Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.
— Albert Einstein
As pontas dos dedos do rapaz reprimiam-se contra a palma de sua mão, a impaciência corria pelas suas veias, sendo extravasada a socos sobre uma mesa.— Nada do que eu faço dá certo! — O rapaz lamentava-se.
— Por que está tão estressado? — Uma voz grave ecoou na frente do rapaz.
— Como te ajudarei na farmácia se eu nem consigo acertar nas experiências?!
— Tudo ao seu tempo, Carlos, todos têm seus momentos de brilho, e o seu... — Ricardo riu — Será por décadas!
— Como sabe? — Questionava impaciente.
O homem trajado de terno e chapéu Fedora levantava-se, caminhava até a janela de sua casa, observava homens operando máquinas pesadas indo de um lado a outro da rua. Caminhões com areia, brita e barras de ferros dirigiam-se a um edifício que erguia-se aos céus, ansiando sentir a brisa fria do campo sulista.
— Você vê aquele edifício? — Ricardo questionava com os braços cruzados nas costas.
— Sim, por que? — Carlos o seguia, admirando como o prédio já estava alto em tão pouco tempo de construção.
— Está vendo os livros em sua mesa? A sua frustração por não conseguir o que deseja?
— Estou... — Respondia acanhado.
— Você tem tudo o que precisa para
brilhar. — O homem de face deformada repousava sua mão sobre o ombro do rapaz — Confie em mim, às vezes, temos a sensação que estamos no caminho errado, mas só existe um caminho para seguir... Apenas continue! Eu acredito em você, por que você não pode acreditar em si mesmo?O rapaz envolvia os braços em volta do tronco de Ricardo, abraçando-o com força. Uma sensação estranha percorreu o corpo do homem, que apenas levava sua mão direita às costas do rapaz.
— Obrigado! — agradecia Carlos.
— Pelo o quê?
— Por me dar essa chance!
Ricardo afastava-o, repousando suas mãos sobre os ombros do rapaz, fitando-o no fundo dos olhos, como se soubesse de todo o futuro do homem — e realmente sabia.
— Por favor, seja mais assim, não se torne uma pessoa detestável...
— Como assim? — Carlos reprimiu sua face em uma expressão de dúvida.
Ricardo observava o rapaz com pena, seu olhar melancólico queria mudá-lo, evitar que se tornasse o lixo humano que seria no futuro. Por breves segundos perdia-se na vontade utópica de transformar tudo para melhor, mas logo voltava para seu ceticismo explícito, que insistia em dizer que tudo deveria tomar o mesmo caminho para que existisse justiça, a verdadeira justiça.
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O Abismo Temporal de Jack Bruce
Science-FictionJack recebe uma ligação misteriosa de uma idosa pedindo para investigar um caso aparentemente banal, mas o rapaz descobre que o lugar de onde veio a ligação está abandonado há décadas, sedento por dinheiro para conseguir tratar o câncer de sua mãe...