Capítulo 5 - Parte II - Por dentro do Tesseract

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Não tentes ser bem-sucedido, tenta antes ser um homem de valor.
— Albert Einstein

— Sabe, senhor Carlos

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— Sabe, senhor Carlos... Ou posso te chamar de Carl, assim como todo mundo te chama?

— O quê você quer? Quem é você?!— Ambos eram ocultos pela escuridão, que pairava por toda a sala de jantar, apenas alguns feixes de luz do amanhecer penetravam o rosto de Carl e parte da mesa de jantar.

— Sabe o quê eu carrego em minha maleta, senhor Carlos?

— Vou chamar meus seguranças!

— Me dê apenas cinco minutos! — O homem sentava-se à mesa, fugia com seus dedos o óculos de sol, que repousava sobre sua face, apenas para olhar no fundo dos olhos do governador. — Sente-se, senhor, não irei tomar-lhe mais que cinco minutos!

A ausência dos óculos, ressaltavam a deformidade que tomava conta de seu nariz, parte de seus olhos e até sua testa, onde seu chapéu Fedora cobria. Porém, era oculto pela escuridão da sala.

— Como você conseguiu entrar na minha casa? — Carl segurava-se na cadeira em que estava sentado, com medo do quê o homem iria tirar da maleta. — Qual seu nome?

— Você já me conhece! Mas eu não disse do que me chamar, então, prazer, me chame de Viajante!

Ele dedilhava as travas da maleta, acariciava todo seu entorno. Com todo silêncio da sala, podia-se escutar a pele áspera dele passando pelos seus detalhes sutis. O destravar ressoava entre as paredes e, principalmente, dentro do peito de Carl, o que intensificava seu medo por conter uma arma oculta no interior da maleta.

— E o quê você tem aí?! O que quer comigo?

— No tarot, a carta O Mundo simboliza o alcance de todos os seus projetos, pleno bem-estar emocional e material. — Dentro da maleta, o Viajante retirava um baralho de versos negros, do topo dele, sacava uma carta, onde ele devaneava pelas suas bordas. — O senhor deve ser um homem feito, deve ter uma vida perfeita.

Carl o olhava de cima para baixo, suportando uma postura arrogante, com um sorriso de desprezo em sua face.

— Seu tempo está esgotando!

— Mas infelizmente, essa não foi a carta que eu tirei e, muito menos diz respeito ao senhor... E não foi isso o que vim fazer aqui! Quero mais grafeno, o tanto que você me forneceu não é o suficiente!

Com suas mãos tremulantes, o Senador arrancava a carta da mão do Viajante.

— O que essa carta quer dizer?! Já estou farto de seus joguinhos, vou chamar meus seguranças! Nada de grafeno, irei falir se continuar assim!

— Alguns dizem que O Louco, que é essa carta, é a última carta do Tarot, mas também é considerada a carta zero, porque tudo se renova e ela por sua vez é o início e fim do baralho. — O homem devaneava com um sorriso sínico no rosto.— Ele é geralmente representado pela figura de um jovem andando, feliz e sem preocupações, em direção a um penhasco; ele não percebe que está prestes a cair pois está olhando para o céu, para o infinito. Ele caminha em direção ao desconhecido, começando uma nova jornada de conhecimento e descoberta.

O Abismo Temporal de Jack BruceOnde histórias criam vida. Descubra agora