Jack recebe uma ligação misteriosa de uma idosa pedindo para investigar um caso aparentemente banal, mas o rapaz descobre que o lugar de onde veio a ligação está abandonado há décadas, sedento por dinheiro para conseguir tratar o câncer de sua mãe...
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Enquanto Jack recuperava-se do atentado daquela noite, seu avô não conseguia cair no sono, seus pensamentos o puxavam para longe de onde realmente deveria estar, mesmo deitado sobre o chão gelado, suava frio e respiração acelerada contrastava com seus olhos fechados em uma tentativa fracassada de dormir.
Lucas desistiu de forçar o sono, abriu os olhos e olhou para Jack, que roncava sobre os lençóis no chão. Dentro do saco de lixo com dezenas de livros, pegou uma folha solta, amassada de ponta a ponta e encardida, começou a escrever. Seus textos giravam em torno de Ange e sobre como deveria deixá-la partir, chegou até mesmo a questionar seu trabalho paterno. Era realmente um bom pai ou só se importava consigo mesmo? Talvez nunca saberia.
Enquanto escrevia, seu peito apertou, sua garganta fechou-se e com olhos úmidos, a falta que seu pequeno cristal o atingiu. Já não haveria mais aquela pequenina para filtrar os poucos raios de luz que emanava dele e transformá-los em um arco-íris. Os olhos de Lucas comprimiam-se para baixo, em uma expressão sombria.
— O que está escrevendo? Consigo ouvir o papel... — Jack acordou.
— Era para você estar dormindo, precisa descansar. — disse com a voz trêmula.
— Tive um pesadelo...— Jack respirou fundo — Pela primeira vez em todos esses meses, sonhei com minha mãe e estava tudo bem, todos estávamos juntos, felizes... Mas Rick chegou e com a presença dele, tudo começou a se dissolver em cinzas, o que antes era um sonho feliz, se tornou um cenário...
— Rick...
— É o homem que veio hoje, ele é a versão mais nova do Ricardo...
— De certa forma foi isso o que aconteceu...Estávamos em relativa paz até isso tudo! — Ele passou a mão na folha lembrando-se de Ange.
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— O que mais quer que eu faça? — Rick apertou as folhas contra seu corpo.
— Você? — Ricardo encarou o horizonte por um tempo — Não, não precisa fazer mais nada, por enquanto. Eu que farei...Serão os últimos retoques!
