Eu acho que eu acabei dormindo. Só acordei algumas horas depois quando senti que alguém mexia nas ataduras das minhas mãos.
Por algum instinto interno, eu fingi que ainda estava dormindo. Abri só um pouquinho dos meus olhos para ver o que Arden fazia. Ele estava sentado em um banquinho ao meu lado segurando minha mão direita. Ela estava pior do que eu imaginava, além de pequenos e feios ferimentos, várias manchas vermelhas cobriam minha pele. A definição daquilo era a palavra: Feio.Aquilo me deixou um pouco assustada.
– Como conseguiu fazer isso com ela mesma? – Arden sussurrou
Eu achei aquilo uma afronta contra minha pessoa e mexi levemente meu dedinho.
– Você deve estar sonhando agora não é mesmo? – ele perguntou ainda analisando minha mão – Eu não quero que ela veja isso... Vou cura-la de alguma forma...
Senti ele tocar delicadamente meus ferimentos com suas mãos quentes. Ele estava tentando usar seu poder para curar os ferimentos que o doutor Darren não conseguiu. Mas pelo o que eu entendi, não estava funcionando, aquilo deixou ele frustrado. "Pobre Arden" como se eu estivesse sem consciência, tentei mexer meus dedos para apertar sua mão.
Notei que ele ficou surpreso, esperava de verdade que ele imaginasse que aquilo foi involuntário. Arden também fechou sua mão na minha, e ainda tentava usar seu poder. Fui uma sensação boa.Eu não queria desconcentra-lo então voltei a dormir.
De manhã eu acordei e vi que Arden ainda estava no mesmo lugar. Ele dormia com a cabeça encostada no mesinha ao lado da minha cama, sua mão ainda apertava a minha.
E com a luz do dia eu notei que ela estava muito feia ainda... Será que ele passou a noite toda tentando cura-la?
Juntei meus lábios a asoprei seu rosto. Alguns de seus cabelos bagunçados voaram levemente para trás, eu ri mentalmente desse visão, ele sentiu que eu fiz aquilo pois rapidamente abriu os seus olhos claros e me encarou desnorteado.
– Nossa, você já acordou? Que horas são? Minha nossa, o seu soro acabou! – ele deu mini tapinhas em sua cara em nem percebeu que ainda apartava minha mão.
– Bom dia – Falei com a cara ainda enfiada no travesseiro – Senhor Finn, você está machucando minha mão.
Ele olhou para nossas mãos juntas e arregalou os olhos, rapidamente ele pegou minha ficha médica e colocou na frente delas impedindo que eu conseguisse ver os ferimentos.
– Não olhe pra isso! – Ele gritou ainda segurando – você ainda não se recuperou, por isso não quero que você veja!
– Por quê? – Perguntei.
– Por que... Porquê eu ainda não te curei, então não quero que você fique triste se o estado das suas mãos estiver pior do que você imagina.
– Não tem problema, mas agora você me deixou curiosa! – tentei mentir pois já sabia qual era o estado.
– Nem vem! – Ele gritou começando a enfaixar minha mão mais uma vez.
Eu não sei se estou certa, mas as vezes essa preocupação dele me deixa estranhamente feliz.
A manhã passou bem de vagar. Recebi uma ligação da minha família que ficou sabendo do acidente, eu os Tranquilizei e disse que não era nada de mais e mandei um oi para meus irmãos. Meus pais não pareceram acreditar que foi só um machucadinho, mas aceitaram.
Arden disse que a central o liberou para ficar no hospital hoje o dia todo também. Ele as vezes saía para visitar outros pacientes e voltava, eu ficava sozinha e era entediante. Também recebi visita de algumas pessoas da minha turma que escapavam nos intervalos para perguntar como eu estava. Fiquei feliz em saber que eles se preocupavam. No horário do almoço a Callie apareceu na porta com uma mochila cheia de coisas que Fay e Sarin mandaram pra mim. Ela disse que as garotas tiveram um imprevisto e não conseguiram vir. Queria poder ver elas, mas tudo bem.
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As escolhidas de Sarfame
DragosteSarfame é um país dividido em dez estados poderosos, um lugar onde as pessoas nascem com poderes especiais. O país tem um presidente carismático e uma população satisfeita. Poderia ser perfeito! Mas apenas se você ignorar o fato de que esse lugar es...