Capítulo 18 - Montanha Russa

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"Tudo o que brilha, vira ferrugem
Tudo o que permanece no tempo
Vira poeira"
— Trecho da música Rust da banda Black Label Society

"Tudo o que brilha, vira ferrugemTudo o que permanece no tempoVira poeira" — Trecho da música Rust da banda Black Label Society

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Jack caminhava ao prédio da farmácia de manipulação, seu corpo jamais esteve tão relaxado como naquele momento. Pela primeira vez, dormira um pouco mais tarde, afinal, um dia como o anterior merecia algum tipo de comemoração. Os raios do Sol penetravam a pele de Jack, aquecendo-o brevemente, se não fosse pela temperatura gelada da manhã que arrancava quase todo calor de seu corpo ao repousar em uma sombra.

Ao encontrar-se com o porteiro, cumprimentava-o com um sorridente bom dia, ao invés de somente lançar-lhe a face seu distintivo de latão e o contrato que o homem já estava cansado de ver. Uma expressão de felicidade saltava na carranca do porteiro, abrindo o portão sem que Jack fizesse aquele ritual de exibir seus certificados como detetive.

Jack permaneceu na recepção esperando o "Dr. Augusto". O rapaz observava cada milímetro daquele local, principalmente o chafariz, onde ora se esgueirava em suas bordas, quase beijando a água para ver o que havia lá no fundo, sentia vontade de tirar a camiseta e pular para sanar suas dúvidas logo.

— Olá, Jack! — A voz grave do homem ecoava pela recepção.

— Bom dia! Como vai? — Cumprimentava-o com um firme aperto de mão. 

O homem parecia esmagar a mão do rapaz, fitando-o vidrado, como um leão observando sua presa, esperando para dar o bote.  

— Vou muito bem! Está com o que precisa para analisar?

Jack afirmava com a cabeça e Ricardo mal o esperava finalizar o gesto, virando as costas e caminhando em direção ao elevador.

Agora dentro do laboratório, sentia o cheiro de materiais esterilizados, álcool 70% e remédio, o mesmo cheiro de um hospital, mas certamente mais limpo que um. Bancadas de mármore sobressaem-se por todos os lados da sala, com alguns microscópios e vidrarias vazias. 

Jack entregou seus frascos com as substâncias a Ricardo, cujo colocou em uma lâmina de corte transversal para que pudesse ser analisada. Observavam os compostos presentes na terra encontrada em meio às pegadas na cena de crime, entre emaranhados de moléculas singulares, algumas se destacavam por sua singularidade: composições químicas de madeira e algo que Ricardo não conseguia identificar corretamente.

— Talvez seja algum tipo de fruto devido a estrutura de lipídios, carboidratos e outras coisas, duvido que seja carne, ou algo assim... — Analisou Ricardo.

— Fruto? — O olhar de Jack distanciava-se, analisando onde o homem estaria antes do crime.

— Isso! Tem terra vermelha, algumas estruturas de madeira e isso, que talvez sejam frutos...

Os dedos de Jack dedilhavam sobre o balcão, causando desconforto no homem, que o olhava com raiva, envolvendo seus dedos com força contra o microscópio.

O Abismo Temporal de Jack BruceOnde histórias criam vida. Descubra agora