As escolhidas de Sarfame

Capítulo 2 - O visitante

Depois daquela manhã estressante, meu pai decidiu que faria um breve treinamento comigo e Lian. Nós fazemos isso todas as tardes para treinar o controle de nossos poderes.

E a Athena sempre fica em um canto observando.

Esse seria um ótimo momento para explicar o porquê de todo esse drama que evolve o governo e minha família, e dizer a razão de eu estar no meio disso.
Como já comentei, minha família mora no estado que pode controlar os objetos, (Talien) o nosso poder é bem mais forte que das muitas pessoas comuns que moram aqui, mas isso não é algo incomum. INCOMUM, é que acontece apenas com os descendentes do sobrenome Alcon. De décadas em décadas, um de nossos familiares nasce com um dom raro, um poder extremamente forte e perigoso. Dês de que meu avô morreu 18 anos atrás durante a guerra, a única pessoa da família Alcon que nasceu com esse poder, fui eu.

A sortuda Merlia.

Além de conseguir controlar os objetos, eu posso controlar o poder das outras pessoas. – Imagine que alguém nascido no estado da água está conjurando algumas pequenas gotas, se eu focar nisso, posso fazer essas gotas virarem uma gigante onda – Eu posso deixar qualquer poder 100 vezes mais forte, e poderia fazer a pessoa direcionar ele para a direção que eu quisesse. Existem várias outras possibilidades de como usar este dom, mas eu não descobri nem metade delas.
na teoria isso pode parecer muito interessante, mas... Se você não souber controlar da maneira correta, pode acabar gerando um grande desastre.

Quando eu tinha nove anos, esse dom da família se revelou em mim. Ele era um poder tão forte que eu não conseguia controlar, acabava causando acidentes e por essa razão meus pais decidiram que para minha segurança, seria melhor me criarem em casa, afastada de tudo, até que eu aprendesse a controlar esse poder. É por isso que hoje em dia a gente mora no literal meio inóspito, em uma casa de frente para o mar.

Eu acabei me acostumando a ficar longe das pessoas, e hoje em dia até prefiro fazer meus estudos em casa mesmo. Não é como se eu tivesse uma fobia social sabe? As vezes eu queria sair por aí e conhecer as pessoas, mas sinceramente? A preguiça fala mais alto.

– Você precisa fugir desta situação sem usar o seu dom Merlia! – disse meu pai em quanto atirava diversas coisas em mim – Você não pode entrar em desespero, foque sua energia em resolver o problema por si mesma!

"E não use o poder do meu oponente contra ele" eu já conhecia essa frase muito bem.

Assim que o genreal Reiner descobriu que meu avô morreu, ele veio pessoalmente atrás de meu pai alertar que ele não poderia esconder do governo o próximo descendente que nascesse com o dom dos Alcon, e que esse poder é um "presente dos deuses" enviado para ajudar nossa nação. (tem toda uma questão envolvendo os ancestrais de Sarfame, mas isso não é importante agora) Ou seja, eu já fui recrutada para virar uma soldado dês de que nasci.

Vi uma rocha enorme vindo em minha direção e desviei resbalando na areia.

– Essa passou perto! – disse o meu pai.

– você não acha que já está bom por hoje?– estiquei meus braços e fiz outras duas rochas quem vinham em minha direção mudarem o rumo.

– O nosso objetivo aqui é melhorar o seu controle, tenha paciência. – ele respondeu calmamente

– Ok! – eu exclamei fugindo de outro objeto que vinha em minha direção.

Depois de algumas HORAS eu subi com Athena para o nosso quarto. Ela estava cansada de ficar assistindo eu e meu pai gritando um com o outro em quanto fugia de objetos aleatórios que eu e Lian desviavamos, e as vezes eles acabavam caindo onde ela estava sentada. Me joguei em minha cama e comecei a escovar meu cabelo cor de cobre, era a mesma cor brilhante do cabelo da minha mãe. Já Athena e Lian tinham o mesmo cabelo loiro do meu pai, eles realmente se parecem com ele.