Capítulo 26 - Época sem volta

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"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal." 

— Machado de Assis

— Machado de Assis

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 Jack mergulhava seu corpo em uma nova linha do tempo, ainda aterrado pelas dores de cabeça do Tesseract, seu peito explodia em confusão, um misto de sensações: a dúvida de que poderia mudar tudo o que aconteceu, e o medo do erro.

Seus pés aconchegaram-se em um solo familiar, levemente macio que parecia esfarelar-se. Ao passar rapidamente os olhos pela sala, sentiu-se perdido, tudo ao seu redor era dominado por entulhos, rodeado de caixas com casacos velhos desde de tamanhos infantis a alguns para adultos, que por sinal, algumas caixas com nomes escritos, como: Bruce e outro que era impossível ler, já que fora riscado. A luz quase nula que entrava por uma micro janela no alto da sala o permitia ver apenas o que lhe cabia a alguns metros de distância, o suficiente para começar a compreender onde estava.

Jack abaixou-se e tocou o chão levemente árido e empoeirado, ao cheirar seus dedos, sentiu o aroma de terra velha, não precisava de mais provas para descobrir para onde seu eu o mandou: certamente o porão da cabana em alguma linha temporal. A passos cuidadosos Jack vagou em busca da escada, seu coração pulava de lado ao outro dentro de seu peito, era como uma sinfonia arrítmica que levava-o ao desconhecido, uma apreensão sobre que tipo de linha temporal estava.

Jack cambaleou pela sala em meio à escuridão, seu braço recostou sobre algo metálico, uma espécie de corrimão, tateou mais ao lado para encontrar algum interruptor, contudo encontrou apenas um objeto pouco oval com uma espécie de válvula, como um mini botijão de gás. Ao abaixar mais a mão, seus dedos toparam com entulhos, arremessando-os ao chão, contudo, um som familiar chamou atenção, o que parecia ser vários palitos espalhando-se pelo local.

Jack abaixou-se e apanhou uma caixinha com alguns deles. Ao acender os palitos de fósforo, seus olhos agradeceram pela luz que brotou à sua frente, ao retomar para onde deveria estar o interruptor, encontrou um lampião a gás suspenso sobre um gancho. Jack já estava familiarizado com aquele tipo de instrumento devido sua longa jornada no campo quando ainda não havia energia elétrica de qualidade, logo, não fora nenhum mistério acendê-lo.

A luz do lampião levou vida à sala ao tocar cada superfície esquecida por seja lá quem fosse. Em meio ao entulho, Jack tentou descobrir onde estava o portal, alguns segundos de procura e logo um arrepio percorreu seu corpo, a passos desesperados, o rapaz partiu à procura daquele painel que sempre esteve ali, das bobinas de Tesla que proporcionavam o show de raios, contudo, havia apenas um espaço ocupado por coisas e mais coisas desnecessárias.

As mãos do rapaz escavavam aquela bagunça com a esperança de encontrar ao menos o painel. O rapaz assemelhava-se a um cachorro que perdera seu dono para a morte e tentava desenterrá-lo de sua cova para encontrá-lo, mesmo que seus ossos estivessem sendo comidos pelos vermes.

O Abismo Temporal de Jack BruceOnde histórias criam vida. Descubra agora