a graça e a beleza batalhando para superar uma a outra. O seu cabelo em formato de uma trança singular descendo nas pequenas costas. Que coisa bonita, tão jovem, e aquele laço pequenino cor anil na ponta, prendendo todo esse conceito feminino. Basta puxá-lo para te deixar igual naquele dia. Os fios bagunçados grudando no meu rosto, o cheiro adocicado do seu shampoo invadindo minhas narinas. Não perco por esperar de te ter assim novamente.
Desembarcamos e seguimos um passo atrás de você, nossa suposta staff guia. Houveram momentos naquele voo que pensei em te contar como me sinto sobre você, como você é importante pra mim, — coisas essas que suponho que já saiba, mas ainda sim gostaria de reforçar. — Acabei quieto e na minha, pois você dormia tão bem que não quis atrapalhar. Será que você tem noção de que me faz pensar em igrejas e altares? Loucura não? Em menos de um ano conseguiu incutir isso na minha cabeça.
Los Angeles é bem diferente. Já viemos aqui duas outras vezes e sempre digo isso. É que o cheiro daqui é distinto, uma carne temperada no Sol poente... bem distinto. O cheiro é algo importante pra mim, sempre foi, e o seu é a melhor combinação: um afrodisíaco que não se encontra em parte alguma do planeta.
Uma coisa torna a me incomodar profundamente: S/n está carregando peso. Temos nossos ajudantes, vulgo maleiros, ao nosso redor vinte e quatro horas por dia pra esse tipo de serviço. No agora, são nossos seguranças que levam nossas malas; mas e você, S/n? Quem você tem pra fazer isso por você? Staffs não possuem staffs. Te chamar assim pra mim é ofensivo, sendo que você é algo infinitamente mais importante.
A maioria das mordomias você não recebe. Às vezes acho que está até bem sem elas, pois demonstra ser uma mulher empoderada, dona de si. Mas não. É injusto. Eu quero te dar tudo isso, jagiya. Se eu posso, por que não? Quero te dar tudo que tenho pra oferecer e, pra começar, darei minha gentileza.
— S/n, deixa que eu levo pra você — chego já pegando sua mala, a qual se destaca por ter uma estampa que acho sua cara. Nela está escrito "amor" em três línguas.
— J-Jin, m-melhor não. P-posso levar sozinha — S/n responde baixo, olhando pros lados um tanto aflita. — Tem muita gente aqui.
— Só estou sendo cordial.
— A-as armys — S/n continua com a voz baixa. Ela demonstra um pingo de medo quando cita nosso fantabuloso fandom, o que estranho.
— As armys ficam cismadas até com a marca da minha pasta de dente. Uma crise um pouco maior só vai aumentar a audiência — arremato confiante, garantindo a ela que não é nada demais.
S/n desiste de argumentar, já tendo consciência de que eu não sou o tipo que desiste fácil... na maioria das situações. Seguro a alça e levanto a mala, carregando-a embaixo do braço. Está pesado. Fico impressionado por ela não ter reclamado.
O aeroporto é tão grande que tivemos que pegar um micro-ônibus para chegar na saída. Não recebo um singular olhar de S/n durante todo esse caminho. O Oscar deveria ser entregue a ela que finge que não nos conhece, finge não estar com o coração disparado com as encaradas que a dei. E pra quê essa atitude? Não é difícil entender que S/n tem algum tipo de bloqueio com intrigas, fazendo de tudo para evitar uma briga. Então, polêmicas são apavorantes pra minha querida, conclui.
É dia! Surpreendo-me, pois estava bastante escuro dentro daquela imensa estrutura. Coloco os óculos escuros para me adaptar à claridade. É impressão minha ou alguém gritou "World Wide Handsome"? Eu mesmo!
Os transportes estão logo em frente. O obstáculo? Uma centena de garotas segurando cartazes, lightsticks, e gritando por nós alegremente. Aceno pra elas, dando um sorriso galanteador. O real motivo? Você, S/n, andando na minha frente e colocando os fios que ficaram de fora da trança atrás da orelha, envergonhada por estar no meio daquela muvuca. Se você for mesmo minha, algum dia terá de se acostumar com toda essa atenção.
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❝𝐂𝐨𝐥𝐨𝐫𝐬 ❼ ❞
Fanfiction[LONGFIC] Quantas vezes é possível se apaixonar? E quantas paixões fazem uma vida? Para a brasileira S/n, a resposta seria o número cabalístico 7. Ela conheceu os coreanos mais avassaladores do universo por conta de um erro. Não demorou para que el...