Jack recebe uma ligação misteriosa de uma idosa pedindo para investigar um caso aparentemente banal, mas o rapaz descobre que o lugar de onde veio a ligação está abandonado há décadas, sedento por dinheiro para conseguir tratar o câncer de sua mãe...
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Jack sentiu Angelita ser sugada ao infinito, como se desaparecesse de seus braços. Sentiu o choque entre a adrenalina, a felicidade e melancolia em seu corpo. Um aperto invadiu seu peito, sufocando-o e roubando o calor da alegria de ter sua mãe novamente consigo; sentiu aquela sensação novamente, a mesma de não pertencer a nenhum lugar, como se seu corpo fosse um espaço nulo flutuando no espaço. Sequer conseguiu pensar sobre onde estava, apenas sabia que vagava entre as realidades e as linhas temporais.
O Tesseract desapareceu, deixou para trás apenas o rastro de dores de cabeça agonizantes na mente daqueles que viajaram. Jack rangeu os dentes ao sentir a dor, sua mãe gemeu com o sofrimento, enquanto o mendigo apenas tencionou o corpo, olhou para os dois e riu.
Jack olhou em volta, as paredes estavam entupidas de folhas de diários, todas repletas de cálculos. Ainda era o mesmo porão da cabana, mas de alguma linha temporal diferente distante da que Jack conhecia.
Passos pesados ecoaram das escadas, um corpo magro adentrou ao local; uma face suja de terra, roupas surradas e uma feição cansada, repleta pelos mal cortados.
Um arrepio correu pela espinha de Jack ao ver aquela figura estranhamente familiar, que fitou-o em choque. Enrijecido, aquele homem balançou a cabeça e gritou:
— Não! — Seu olhar surpreso transformou-se em psicose.
— O que foi, Jack?! — Outra voz ecoou mais acima.
O detetive pôde ouvir os passos pesados rompendo o piso. Em segundos, o homem da cabana surgiu olhando-os espantado.
— Jack... — Murmurou o detetive com sua mãe nos braços — Sou eu... — Deu um passo atrás. — Não... — Continuou o rapaz enquanto olhava amedrontado para mendigo.
— Acalme-se, Jack! — assegurou o velho. — Você sabe o porquê eu vim! — Direcionou-se ao homem da cabana.
— Aconteceu tudo de novo, não foi? — Ele questionou melancólico.
O mendigo apenas confirmou com um gesto e se direcionou ao Jack.
— Me dê ela — Pediu levando os braços até Ange.
O rapaz apertou-a contra o peito e deu outro passo atrás.
— De forma alguma! — Contestou — Eu fiz coisas que mudaram completamente o rumo de minha vida apenas para tê-la comigo novamente, por que a perderei? Ainda mais deixá-la com aquele doente!
— Se você já está aqui significa que se tornará aquele "doente" — Seu eu riu.
— Ela ainda continua sendo a mãe dos dois, duvido que qualquer um faria algo a ela — disse o homem da cabana.
