Capítulo 21 - A Teoria dos risos

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Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror. — Charles Chaplin

As olheiras saltavam sobre a face de Jack, sequer conseguiu dormir durante à noite

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As olheiras saltavam sobre a face de Jack, sequer conseguiu dormir durante à noite. Seu corpo cansado vagava ao redor da praça próximo à sua casa enquanto sua mente viajava nas possibilidades do que aconteceria no 'resgate'.

Ao olhar para horizonte, viu o azul escuro da noite ser substituído pela obra de arte de Deus que concebia vida a tudo na Terra. Jack não portava a mesma postura, estava arqueado, com as mãos nos bolsos e uma expressão perdida.

Ao ser tocado pelo calor do Sol, fechou os olhos, mergulhando naquela sensação que o levava ao infinito de sua mente. O frio que acometia seus ossos era amenizado, trazendo prazer momentâneo à sua alma inquieta. Um sorriso estampou-se em sua face, seguido de um arfar esfumaçado devido ao frio.

Enquanto sorria aproveitando o banho de Sol, uma risada familiar ecoou pelas suas costas.

— Está vagando por aí também, Jack?

Ao virar-se, observou o sorriso desdentado, mas munido de felicidade, do mendigo, seguido de um olhar nostálgico que o fitava.

— Está me vigiando? — Jack respondeu bem humorado.

— Não, mas imaginei que estivesse aqui — O mendigo aproximou-se, enxergou o rosto cansado de Jack mais de perto. — Não conseguiu dormir?

— Não... — Seu olhar perdeu-se em suas memórias, as memórias da noite anterior ainda estavam latentes em sua mente — Meu eu do futuro resolveu me fazer uma visita...

— E o que aconteceu?! — Questionou surpreso.

— Ele está no posto de saúde... — Jack sorriu de desprezo ao terminar a frase.

O mendigo riu em seguida, chamando atenção das pessoas que corriam em volta da praça. Por um momento, Jack observou o que acontecia: estava tomando Sol com um mendigo louco, enquanto as pessoas ao redor lhes lançavam maus olhares, porém, sua mente estava livre de qualquer vergonha; não se importava mais, afinal, sequer pertencia àquela linha temporal. Certamente, se fosse com seu eu de alguns dias atrás, quereria se esconder, com vergonha da sua companhia.

— Por que você sempre ri de tudo?

— A vida é uma comédia, Jack! Mesmo que tudo pareça um lixo... Sempre há um motivo para rir.

— Talvez eu precise rir mais... — Jack respirou fundo — Sinto que estou perdendo minha sanidade, tenho medo de me tornar aquele psicopata... — A barriga de Jack roncou ao terminar a frase. — Também preciso comer...

O rapaz levou a mão ao bolso, de onde retirou a carteira. O dinheiro que o mendigo havia lhe dado ainda estaria quase todo lá, se não fosse pelas passagens de ônibus.

O Abismo Temporal de Jack BruceOnde histórias criam vida. Descubra agora