Capítulo 25 - Parte II - Me desculpe, pai

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"Talvez a sanidade seja apenas um delírio de uma mente insana"

— Felipe Nunes (NSFelipeNS)

Ao longe, o carro regressou, certamente o motorista ouviu o tiro

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Ao longe, o carro regressou, certamente o motorista ouviu o tiro. Jack sequer prestou atenção, apenas continuou. O homem saltou do veículo ao ver seu parceiro caído no chão sobre uma poça de sangue, como apenas uma massa de carne desprezível.

Seus olhos encheram-se d'água, ódio e tristeza se fundiam em lágrimas, escorrendo em fios, ele tentava conter-se, mas logo abaixou-se, pegou a arma ensanguentada do cadáver e virou a esquina. Jack corria o aclive enquanto ele conferia a arma: estava carregada. O barulho do cartucho encaixando-se na arma reverberou pela viela. Jack virou-se e o viu apontar a arma para ele.

— Não faça isso! — Jack ordenou, apontando-lhe a arma — Você sabe que eu vou atirar, largue a arma!

O rapaz do futuro continuou, mas o homem sequer deu ouvidos. Ao outro lado da rua, o mendigo observava a cena, percebera que Jack recuava enquanto o homem de terno, a cada passo e cada som que saía da boca do rapaz, enchia-se de ódio.

Como forma de tentar impedí-lo, o mendigo levou sua mão para dentro de seus trapos, de onde sacou um revólver. Enquanto mirava, podia enxergar as munições pelo tambor: restava apenas uma.

— Se afasta! — Gritou Jack.

O homem aproximava-se, ainda com o dedo pressionando o gatilho, mas incapaz de atirar contra o rapaz.

— Por favor... — Continuou — Eu já fiz coisas horríveis de que nunca me perdoarei, por favor, não me faça te colocar nessa lista... Eu só quero acabar com meu sofrimento... Só isso!

— E eu também... — O segurança respondeu engatilhando a arma.

Contudo, Jack interrompeu seu gesto. Deixou novamente a arma surpreendê-lo, o tiro ecoou por todo canto daquele bairro. Sangue escorreu do homem, a orelha direita pingava e antes que pudesse atirar, colocou a mão sobre sua ferida, deixando a arma suspensa. Sem pensar duas vezes, Jack agarrou a arma dele e o jogou ao chão, enquanto agonizava.

Ao longe, o mendigo observava a situação pela maça de mira da arma, respirando fundo enquanto seu dedo quase ativou o gatilho, desperdiçando a última munição que restava. Ao perceber que Jack deu um jeito, guardou-a antes que alguém pudesse vê-la. Olhou em volta, o homem do bar olhava aquilo tudo perplexo e cabeças curiosas dos vizinhos saltavam de seus portões e muros para ver o que acontecia.

O mendigo desceu a rua para o encontro de Jack o mais rápido possível.

— Vamos embora! — O velho tentou levá-lo ao carro preto que estava aberto.

Enquanto descia o declive, Jack passou pelo cadáver e logo reprimiu sua feição em tristeza.

— Eu pensei que estava me tornando alguém melhor, eu não queria isso...

O Abismo Temporal de Jack BruceOnde histórias criam vida. Descubra agora