Capítulo 20 - Parte II - Jack contra Jack

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"Minha alma não aspira a vida imortal mas ela esgota o campo do possível" — Píndaro.

"Minha alma não aspira a vida imortal mas ela esgota o campo do possível" — Píndaro

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— Você sabe que ele vai cobrar mais, não é? Ele é arrogante... Mas medroso! — O mendigo debochou com riso malicioso.

Jack e o mendigo conversavam enquanto caminhavam apressados checando os números das portas dentro do hospital.

— Ele não vai arrancar nada de mim! — Uma expressão de desprezo saltou em sua face — E como você conseguiu dinheiro pra isso?

— Com o mesmo homem que me mandou fazer isso!

Jack parou, conferiu o número em uma das portas e repousou sua mão sobre a maçaneta. Antes de entrar, pegou seu óculos que repousava sobre a gola de sua blusa, ajeitou-o no rosto e abriu com força, criando uma lufada de vento ao entrar.

O médico, que assinava certos papéis em sua mesa, arregalou os olhos ao ver o detetive adentrar à sala.

— Em que posso ajudar? — Sua voz saiu falha.

— Os planos mudaram, doutor! — disse em tom autoritário, como se desse voz de prisão ao homem.

— Que planos? — Questionou espantado, fingindo não entender.

Logo atrás, o mendigo fechou a porta. Em sua face, como sempre, impregnava-se um sorriso doentio, desbotado de felicidade, apenas uma expressão automática e rígida. Jack colocou as mãos para trás esmagando seu peitoral contra a roupa, exibindo uma postura confiante; porém, deixando uma de suas mãos segurando a outra, acariciando-se para aliviar a ansiedade.

— Vou chamar os seguranças! — Exclamou em um tom agudo.

Jack o ignorou. Um sorriso de desprezo estampou-se na face do detetive ao perceber todos os sinais congruentes de medo em excesso do médico: braços estáticos sobre a mesa, como se estivessem colados, sequer piscou, seus olhos apenas seguiam o detetive que aproximava-se lentamente.

— Não será necessário, doutor! Seu cliente já contou sobre o que pretendiam fazer... — Repousou sua mão sobre o ombro do médico. — Mas agora será diferente — Jack puxou uma cadeira, relaxando sobre o assento bem ao lado do homem.

— Vai me prender? — Ele recuou da cadeira .

— Talvez. Se não cooperar, sim! Preciso que forje a morte da mesma mulher que planejavam matar.

— Então, se eu fizer isso, vai me deixar livre? — Perguntou, debruçando-se sobre a mesa, como se retirasse o peso de seus ombros.

— Os parentes da mulher não podem saber que ela estará viva, e sequer suspeitar disso!

— Mas isso é impossível! Na hora do velório...

— Não haverá velório! — Interrompeu-o.

O Abismo Temporal de Jack BruceOnde histórias criam vida. Descubra agora